sexta-feira, 9 de novembro de 2012

HISTORIA DO TANGO - DICCIONARIO DEL LUNFARDO


DICCIONARIO DEL LUNFARDO

Lunfardo – repertorio de términos que el pueblo de Buenos Aires tomó de entre los que, a fines del siglo XIX y comienzos del siglo XX, trajo la inmigración, e incorporó a su proprio lenguaje, con intensión festiva, cambiándoles a veces la forma y el significado.

ACAMALA – mantener, proveer a alguno de alimento
AFANA – robar, tomar para sí lo ajeno de cualquier forma ilegal.
BACÁN – concubinario. Hombre que mantiene a una mujer. Individuo adinerado o que aparenta serlo. Muy rico, lujoso. El femenino Bacana tiene las mismas acepciones al masculino ( Inc. la del “concubina”).
BAILONGO – baile
CAFISHIOS – rufián que sólo explota a una mujer
CALEFÓN – aparato accionado por electricidad o por gas que utiliza para calentar el agua.
CAMBALACHES – prendería
CANA – cárcel, prisión
CANYENGUE – cierto modo arrabalero de interpretar el tango o de bailarlo.
CARADURA – descarado, desfachatado
CARANCANFUNFA – en el lenguaje de los compadritos, el baile del tango con corte y quien lo danza diestramente.
CHORROS – ladrones
CINCHAR – tirar, hacer fuerza para llevar tras sí.
COMPADRITO – majo
CONVENTILLO –casa de vecindad, de aspecto pobre y con muchas habitaciones, en cada una de las cuales viven un o varios individuos o una familia.
DERECHO – justo, recto.
DUBLÉ – objeto de metal vil que imita una joya
ENGRUPIR – engañar
FAROLITO – caja transparente dentro de la cual se pone luz.
FAYANDO – faltar a la palabra empeñada, al compromiso contraído o a la expectativa creada. Frustarse alguna cosa.
FIERA – en la expresión “ser una fiera” para algo: ser excelente.
GAVIÓN – burlador, libertino que seduce a las mujeres
GIL – tonto
GRELA – mujer
HORNO – ( argentinismo) – infierno
JUGARSE – comprometerse, ponerse a riesgo en una acción.
LABURAR – trabajar
LADRAR – ( argentinismo) – cantar, expresarse
LARGUE  - dejar
MAMA – voz de origen campesino, que asimila la acción de mamar.
MANGO – peso ( unidad monetaria)
MANYÉS – comprender. Acto y efecto de calar, de conocer las cualidades e intenciones de alguien.
MARCHANTA – acción de lanzar
MATE – cabeza
MAULA – cobarde
MERENGUE – embrollo, enredo
MILONGA – lugar donde se baila. Fiesta en que se reúnen varias personas y se baila. Embrollo, enredo. Palabrerío vano.
MINA – mujer
MISHIADURA – pobreza
MORFAR – comer
MORLACOS – peso ( unidad monetaria)
OTARIO – cándido, tonto
PAICAS – muchachas
PARADAS – ostentación vana. Exhibición, fanfarronería, petulancia, vanidad.
PEBETA – muchacha
PERCANTA – mujer
PERNÓ – ajenjo, licor compuesto con esencia de ajenjo y otras hierbas
RECHIFLAO – trastocarse, mudar el ser o el estado
REMANYE – acto y efecto de calar, de conocer las cualidades e intensiones de alguien.
REO – vabagundo, individuo sin ocupación, amigo de juergas y renuente al trabajo. Humilde, pobre.
SUSHETA – petimetre, persona que cuida excesivamente de su compostura y de seguir las modas. Persona que acusa en secreto y cautelosamente
TAMANGOS – botín o zapato en general
TAPERA – casa abandonada y en ruinas
VÍA – en el desamparo, en la pobreza
VIHUELA – guitarra
VITROLA – gramófono
YIRA – callejear, andar vagando de calle en calle.


