quarta-feira, 22 de setembro de 2010

INSTRUMENTO MUSICAL - PARTE I

Instrumento musical
Pormenor da ponte de um violoncelo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Um instrumento musical é um objecto, ou objeto, construído com o propósito de produzir música. Os vários tipos de instrumentos podem ser classificados de diversas formas, sendo uma das mais comuns, a divisão de acordo com a forma pela qual o som é produzido. O estudo dos instrumentos musicais designa-se por organologia.
A data e a origem do primeiro aparelho considerado como instrumento musical é objecto de debates. Arqueologistas tendem a debater o assunto referindo a validade de várias evidências como artefactos e trabalhos culturais.
Instrumentista é aquele músico que toca algum instrumento. Observação: Pode soar estranho mas, na verdade, nem todo músico é um instrumentista (também chamado de concertista, na música erudita). Alguns músicos seguem uma carreira sem tocar instrumento algum, como a de: Bibliotecário; Terapia Musical; Engenheiro de Som; Produtor Musical; Historiador; Educação Musical; Direito Musical; Jornalismo em Música; Impresário Musical; Disc ou Video Jockey; Diretor de Programação; Designer de Software ou Hardware de Música; Musicologia; Musicografia; até mesmo o Compositor pode saber tudo sobre os instrumentos, mas não tocar nada; Estes não são intérpretes, mas os maiores estudiosos acadêmicos do campo de Música, noutras especializações.

Características dos instrumentos musicais


Instumentos musicais utilizados na criação de música rock. À esquerda a bateria e à direita, a guitarra eléctrica.

Em princípio, qualquer objeto pode ser usado para produzir sons e utilizado na música, mas costuma-se utilizar este termo para designar objetos feitos especificamente com este objetivo. Isso se deve ao fato de que, em um instrumento musical, é possível controlar com mais precisão as características do som produzido. Em geral considera-se um som como musical quando podemos controlar uma ou mais de suas características: timbre, altura (grave, médio e agudo), duração (do som e/ou do silêncio) e intensidade. 
   Componentes
É impossível generalizar a construção e o funcionamento dos instrumentos musicais porque existe uma variedade muito grande, mas de maneira geral, qualquer instrumento possui ao menos uma das partes descritas a seguir:
 Elemento produtor de som
Também chamado de corpo vibratório ou corpo produtor de som. É a parte do instrumento musicalque efetivamente entra em vibração em resposta a um estímulo do executante, produzindo uma onda sonora. Por exemplo, as cordas, palhetas, membranas, tubos ou o próprio corpo do instrumento. Em alguns instrumentos de sopro, ou aerófonos, é o próprio ar que entra em vibração ao passar por uma aresta, como em uma flauta.
  Corpo
Parte do instrumento destinada a dar suporte mecânico às outras partes do instrumento. Por exemplo, o cabo de um sino de mão. Em muitos casos, o corpo também tem função na produção ou controle do som, como o corpo de um violino que também serve para tensionar as cordas, permitir que o instrumentista controle a altura das notas e também como caixa de ressonância.
Caixa de ressonância

                 Um violino e uma Viola (da família de cordas friccionadas por um arco).

Câmara cheia de ar, com formatos variados que serve principalmente para reforçar a intensidade sonora. O formato da câmara de ressonância permite reforçar apenas determinadas freqüências, atenuando outras. Isso possibilita um controle mais preciso do timbre do instrumento. Na maioria dos casos a caixa de ressonância faz parte do corpo do instrumento, como em um piano, um violão ou um tambor. Em outros casos está incorporado ao próprio elemento produtor de som, como em um agogô.
 Elementos de estímulo e controle
Envolve uma grande variedade de objetos ou mecanismos destinados a produzir os estímulos ao elemento produtor de som fazendo com que ele entre em vibração ou controlar a forma como os sons são produzidos, afinados ou modificados. Entre outros, temos arcos, trastes, plectros, baquetas, martelos, bocais, foles, teclados, válvulas, chaves ou pedais.
 