HISTORIA DO TANGO - ASTOR PIAZZOLLA



A década de 1950 conta com a atuação revolucionária de Astor Piazzolla. Piazzolla rompe com o tradicional trazendo para complementar os recursos clássicos do tango influências de Bach e Stravinsky por um lado, e por outro lado do Cool Jazz.
Nessa época o tango passa a ser executado com alto grau de profissionalismo musical, mas no universo popular a década de 1950 vê a invasão do Rock'Roll americano e as danças de salão passam a ser prática apenas de grupos de amantes.
Nos anos 60, uma lei de proteção à música nacional Argentina já está revogada, e o tango que era ouvido diariamente nas rádios vai sendo substituídos por outros ritmos estrangeiros, enquanto as gravadoras já não se interessam mais pelo tango. A juventude não só para de praticar o tango no lazer cotidiano como passa a ridicularizá-lo como coisa fora de moda. Com o desinteresse comercial das gravadoras, poucos grandes tangos foram compostos. Tem sido mais comun, as releituras de antigos sucessos e reinterpretações modernizadas dos maiores sucessos dos primeiros tempos.
Apesar de tantos talentos desaparecidos, o tango constitui, ainda hoje a mais clara identificação anímica e cultura de Buenos Aires. Até meados da década de 50, o espírito  das grandes massas girou em torno da expressão de sua letra; resultando num fato eminentemente nacional, porque desde seu início representou as inquietudes e vivências do portenho, habitante desta capital gigante, dessa colossal cabeça de Golias, sobre a qual convergem todas as atenções do país. O tango canalizava seus sentimentos, revivia a paisagem guardada em inumeráveis lembranças, a primeira namorada, os amores distantes, o bairro e as ruas dos jogos infantis, a cordialidade e profunda comunicação dos cortiços e pensões. Os amigos do peito, o ritual, sempre sagrado, de dançar o tango circunspecto, com gravidade, revestido da seriedade e tristeza que envolve (ou envolviam) o argentino em todos os seus atos.
Mas hoje já não existem as expressões múltiplas do tango. Já não temos nos fins de semana milhares de bailes, nem centenas de orquestras, nem dezenas de novos tangos, para que as massas vibrem e se comovam ante a sua liturgia. A juventude de hoje não pensa mais em termos de tango e não se identifica mais com sua antiga temática, nem se vê retratar por ele. As novas “letras” continuam nos remetendo ao passado e se prendem a temas antiquados, com exceção da poesia de Horacio Ferrer (Balada para mi muerte, María de Buenos Aires), não aparecem mais criações com o alto nível das surgidas nos anos 40.
Os jovens de hoje não respiram aquela antiga melancolia e desorientação que obrigavam ao portenho refugiar-se em permanente devaneio, à busca do mistério e do milagre.  E além do mais, tudo mudou tanto, que talvez até se tenha vergonha do tango – que era fraternal e inseparável  de nossa simples vizinhança de bairro e pensão, mas que significaria declínio, desolação e decadência nestes ásperos tempos de insaciável busca de status e de poder econômico.
Hoje a crítica Argentina detecta um retorno do tango, cada vez mais frequente em peças teatrais e cinematográficas. Em 1983 se apresentou em Paris uma inovação relativa aos espetáculos   planejados para o exterior: os casais de profissionais que integravam o elenco provinham da "milonga porteña". Era quebrada a imagem de bailarino acrobático.
No entanto, isto é apenas uma digressão. Tudo o que foi aqui exposto fala de um fenômeno artistico e social, de um fato cultural de enorme valor, magnitude e ressonância, cujo brilho fez com que os olhos do planeta convergissem para a Argentina. E isto basta.

“... A única coisa a fazer é tocar um tango argentino”
Manuel Bandeira, “Pneumotórax”. In “Libertinagem” (1930)

O Tango foi considerado um Patrimonio Cultural da Humanidade da Unesco em 30 de setembro de 2009, em Dubai


FONTE: TEXTO: JORGE MONTES- jornalista (Produção Bandeirantes Discos) –
Enciclopédia WIKIPÉDIA
Fonte: tangobh.br.tripod.com

HISTORIA DO TANGO - TEMA: A MULHER / OS ANOS DOURADOS DO TANGO


A MULHER - TEMA INVARIÁVEL

Desde o surgimento da letra para o tango em “Mi Noche triste”, ele tornou-se essencialmente uma canção de amor. Ela, a mulher, se constitui em tema invariável; assume o papel de protagonista de todas as mágoas dos poetas tangueiros. No tango, ela resulta em toda a panaceia universal, mitigando a angústia, a solidão e a tristeza que o homem deve passar na terra. A teoria tem sua melhor prova em centenas de letras dos mais brilhantes autores:

ALFREDO LE PERA – “ Arrabal Amargo” – con ella a mi lado, no vi tus tristezas, tu barro y miséria.
Cuesta abajo” – era para mi la vida entera, como un sol de primavera, mi esperanza y mi pasión…
El Dia que me quieras” -  como ríe la vida, si tus ojos negros, me quieren mirar…
JOSÉ MARÍA CONTURSI – “Gricel” – no debi pensar jamás, en lograr tu corazón, y sin embargo te busqué…
CATULO CASTILLO:  “Una canción”  - la dura desventura de los dos, nos lleva al mismo rumbo sempre igual.
F. GARCIA JIMENEZ – “Alma en pena” – Ella sí que me olvidó, y hoy frente a su puerta….
ENRIQUE SANTOS DISCÉPOLO – “UNO”  pero Dios te trajo a mis destino, sin sabe que ya es muy tarde.
CELEDONIO FLORES: “Mano a Mano” – tu presencia de bacana, puso calor en nido, fuiste buena, consecuente….
E tantos outros….

O tango passou por muitos outros temas com maior ou menor qualidade, mas sempre vinculados aos problemas metafísicos, sentimentais ou econômicos dos que, necessitados ou não compunham o setor baixo da população.


AS FASES DE OURO DO TANGO

Os pesquisadores do gênero identificam duas fases de ouro do tango,a primeira nos anos 20 , quando várias figuras do ambiente artístico de Buenos Aires e Montevidéu , inclusive muitos literatos como José Gonzalez Castillo e Fernán Silva Valdez canalizassem seus esforços no fomento da música popular Rio-Platense,e em especial do tango.
Nos anos 20, cantores como Carlos Gardel, Ignacio Corsini e Agustín Magaldi, e cantoras como Rosita QuirogaAzucena Maizani, venderam muitos discos na florescente indústria discográfica argentina e difundiram o tango para fora da Argentina.
O fim da década de 30 incorpora uma camada de talentosos músicos, compositores, e instrumentistas, quase todos diretores de orquestras, alguns dos quais procedem dos conjuntos mais famosos dos anos 20: Elvino Vardaro ( violino) do grupo de Piazzolla e dos “ Astros del tango”, do qual também fazem parte Enrico Mario Francini, Simón Bayur ( violinos), Julio Ahumada (bandoneón), Jaime Gosis ( piano), José Bragato (violoncelo), Mario Lelli  (viola) e Rafael del Bagno ou Tito Colom, (contrabaixo) com direção e arranjos orquestrais de Argentino Galván.
Do famoso sexteto de Vardaro, do qual não restou nenhum registro em disco, participava Anibal Troilo ( bandoneón) e mais tarde: Orlando Goñi, José Basso e Osvaldo Berlingieri   (pianos), Hugo Baralis ( violino) e Astor Piazzola ( bandoneón). E tantos outros como Leopoldo Frederico, Juan D’Arienzo, Roberto Firpo, Domingo Federico, Alfredo Gobbi ( filho do célebre Gobbi, que em 1906 levou o tango a Paris, com Angel Villoldo).
Graças à obra desses notáveis músicos, o tango alcança, na década de 40, uma de suas etapas mais produtivas e felizes. Não só pela qualidade dos criadores, mas também porque o panorama se completa com outros extraordinários compositores: Troilo, Mariano Mores (ex-pianista de Francisco Canaro), Sebastián Piana, que junto com Maffia, Laurenz, Marcucci e Ciriaco Ortiz, compõem o popular quintento Los Ases de Pebeco.
Os anos 40 são também definitivos para o florescimento dos mais destacados letristas do tango: José González Castilho, Alberto Vacarezza, Roberto Cayol, Samuel Lining, Enrique Dizeo, e muitos outros....
O tango também iniciou uma crítica social, especialmente com Discépolo e Celedonio Flores, em títulos como “Pan”, “Sentencia”, “ Cambalache”,  “ Al pie de la San Cruz”.
Dentro dessa extensa produção poética, marcada pelo tema e essência da alma sentimental do Rio da Prata, destacamos os versos que Discépolo escreveu em 1940 para a música “ EL CHOCLO” de Villoldo, porque eles constituem  uma síntese histórica do tango, e um canto de amor à sua mensagem de comunicação e identificação cultura com o homem argentino:

Con este tango que es burlón y compadrito
Se ató dos alas la ambición de mi suburbio
Con este tango nació el tango, y como un grito
Salió  del sórdido barrial buscando el cielo
Conjuro extraño de un amor hecho cadencia
Que abrió caminos sin más ley que la esperanza
Mezcla de rabia, de dolor, de fe, de ausencia,
Llorando en la inocencia de un ritmo juguetón.
Por tu milagro de notas agoreras
Nacieron sin pensarlo las paicas y las grelas,
Luna de charcos, canyengue en las caderas,
Y una ansia fiera en la manera de querer…
Al evocarte, tango querido…
Siento que tiemblan las baldosas de un bailongo
Y oigo el rezongo de mi pasado.
Hoy que no tengo más a mi madre,
Siento que llega en punta de pie para besarme
Cuando tu canto nace al son de un bandoneón…
Carancanfunfa se hizo al mar con tu bandera
Y en un pernod mezcló Paris con Puente Alsina.
Fuiste compadre del gavión y de la mina,
Y hasta comadre del bacán y la pebeta
Por vos susheta, cana, reo y mishiadura,
Se hicieron voces al nacer con tu destino,
Misa de faldas, kerosén, tajo e cuchillo,
Que ardió en los conventillos y ardió en mi corazón.