Acessórios

Alguns instrumentos permitem o uso de acessórios para provocar alterações na forma de execução ou em alguma das características do som produzido. Entre os acessórios podemos citar:
  • abafadores para diminuir a intensidade sonora, normalmente usados para estudo.
  • surdinas para abafar e modificar o som produzido.
  • caixas de ressonância alternativas ou meios eletrônicos de amplificação.
  • suportes ou alças para facilitar a execução em posições não convencionais.
  •  Tessitura e registro
A tessitura de uma voz ou instrumento musical é a extensão de notas em que um instrumento pode tocar. Por padronização identifica-se a tessitura através do nome e da oitava da nota mais grave e da mais aguda que um instrumento pode executar. por exemplo, a extensão útil de um saxofone alto vai de Reb2 (Ré bemol da segunda oitava) até Lab4 (Lá bemol da quarta oitava). A tessitura do piano vai do Lá-1 até o Do7.
Chamam-se registros as três regiões em que a tessitura de um instrumento ou voz pode ser dividida. Divide-se em registro grave, médio e agudo. Cada registro tem características próprias. Em alguns casos o timbre é muito diferente de região para região. Em alguns instrumentos nem é possível executar todas as notas de uma escala em determinadas regiões. Além disso, certos efeitos sonoros que alguns instrumentos permitem só podem ser executados em um dos registros instrumentais.
O conhecimento da tessitura e do registro instrumental são fundamentais para a perfeita execução do instrumento e para a composição musical. De outra forma, um compositor poderia escrever uma melodia para um determinado instrumento com notas que ele não fosse capaz de executar.
O conceito de tessitura só faz sentido para instrumentos que permitem variação de altura, mas o registro pode indicar a região de alturas predominante mesmo em instrumentos de altura indefinida.

 

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

HISTÓRIA DA MÚSICA PARTE II

                                                História da Música  -parte II


Fonte: http://www.edukbr.com.br/
           
Tempos posteriores
 Música Renascentista
A Renascença, na música, data do século XIV no sul da Europa e de um pouco mais tarde no norte europeu. Os compositores desejavam escrever música secular sem se preocupar com as práticas da Igreja. Sentiam-se atraídos pelas possibilidades da escrita polifônica, na qual cada voz podia ter sua própria linha melódica. A escrita polifônica fornecia oportunidades técnicas para efeitos de grande brilho, que eram impossíveis até então. Uma forma secular de composição, o madrigal, surgiu no século XIV, na Itália. Os compositores escreviam madrigais em sua própria língua, em vez de usar o latim. Compositores flamengos escreveram obras neste estilo, embora se dedicassem quase essencialmente à composição sacra.

Na Itália, Giovanni Palestrina, criou o mais importante sistema de escrita polifônica que antecedeu a Bach. Durante a Renascença, a música inglesa atingiu o apogeu, surgiram grandes compositores madrigalistas ingleses que musicavam a poesia da época.

Música Barroca

A música barroca substituiu o estilo renascentista após o século XVII e dominou a música européia até cerca 1750. Era elaborada e emocional, ideal para integrar-se a enredos dramáticos. A ópera era a mais importante novidade em forma musical, seguida de perto pelo oratório. A música italiana barroca atingiu o auge com as obras de Antônio Vivaldi.

O início do século XVIII foi marcado por dois grandes compositores: Bach e Haëndel. A família de Bach era composta de músicos que atuaram do século XVI ao século, 50 membros desta família Johann Sebastian foi o seu maior representante, e foi com quem a música barroca atingiu o seu ponto culminante. Haëndel desenvolveu-se na Inglaterra, compôs peças musicais de vários gêneros, mas sobretudo grande número de oratórios, onde seu estilo se caracteriza pela grandiosidade.

Música Clássica

Os compositores clássicos acreditavam que a música deveria ter uma forma polida e galante, só desejavam expressar emoções de uma maneira refinada e educada. Suas obras são cheias de brilhantismo e vivacidade. Entre os compositores que dominaram a época estão: Joseph Haydn e Wolfgang Amadeus Mozart, ambos com uma obra vastíssima. Haydn compôs mais de 100 sinfonias, enquanto Mozart compôs mais de 600 peças. Ambos desempenharam um papel importante no desenvolvimento da sonata para piano, nos quartetos de cordas e em outras formas musicais.

Romantismo

Os compositores românticos achavam o estilo de música do Classicismo artificial. Sentiam que a música poderia ser fantasiosa e emocional, com a imaginação fornecendo os meios e o sentimento expressando o estado de espírito. A força da expressão substituía o refinamento que faltava em suas obras. Muitos compositores importantes surgiram nesta época: Beethoven, que apesar de ser um mestre das formas clássicas, afastava-se delas sempre que isso lhe parecia necessário para atingir suas metas artísticas. Era fundamentalmente um classicista, mas escreveu obras de espírito romântico. Franz Schubert, um extraordinário compositor do início do romantismo. Carl Maria von Webwer, alemão que imprimiu o primeiro exemplo importante de espírito nacionalista à ópera. Mendelssohn, também alemão que obteve fama por sua música instrumental e teve o grande mérito de ter renovado o interesse pela música de Bach.