Dois nomes ainda se destacam pela extraordinária influência que exerceram sobre a história do tango, pela segurança e garra de sua melodia estritamente milongueiraANÍBAL “PICHUCO” TROILO e CARLOS DI SARLI.
Horacio Ferrer, eminente estudioso e ensaísta do tango, diz: “Troilo é a cara de seu povo”. Portenho, nascido em Abasto, crescido na esquina de Soler com Gallo, erguia seu solo como um cálice no domínio de suas mãos. Único, sim, com esse bandoneón que aprendeu a tocar à força de puro instinto, Com um som de primeira e uma garra daquelas, tirando das botoneiras um estilo onde se confundem  inesperadamente as frases viscerais de Ciriaco Ortiz, a densidade introvertida, característica de Pedro Maffia,  a bronca arrabalera que define o fraseio de Pedro Laurenz, e afastando-se de todas as influências, este estilo inteligente do gordo Troilo rechaça toda relação de parentesco, e nasce para fundador de dinastias”.
Em relação a Di Sarli, Ferrer assim o descreve:”teve na sua natureza de instrumentista genuinamente criador, o milonguero por excelência, em tudo quanto de domínio criollo e de valores intrínsecos do tango este conceito encerra. Foi um artista de poderosa força interpretativa. Concentrava-se ao piano sob o manto da pesada solidão que o envolvia, pondo-o às vezes dentro de uma redoma de aparente tristeza e introversão. A fecunda criatividade de sua mão esquerda foi reconhecida pelo domínio, sensível e raro, com que criou uma forma de dizer, de acentuar, de modular, de rellenar e bordonear sua música”.
Os anos 40 marcam a segunda época de ouro do tango , quando novos valores do tango como Aníbal Troilo , Astor Piazzolla, Armando Pontier se juntam a nomes consagrados como Francisco Canaro Carlos di Sarli, isso sem contar o fenômeno de popularidade que foi a típica de Juan D'Arienzo.
Os profissionais que haviam começado nas orquestras dos cabarés de luxo da década de 1920 estavam no auge de seu potencial. Nessa época as letras do tango passaram a ser mais líricas e sentimentais. A antiga temática dos bordéis e cabarés, de violência e obscenidades, era uma mera reminiscência. A fórmula ultra-romântica passa a caracterizar as letras: a chuva, a garoa, o céu, a tristeza do grande amor perdido. Muitos letristas eram poetas de renome e com sólida formação cultural.

HISTORIA DO TANGO- NASCE O TANGO TRISTE E CARLOS GARDEL



NASCE O TANGO TRISTE

Assim, chegamos a uma data-chave no desenvolvimento do tango: 1917. Surge uma nova geração de jovens e talentosos músicos e compositores que darão um relevo diferente ao tango, fazendo com que sua qualidade seja ampliada: Julio de Caro (19 anos), seu irmão Francisco ( 20 anos), Pedro Maffia (17 anos) e Pedro Laurenz (15 anos)- criaram um estilo que revolucionou esteticamente o tango. Maffia-Laurenz inventaram todas as possibilidades de estilística do bandoneón no tango. Juntaram-se a eles Enrico Delfino (22 anos), Juan Carlos Cobián ( 21 anos), Fresedo ( 20 anos), Anselmo Aieta (21 anos) e Sebastián Piana, Osvaldo Pugliese e Edgardo Donato, autor do grande sucesso “ A media Luz”. Mas o fato mais importante do ano, e que viria a se confirmar mais tarde, constituiu-se no sucesso dos versos de um jovem de 28 anos, cantor e violonista Pascual Conturci, feitos para uma música chamada “Lita”, um tango de Castriota. Com isso, Contursi compõe “ Mi noche triste”, a música que segundo afirma Enrico Santos Discépolo “leva o tango dos pés à boca”.
A criação do “tango-canção”, diverso de tudo o que havia sido feito, causa uma enorme mudança no panorama vivido até então. O tango deixa o tom alegre e satírico de sua origem marginal, para transformar-se, com sua melancólica temática, no testemunho da vida popular. Buenos Aires, a cidade gigantesca e múltipla, encontra a sua canção, e com ela expressará a seguir seus sentimentos e críticas ante o amor, a dor e a alegria. Mas também, como foi estabelecido por “ Mi noche triste”, os tangos cantados falam em sua maioria, da nostalgia, do perdido e irrecuperável, da rebelião contra o ausente e amargura criada por essa orfandade econômica que leva à miséria o homem do povo.
O tom de interpretação desse novo tango é proporcionado por Carlos Gardel (27 anos), que era, até então, um intérprete de canções rurais, especialmente do sul. Como homem da cidade, encontra no tango o retrato de sua própria vida de portenho. Coloca seu sotaque malevo, aprendido no bairro de Abasto, que é o microcosmo da vida popular de Buenos Aires, caracterizada por excesso de italianos, espanhóis e judeus, que constituíam  a meta- de seus habitantes. Em luta com os nativos (“criollos” marginalizados pela onda de imigrante estrangeiros), a necessidade os força a aceitar tarefas que consideravam indignas do homem  (por distantes das tarefas masculinas do campo, que acabavam de deixar”). Enfim, graças a elas, se ergueu esta grande metrópole que é Buenos Aires.
Por acaso, desta mistura de idiomas do imigrante resulta o lunfardo, um idioma lumpen, mitologia da rua, povoada por vozes estrangeiras-autênticas ou transformadas pelo uso, que entram pela força de possuir uma linguagem própria e ser diferente do idioma de seus ancestrais imigrantes ou de seu passado rural. Esta será a língua falada do portenho, a definir sua personalidade, sua busca a um país que lhe pertença por inteiro, a ascensão a uma identidade diversa. A mulher passa a ser: la percanta, la mina, la grela, la naifa,etc...; a casa: el bulín, el cotorro, el nido, la zapie; a cama: la catrera; o trabalho: el yugo, el laburo, el jotrabo… e continua a sucessão de palavras e sinónimos agregados a cada termo legal ou autorizado, até completar um idioma de quase seis mil palavras. Estas trazem ao tango um idioma único, necessitando de tradução em qualquer lugar que não seja Buenos Aires. A cadência dessa nova forma de falar se torna uma das “pinturas” mais marcadas do tango.