Nesta época também surgiu o polonês Frederic Chopin, que passou a maior parte de sua vida na França e é famoso por suas peças para piano.

Nacionalismo

Um dos frutos do romantismo foi que muitos compositores começaram a procurar, de diversas maneiras, expressar na música os sentimentos de seu povo. O nacionalismo musical desenvolveu-se de diversas formas em vários países; muitos compositores estudaram o folclore de seu país e aproveitaram música folclórica em suas obras.

Na França, o nacionalismo criou uma marcante e nova tradição na ópera e em obras sinfônicas dramáticas. George Bizet compôs Carmen, uma das mais conhecidas e executadas óperas até hoje. Franz Liszt, húngaro de nascimento, mas que estendeu suas atividades tanto à França como à Alemanha, representa um vínculo musical entre esses dois países.

Na Alemanha, Richard Wagner dominou a forma operística com seus revolucionários dramas musicais. Johannes Brahms rejeitou a influência do teatro e procurou dar continuidade à tradição de Beethoven, preferia a música pura sem dramatizações. A valsa do estilo vienense e a ópera ligeira começaram com Johann Strauss e atingiram o auge com seu filho.

Na Itália, Rossini, Puccini e Verdi desenvolveram a ópera que atingiu o auge e seus mais belos momentos.

O mais popular compositor russo é Tchaikovsky, com sinfonias que continuam a ser as mais admiradas obras russas do gênero. Rachmaninoff concentrou-se principalmente em peças para o piano.
                                        
Século XX

No século XX houve ganho de popularidade do rádio pelo mundo, e novas medias e tecnologias foram desenvolvidas para gravar, capturar, reproduzir e distribuir música. Com a gravação e distribuição, tornou-se possível aos artistas da música ganhar rapidamente fama nacional e até internacional. As apresentações tornaram-se cada vez mais visuais com a transmissão e gravação de vídeos musicais e concertos. Música de todo gênero tornou-se cada vez mais portátil.
A música do século XX trouxe nova liberdade e maior experimentação com novos gêneros musicais e formas que desafiaram os dogmas de períodos anteriores. A invenção e disseminação dos instrumentos musicais eletrônicos e do sintetizador em meados do século revolucionaram a música popular e aceleraram o desenvolvimento de novas formas de música. Os sons de diferentes continentes começaram a se fundir de alguma forma.

Música no século XX

O século XX presenciou o desenvolvimento de quatro aspectos importantes na história da música:

1. O sempre crescente espírito nacionalista;

2. O aparecimento de importantes compositores norte-americanos e latino-americanos;

3. A ascensão de estilos internacionais na música, pela primeira vez desde o período clássico do século XVIII;

4. A procura de novos princípios harmônicos que substituíssem a harmonia tradicional de tônica-dominante.

1. O Nacionalismo tornou-se marcante na música espanhola. Os compositores soviéticos, dominados pelo governo comunista, criaram uma perspectiva oficialmente anti-romântica, conhecida como realismo socialista.

Os mestres húngaros escreveram obras calcadas em canções folclóricas mas com um estilo pessoal.

2. Novos compositores americanos começaram a expressar idéias de vanguarda de muita importância na música do século XX. A América Latina produziu compositores muito importantes como o mexicano Carlos Chávez e o brasileiro Heitor Villa Lobos.

3. Estilos internacionais. No início do século XX surgiu o Impressionismo, criado na França por Claude Debussy e mais tarde com Maurice Ravel. O compositor russo Igor Stravinsky, foi um inovador por excelência, criando vários estilos musicais. Suas criações levaram-no do nacionalismo e neoclassicismo até as composições dodecafônicas. Os primeiros balés de Stravinsky, especialmente A Sagração da Primavera, foram logo aceitos como clássicos contemporâneos.

4. Novos princípios harmônicos: os músicos acreditavam que já haviam esgotado todos os recursos do sistema tônica-dominante e sentiam que a música precisava de uma estrutura harmônica nova. Muitas inovações foram feitas e despertaram uma reação violenta de protesto, tanto do público como de compositores conservadores e críticos. Fizeram experiências de atonalidade e de politonalidade (duas ou mais tonalidades mesmo tempo).

Na década de 60, o nacionalismo deixou de representar uma força na música erudita. O mundo musical apresentava uma situação semelhante ao século XVII, quando estilos internacionais dominavam o cenário musical e compositores das mais diversas procedências e escolas podiam compartilhar dos mesmos pontos de vista artísticos. Nos países comunistas, o realismo socialista era o estilo oficial.

Alguns compositores continuaram a criar dentro dos conceitos de harmonia diatônica ou cromática. Ampliaram os limites de sistema harmônico de tônica-dominante, sem o destruir. Embora fossem combatidos por críticos e outros compositores, que os acusavam de conservadores, conseguiam obter o aplauso de um grande público amante da música. Vários compositores ocasionalmente omitiram o intérprete em favor da música eletrônica, que aumentou muito as possibilidades técnicas abertas ao compositor e à expressão musical.

Stockhausen e John Cage tornaram-se figuras importantes na criação e desenvolvimento da música aleatória ou improvisada. Ao contrário da música eletrônica, a música aleatória depende principalmente do intérprete. O compositor propõe alguns elementos rítmicos, harmônicos e melódicos e o intérprete a partir daí, cria sua própria interpretação. Por este motivo, não existem duas execuções iguais da mesma composição aleatória.

Fonte: http://www.edukbr.com.br/
Intenet: Wikiédia enciclopédia

HISTÓRIA DA MÚSICA

                                                   
 fonte: INTERNET Wikipédia

História da Música é estudo das origens e evolução da Música ao longo do tempo. Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no estudo da evolução cultural dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como qualquer área da história, é trabalho dos historiadores, porém também é freqüentemente realizado pelos musicólogos.
Em 1957 Marius Schneider escreveu: “Até poucas décadas atrás o termo ‘história da música’ significava meramente a história da música erudita européia. Foi apenas gradualmente que o escopo da música foi estendido para incluir a fundação indispensável da música não européia e finalmente da música pré-histórica."
Há, portanto, tantas histórias da música quanto há culturas e espaços no mundo e todas as suas vertentes têm desdobramentos e subdivisões. Podemos assim falar da história da música do ocidente, mas também podemos desdobrá-la na história da música erudita do ocidente, história da música popular do ocidente, história da música do Brasil, história do samba, e assim sucessivamente.
O objetivo do estudo da história da música
Se considerarmos o termo em sua maior abrangência, a história da música envolve ao menos:
  • As origens culturais da música em cada grupo humano estudado.
  • As influências culturais e sociais que a música exerce e sofre ao longo de seu desenvolvimento.
  • A origem e evolução de seus sistemas musicais característicos (que envolvem suas estruturas rítmicas, melódicas e harmônicas).
  • O desenvolvimento das formas musicais e dos gêneros e estilos.
  • A história dos instrumentos musicais e técnicas associadas à sua execução.
  • A influência mútua entre a música e os demais movimentos culturais.
  • A origem e evolução dos sistemas teóricos utilizados para estudá-la, incluindo sistemas de notação e análise musical.
  • As principais personalidades envolvidas na sua evolução. Os compositores e músicos que marcaram cada período ou gênero específico ou que impulsionaram o desenvolvimento de novas formas, estilos e gêneros.
  • A cronologia de todos estes temas.
Os métodos usados no estudo da história da música podem incluir a análise de manuscritos e iconografia, o estudo de textos críticos ou literários, a associação entre música e linguagem e a relação entre a música e a sociedade. A análise de artefatos arqueológicos e a documentação etnográfica também são instrumentos úteis a este campo do conhecimento.
A História da música e a etnologia Uma das razões do conceito difundido de que história da música refere-se apenas à música ocidental é a grande quantidade de obras existentes que tratam apenas desta vertente e predominaram por muitos séculos. Apenas após o surgimento da etnomusicologia (uma área da etnologia), foi que as origens da música não européia passaram a ser mais bem documentadas.
Nos estudos da música primitiva que tentam relacionar a música às culturas que as envolvem, há duas abordagens prevalecentes: a Kulturkreis da "Escola de Berlim" e a tradição norte americana da área cultural. Entre os adeptos da Kulturkreis está Curt Sachs, que analisou a distribuição de instrumentos culturais de acordo com os círculos culturais estudados por Gräbner, Schmidt, Ankermann e Preuss, entre outros, e descobriu que as distribuições coincidiam e estavam correlacionadas. De acordo com esta teoria, todas as culturas passam pelos mesmos estágios e as diferenças culturais indicam a idade e velocidade de desenvolvimento de uma dada cultura.
A teoria da área cultural, por outro lado, analisa a música de acordo com as regiões nas quais as pessoas compartilham a mesma cultura, sem atribuir a essas áreas um significado ou valor histórico (por exemplo, todos os Inuit tradicionais possuíam um caiaque, um traço comum que define a área cultural Inuit). Em cada uma das teorias, as regiões definidas necessariamente se interceptam, com pessoas que compartilham partes de mais de uma cultura, permitindo a definição dos centros culturais pela análise de seus limites. (Nettl 1956, p.93-94)
A etnologia analisa e documenta as manifestações culturais oralmente e as correlacionam às suas regiões para determinar a história de cada cultura. Isso inclui todas as manifestações artísticas, inclusive a música.
A música na pré história
Dança de Cogul. Imagem encontrada em Cogul, Espanha. Mostra a dança das mulheres em torno de um homem nu.