CARLOS GARDEL




Gardel nasceu  em 11 de Dezembro de 1890 em Toulouse, França e foi registrado sob o nome de  Charles Romuald Gardès, filho da lavadeira Berthe Gardès e de pai desconhecido..  No início de 1893, mãe e filho embarcaram no navio SS Don Pedro,  para Buenos Aires, chegando em 11 de março de 1893. Berthe Gardès teve seu passaporte registrado, ela disse às autoridades de imigração  que  era  viúva. O menino de dois anos de idade, foi registrado como Charles Gardès. Gardel Morou grande parte de sua vida no bairro portenho do Abasto; teve uma infância pobre e desde cedo viveu de pequenos bicos. Chamavam-no de Carlos ou Carlitos.
Começou a cantar aos 17 anos e em 1911 formou uma dupla com o cantor uruguaio José Razzano, quem o transformou no fenômeno musical da década. O reconhecimento veio em 1914 quando passou a se apresentar regularmente no cabaré Armenonville, em Buenos Aires. Após a separação da dupla, começam as primeiras viagens ao exterior. No ano de 1925, Gardel já era popular em toda a América espanhola; 1927 foi o ano da sua consagração na Europa, alcançando grande sucesso em Paris. Em seguida os Estados Unidos e o cinema. Nos estúdios da Paramount, em Nova York, atuou em vários filmes que fizeram grande sucesso e estenderam ainda mais a sua lenda.
No dia 24 de Junho de 1935, Gardel morreu num desastre aéreo, no auge da carreira e da fama, em Medellín, Colômbia.O mito de Gardel atravessou vigorosamente todo o século. Hoje representa um verdadeiro ícone do tango e continua sendo uma das personalidades mais queridas de toda a Argentina.

LA CUMPARSITA - CARLOS GARDEL 
FONTE: TEXTO: JORGE MONTES- jornalista (Produção Bandeirantes Discos) –
Enciclopédia WIKIPÉDIA

HISTORIA DO TANGO - O TANGO EM PARIS


Outro  caminho para a aceitação do tango pelas classes mais altas veio de Paris. No início do século XX, a fragata “Sarmiento” levara muitas partituras do LA MOROCHA, que inundaram a “ Cidade Luz”. Paris se apaixonou pelo tango, uma dança exótica e sensual para os parisienses, que levou muitos artistas argentinos e uruguaios a viajar e até se radicar na capital francesa, entre eles Gobbi e Angel Villoldo com a missão de gravar discos. Entre os bailarinos, Casimiro Aín, o famoso Vasco Aín teve a honra de servir de exemplo para que S.Santidade , o Papa Pio X, julgasse suas “firulas” e absolvesse o tango de sua antiga mancha de música de lenocínio.
O tango, tanto em sua interpretação cantada, como dançada, cativou aos franceses. O público, a crítica, a nobreza e a intelectualidade lhe deram sua total aprovação. Dele tomaram conhecimento o Czar Nicolau II e Rodolfo Valentino, que depois imporia seu famoso tango fantasia “ a la Valentino”.
O tango virou uma febre em Paris e, como Paris era o carro chefe    cultural de todo o mundo civilizado, logo o tango se espalhou pelo resto do mundo. As parcelas moralistas da sociedade condenavam o tango, assim como já haviam se colocado contra a valsa antes, por o considerarem uma dança imoral. A própria alta sociedade Argentina desprezava o tango, que só passou a ser aceito nos salões de alta classe pela influência indireta de Paris.
A elite argentina em turismo pela França se assombra com tamanho sucesso e com o insólito relevo intelectual que o tango adquire, e essa mesma elite começa a se orgulhar de ser parte desse produto do “arrabal portenho”, que antes desprezava por sua origem marginal.
Enrique Garcia Velloso, escritor de comédia escreve a peça  -
“ El Tango em Paris”, comédia encenada em 1913,interpretada por Florencio Parravicini, contando a aventura vivida pelos músicos argentinos que levam o tango a Paris. Muitos anos depois, o mesmo ator, desta vez com argumento de Manuel Romero, volta com a mesma temática no filme “ Tres anclados em Paris”, onde de forma satírica evoca a fascinação que essa cidade provoca nos argentinos de ontem e de sempre.
Na mesma época, o Barão de Marchi organiza uma reunião no  “Palais de Glace”, em Buenos Aires, para apresentar o tango à alta sociedade portenha.  Dos passos simples aos passos trabalhados, os bailarinos bordaram suas melhores linhas coreográficas para que a exibição tivesse a máxima autenticidade.  A “gente fina” local experimentou, então, um assombro e um entusiasmo semelhantes aos dos franceses. Os mais inteligentes haviam finalmente compreendido que o vilipendiado tango arrabalero era, no sentido antropológico, a única “cultura” que poderiam mostrar ao mundo como coisa própria.
As portas de muitos lugares importantes foram abertas e o tango passou a ser a atração principal desses lugares: o Royal Pigall, na Calle Corrientes. A sua filial, nos bosques de Palermo, a casa batizada com o gálico nome de Armenonville, foi  inaugurada por Vicente Greco. Nessa Casa atuaram também Roberto Firpo e Francisco Canaro. Estes dois foram os cabeças na época do abandono da “velha guarda”, os que lutaram pelo tango, fazendo com que sua presença se estendesse ao cinema, ao teatro e às festas da alta-sociedade. Canaro, um trabalhador infatigável, lutou de forma incansável até o último minuto de sua vida, na procura de novos caminhos. No Armenonville também se consagrou a dupla Gardel-Razzano, sendo Carlos Gardel ( que morreu em 1935), até os dias de hoje, o arquétipo do cantor de tangos e da policromática personalidade do portenho.