Somente através do estudo de sítios arqueológicos podemos ter uma idéia do desenvolvimento da música nos primeiros grupos humanos. A arte rupestre encontrada em cavernas dá uma vaga idéia desse desenvolvimento ao apresentar figuras que parecem cantar, dançar ou tocar instrumentos. Fragmentos do que parecem ser instrumentos musicais oferecem novas pistas para completar esse cenário. No entanto, toda a cronologia do desenvolvimento musical não pode ser definida com precisão. É impossível, por exemplo, precisar se a música vocal surgiu antes ou depois das batidas com bastões ou percussões corporais. Mas podemos especular, a partir dos desenvolvimentos cognitivos ou da habilidade de manipular materiais, sobre algumas das possíveis evoluções na música.
Na sua "História Universal da música", Roland de Candé nos propõe a seguinte seqüência aproximada de eventos:
  1. Antropóides do terciário - Batidas com bastões, percussão corporal e objetos entrechocados.
  2. hominídeos do paleolítico inferior - Gritos e imitação de sons da natureza.
  3. Paleolítico Médio - Desenvolvimento do controle da altura, intensidade e timbre da voz à medida que as demais funções cognitivas se desenvolviam, culminando com o surgimento do Homo sapiens por volta de 70.000 a 50.000 anos atrás.
  4. Cerca de 40.000 anos atrás - Criação dos primeiros instrumentos musicais para imitar os sons da natureza. Desenvolvimento da linguagem falada e do canto.
  5. Entre 40.000 anos a aproximadamente 9.000 a.C - Criação de instrumentos mais controláveis, feitos de pedra, madeira e ossos: xilofones, litofones, tambores de tronco e flautas. Um dos primeiros testemunhos da arte musical foi encontrado na gruta de Trois Frères, em Ariège, França. Ela mostra um tocador de flauta ou arco musical. A pintura foi datada como tendo sido produzida em cerca de 10.000 a.C.
  6. Neolítico (a partir de cerca de 9.000 a.C) - Criação de membranofones e cordofones, após o desenvolvimento de ferramentas. Primeiros instrumentos afináveis.
  7. Cerca de 5.000 a.C - Desenvolvimento da metalurgia. Criação de instrumentos de cobre e bronze permitem a execução mais sofisticada. O estabelecimento de aldeias e o desenvolvimento de técnicas agrícolas mais produtivas e de uma economia baseada na divisão do trabalho permitem que uma parcela da população possa se desligar da atividade de produzir alimentos. Isso leva ao surgimento das primeiras civilizações musicais com sistemas próprios (escalas e harmonia).

A Antigüidade

As primeiras civilizações musicais se estabeleceram principalmente nas regiões férteis ao longo das margens de rios na Ásia central, como as aldeias no vale do Jordão, na Mesopotâmia, Índia (vale do Indo atualmente no paquistão), Egito (Nilo) e China (Huang He). A iconografia dessas regiões é rica em representações de instrumentos musicais e de práticas relacionadas à música. Os primeiros textos destes grupos apresentam a música como atividade ligada à magia, à saúde, à metafísica e até à política destas civilizações, tendo papel freqüente em rituais religiosos, festas e guerras. As cosmogonias de várias destas civilizações possuem eventos musicais relacionados à criação do mundo e suas mitologias freqüentemente apresentam divindades ligadas à música.
Muitas obras de arte da Antigüidade mostram músicos e seus instrumentos, entretanto não existem conhecimentos sobre como os antigos faziam seus instrumentos. Apenas umas poucas peças completas de música da Antigüidade ainda existem, quase todas do povo grego.