FONTE: TEXTO: JORGE MONTES- jornalista (Produção Bandeirantes Discos) –
Enciclopédia WIKIPÉDIA



HISTORIA DO TANGO - A VELHA GUARDA DO TANGO


A fase do tango alegre alcançou sua maior intensidade no bairro da “Boca” que – segundo José Sebastián – entre 1916 e 1918 era o centro noturno do tango típico. Na “Boca” o tango era uma coisa de machos, assim com uma dose  dupla de absinto ou uma punhalada. Entretanto outro ensaísta famoso Daniel Vidart, reconhecendo e aceitando a infância cansada do tango, explica:  “mas o tango também  foi dançado pelos carregadores, feirantes, lixeiros, peões, e foi a música de lavadeiras, passadeiras e costureiras dos cortiços, e foi cantado nos prostíbulos, sim, mas foi também o vento jovem das praças, a alegria das esquinas, a música das pianolas e a campainha dos bondes dos operários”.
No bairro da “Boca” havia muitos bares que eram servidos por garçonetes. Nos pequenos e estreitos palcos que serviam de cenário surgiu a fama de alguns dos nomes mais significativos da “velha guarda” do tango: Agustín Bardi (pianista), Francisco Canaro    (violino), Roberto Firpo (piano), Vicente Greco (bandoneón), Samuel Castriota (piano), Eduardo Arolas  (bandoneón) e Angel villoldo (cantor), entre outros. Aqueles alegres e duvidosos  salões de “entretenimento” chamados La Marina, La turca, La Taquera, La Popular, El Griego, Las Flores, El Argentino, El Royal, constituíram um centro de reunião da vida marginal de Buenos Aires, que tinha como eixo a legendária esquina formada pelo cruzamento das Ruas Suárez e Necochea. Ali nasceram as imortais composições: Don Juan, El Esquinazo, 9 de Julio, El llorón, Sábado Inglés, El amanhecer, etc...
Se os Corrales Viejos e La Batería ofereceram suas pistas aos criadores do tango dançado, foi nos cantos do bairro de Juan de Dios Filiberto onde seu ritmo e melodia começaram a conquistar auditórios. Filiberto também percorria as mesmas ruas daquele tempo, apesar de sua obra possuir um tom romântico, totalmente alheio ao mundo do pecado por ele descrito.  É que a obra musical, ao contrário das outras artes, jamais poderá ser taxada de imoral. Por isso, no fundo, não era grave que lhe servisse de terra de cultivo o ambiente de prostíbulo. Suas notas vinham caminhando ao som do clamor popular e começavam a ganhar chão à procura da conquista do centro da cidade. Das casas mal afamadas do bairro da Boca e outros salões da periferia, o tango passa às casas mal-afamadas que circundam o centro da cidade onde reinam: a Morocha Laura, Maria la Vasca, Mamita, Madame Blanche e a China Joaquina. São lugares privados que filtram a frequência com ingressos caros, que se tornam proibitivos para os mais pobres. Alguns desses bailes são animados por ases da “velha guarda” : Rozendo Mendizábal, José Luiz Roncallo e Ernesto Ponzio.
Também o bairro de Palermo concentra sua atenção no tango através de Hansen, El Tambito e El Velódromo onde atuam Luis Teisseire, Enrique Saborido, José Luis Padula, Paulos, Ponzio, Berto e Bazán.
No auge em que vai entrando o tango, as pequenas orquestras da     “velha guarda” começam a ocupar os cafés da periferia, preparando-se para o grande salto ao centro. Manuel Aróstegui anima as noites do Maratón, Canning e Costa Rica. Domingos de Santa Cruz exibe suas habilidades “bandoneonísticas” no Café Atenas de Canning e Santa Fé; Castriota no El Protegido de San Juan y Pasco; os irmãos Greco no El Estribo de Entre Rios e Independencia; Bardi no TVO de Montes de Oca e California; Pacho é o maior sucesso no Garibotto de Pueyrredon e San Luis. Outros músicos de igual sucesso atuam em La Fatinola, La Fazenda, El Caburé, e no famoso salão Rodriguez Peña.
Com tais baluartes nos bairros, os líderes do tango iniciam sua marcha ao centro. Pacho se apresenta no Bar Corrientes, no 1400 da rua do Tango; Eduardo Arolas ocupa o Botafogo e Roberto Firpo acompanhado por Bachicha (J.b. Deambroggio) tentam ocupar a hispânica Avenida de Mayo, transformando El Centenario em café de Tango, no 1200 desta avenida.
Nesses cafés cumpria-se um ritual, uma mística exclusiva para homens solitários, e que com os anos desembocaria nas famosas “catedrais do tango” dos anos 30 e 40, chamadas: cafés El Nacional, Marzotto e Germinal, todos desaparecidos nos primeiros anos da década de 50.
Em 1910, num café-concerto do bairro da Boca, atuava Angel Villoldo (El Choclo e El Esquinazo), que foi, sem dúvida, o mais criativo de seu tempo. É dele o mérito de ampliar o espectro do tango, levando-o a um nível mais familiar e de maior dignidade humana. Depois de compor obras com versos que aludem ao bordel (La Morocha, de Saborido), Villoldo leva essas composições às pianolas de Rinaldi-Roncallo, a fim de que fossem incluídas em seu repertório. Montados nesses instrumentos ambulantes, que substituem a eficácia do rádio na tarefa de divulgar e promover a música popular, os compassos do tango se espalham pela cidade, penetram nas varandas das casas de família e acabam por se instalar nas mesmas estantes onde antes estavam as partituras de “Pour Elise” ou da “Valsa das Ondas”, que eram romanticamente interpretadas pelas donzelas da casa. Assim, o tango deixa para trás o turvo passado, desligando-se do eco dos prostíbulos do seu nascimento no bas-fond e do escândalo de ter servido de marco para os turbulentos encontros entre os taitas e as percantas da periferia.


FONTE: TEXTO: JORGE MONTES- jornalista (Produção Bandeirantes  Discos) –
Enciclopédia WIKIPÉDIA

HISTÓRIA DO TANGO - AS ORIGENS


“ O tango é a única expressão autêntica de Buenos Aires, que é por sua vez a síntese e expressão de toda a Argentina. É puro instinto, assim como os argentinos, que sempre viveram uma vida intuitiva, de pouco pensamento e intelecto. Por pertencer ao mundo da sensação e do sub-consciente, o tango é anti-intelectual, como a essência argentina. Mais ainda, por pertencer ao mundo da criação instintiva e dos sentimentos, o tango é contra tudo que possa ser considerado mecânico ou coletivo. No tango, encontram-se muitas de nossas características essenciais. Por isso, é a expressão de nossa passividade, de nossa tristeza fundamental , de nosso sensualismo lânguido, da nossa negligência, de nossa desolação.”
MANUEL GALVEZ, “ Hombre en Soledad”, 1938

“ O tango é a dança popular mais profunda do mundo”.
Waldo Frank, “ América Latina”.

O tango não tem uma origem muito clara; vem da periferia, dos arrabaldes da cidade de Buenos Aires, que se confundia com o pampa. O tango nasceu órfão e à margem da elite, e é impossível determinar com certeza a data em que viu a luz pela primeira vez, nem quem possa ter sido o seu pai, porque o tango é o resultado da mistura de diversos condimentos e sabores: o canto e a dança dos crioulos da Buenos Aires colonial; a “Habanera”, chamada de tango americano pelos europeus;  o “tanguillo”, andaluz; as formas musicais dos imigrantes espanhóis e italianos. O tango nasceu como expressão folclórica das populações pobres, oriundas de todas essas origens, que se misturavam na crescente Buenos Aires.
Os negros tinham um tipo de batuque chamado de “candombe” e o som da pele do tambor deu-lhe o nome: tan-gó. O eminente musicólogo  Ortiz Oderigo opta pela corrente africana ao afirmar que o nome tango constitui-se numa corruptela do nome Xangô, deus do trovão e das tempestades na mitologia dos Yorubás da Nigéria, onde Xangô também era o nome do tambor usado nos rituais.
Jorge Luiz Borges, escritor argentino, afirma: “ O tango é negro na raíz”, e só poderia ter nascido em Buenos Aires ou Montevidéu.