Egito

Por volta de 4.000 a.C., as pessoas batiam discos e paus uns contra os outros, utilizavam bastões de metal e cantavam. Posteriormente, nos grandes templos dos deuses, os sacerdotes treinavam coros para cantos de música ritual. Os músicos da corte cantavam e tocavam vários tipos de harpa e instrumentos de sopro e percussão. As bandas militares usavam trompetes e tambores.

Palestina

O povo palestino provavelmente não criou tanta música quanto os egípcios. A Bíblia contém a letra de muitas canções e cânticos hebraicos, como os Salmos, onde são mencionados harpas, pratos e outros instrumentos. A música no templo de Salomão, em Jerusalém, no século X a.C., provavelmente incluía trompetes e canto coral no acompanhamento de instrumentos de corda.

China

Os antigos chineses acreditavam que a música possuía poderes mágicos, achavam que ela refletia a ordem do universo. A música chinesa usava uma escala pentatônica (de cinco sons), e soava mais ou menos como as cinco teclas pretas do piano. Os músicos chineses tocavam cítara, várias espécies de flauta e instrumentos de percussão.

Índia

As tradições musicais da Índia remontam ao século XIII a.C.. O povo acreditava que a música estava diretamente ligada ao processo fundamental da vida humana. Na Antigüidade, criaram música religiosa e por volta do século IV a.C. elaboraram teorias musicais. Os músicos tocavam instrumentos de sopro, cordas e percussão. A música indiana era baseada num sistema de tons e semitons; em vez de empregar notas, os compositores seguiam uma complicada série de fórmulas chamadas ragas. As ragas permitiam a escolha entre certas notas, mas exigiam a omissão de outras.

Grécia

Os gregos usavam as letras do alfabeto para representar notas musicais. Agrupavam essas notas em tetracordes (sucessão de quatro sons). Combinando esses tetracordes de várias maneiras, os gregos criaram grupos de notas chamados modos. Os modos foram os predecessores das escalas diatônicas maiores e menores. Os pensadores gregos construíram teorias musicais mais elaboradas do que qualquer outro povo da Antigüidade. Pitágoras, um grego que viveu no século VI a.C., achava que a Música e a Matemática poderiam fornecer a chave para os segredos do mundo. Acreditava que os planetas produziam diferentes tonalidades harmônicas e que o próprio universo cantava. Essa crença demonstra a importância da música no culto grego, assim como na dança e nas tragédias.

Roma

Os romanos copiaram teorias musicais e técnicas de execução dos gregos, mas também inventaram instrumentos novos como o trompete reto, a que chamavam de tuba. Usavam freqüentemente o hydraulis, o primeiro órgão de tubos; o fluxo constante de ar nos tubos era mantido por meio de pressão de água.

Idade Média

Os cânticos faziam parte do culto cristão desde os primórdios do cristianismo. Desenvolveram-se até tomar a forma de uma espécie de melodia chamada cantochão. Santo Ambrósio ajudou a elaborar uma série de regras para manter um estilo adequado ao canto de hinos sacros. A música que obedece a essas regras é chamada canto ambrosiano. Foi a primeira forma sistematizada do cantochão. Com o Papa Gregório, o Grande, os eclesiásticos criaram o canto gregoriano, que é o mais conhecido hoje em dia.
O cantochão era construído sobre uma série de modos semelhantes aos da música grega. A escala diatônica de hoje fixa as alturas de certas notas e indica as relações entre as notas; o cantochão, entretanto, nem sempre estabelecia a altura das notas; determinava apenas as relações entre elas, não tinha harmonia nem acompanhamento. A música da Antigüidade e dos primórdios da Era Medieval tem apenas uma linha melódica cantada e tocada por todos os executantes e é freqüentemente chamada monofonia. No início da Idade Média, todos cantavam tanto a música sacra como a profana ou secular (não religiosa) na forma monofônica.
Depois desejaram cantar e tocar uma música mais interessante e mais complexa do que a monofônica. Reuniram duas ou mais melodias, criando um tipo de música chamada polifonia, que significa muitos sons. A polifonia apareceu na Europa mais ou menos no século IX.. O contraponto (escrita polifônica) desenvolveu-se nos 800 anos seguintes

MÚSICA LÍNGUAGEM UNIVERSAL

A música não requer que se aprenda qualquer língua existente em nosso planeta. Ela é universal, portanto compreendida por todos, jovens e velhos, sábios ou iletrados.
 A música não necessita de apresentação; ela transmite sensações que podem ser agradáveis para uns e desagradáveis para outros,  mas de qualquer modo ela cumpriu a sua missão: a de uma vibração que  provoca uma sensação em qualquer ser humano.