“ Esa ráfada, el tango, esa diablura
Los atareados años desafia;
Hecho de polvo y tempo, el hombre dura
Menos que la liviana melodía”.
JORGE LUIZ BORGES

Esse tom escuro resulta na mais evidente cor racial do tango, porque, em 1865, o ator canadense German McKay, residente em Buenos Aires, parodiava os gestos e a linguagem da gente de raça africana, personificando comicamente o NEGRO SCHICOBA, na intepretação do canto e dança chamados tango. O ritmo da canção entoada por McKay, cuja partitura ainda existe, viria a fazer do velho candombe a dança oficial dos negros; “O Negro Schicoba”, escrita em 2/4, mostrava, em seus compassos de “habanera”, certos traços do que viria a constituir-se o som e a estrutura musical do tango.
Nas duas últimas décadas do século XIX, o tango  era interpretado nos prostíbulos de Buenos Aires e Montevidéu com violino, flauta e violão. Nessa época era dançado por dois homens, daí o fato dos rostos virados, sem se fitar.



homens dançando tango, Rosário 1913


  
Naqueles tempos era considerada   obscena a dança entre homens e mulheres abraçados, sendo este um dos aspectos do tango que o manteve circunscrito aos bordéis, onde os homens usavam os passos que praticavam e criavam entre si nas horas de lazer mais familiar. Mais tarde, se tornou uma dança tipicamente praticada nos bordéis e nessa fase as letras tinham temática voltada para esses ambientes. O “bandoneón” que atualmente caracteriza o tango chegou a região do Rio da Prata por volta de  1900 nas maletas dos imigrantes alemães.
Numa fase inicial, o tango era puramente dançante. O povo se encarregava de improvisar letras picantes e bem humoradas para as músicas mais conhecidas.
No final do século XIX eram populares várias espécies de tango: o    “tango andaluz” (1855-1880), o “tango cubano”, e outras variedades. Os conhecidos como “tangos africanos” eram interpretados pelos artistas das companhias espanholas que atuavam na cidade e entravam em cena caracterizados de negros, tal como fazia McKay e outros atores americanos. Várias décadas depois, em 1927, Al Johnson continuava essa moda, fixando nas telas essa caracterização ao interpretar “O Cantor de Jazz”, filme que inaugurou a era do cinema falado.
Existiu também o tango brasileiro muito em voga no início do    século vinte no Rio de Janeiro. Muitos dizem que ele nada mais era que uma denominação do maxixe, devido ao fato de este ter sido proibido. Daí editarem as canções com o gênero descrito por "tango brasileiro". Outros contestam essa história dizendo que há diferença entre o tango brasileiro e o maxixe e esta se daria pela presença de uma pausa na primeira semicolcheia do primeiro tempo, que o tango não possuiria.
O tango começou a brilhar suas filigranas milongueiras nos bailes   do submundo, periferia e arrabaldes de Buenos Aires: Corrales Viejos     (hoje Parque Patricio), Bateria (hoje, Retiro), Santa Lucia, em Barracas al Sur (hoje Avellaneda) e em Recoleta, onde hoje existe o parque com o mesmo nome.                                              
A proximidade com o pampa de Buenos Aires frutificou nos muitos      títulos de tango com termos campestres: La Tablada, El Cencerro,
El Buey Solo, La trilla, Bataraz, El Baqueano, La Huella, e outros... Os vaqueiros e carreteiros que vinham do pampa trazendo gado, ao chegarem à periferia da capital, trocavam seus trajes de “gaúcho” por outra roupa mais urbana, em lugares feitos especialmente para esse fim, e logo entravam na cidade com as roupas pitorescas dos malandros do subúrbio. Este elemento “lumpen” era o senhor dos arrabaldes, compostos de compadres, malandros e arruaceiros. Esses personagens se moviam no cenário feito de casas de danças e bordéis baratos.  É aí onde começa a trajetória do tango que o levará a alcançar a primeira etapa de sua identidade musical, quando sua orquestra típica “criolla” é criada.  Do contato infame com os bordéis, aparece uma série de títulos com duplo sentido:  “El Choclo”, “La Flauta de Bartolo”, “La Cara de la Luna”, “La Budinera”, “Aqui se Vacuna”, “Che”, entre outros.
Esse ambiente fez com o tango fosse uma música proibida, tanto  pelos personagens e lugares, quanto pela maneira dos pares dançarem tão agarrados, dando-lhe um caráter erótico. 
Carlos Vega, profundo estudioso da dança universal, expressava, num artigo publicado pelo jornal “La Prensa”, em l954, referindo-se à sua coreografia solene: “dançar (tango) é algo grave e profundo; os interesses da espécie se acendem em seu vigor e inspecionam sua eficácia. Quando se dança não se ri.” E continuando:  “Era necessário voltar à dança. Em algum lugar do mundo, num ambiente afastado, haveria de ser realizado este baile salvador. E isto aconteceu. Homens de todas as classes sociais e anônimas mulheres de bordel promoviam seu nascimento: entre ligas à mostra e facas escondidas, a cidade de Buenos Aires paria a grande dança do século XX.” Surgia o “ tango argentino”.

LOS HERMANOS MACANA
ENRIQUE Y GUILLERMO DE FAZIO


A posição da mão é que determina quem conduz quem , já que ambos são homens.

No início do século XX, o Tango era dançado entre homens, como é o
Sirtaki, dança tradicional grega.
Levou mais de 20 anos até que o TANGO fosse dançado com uma mulher.
Este vídeo é uma obra de arte.

O estilo é uma pequena jóia ...
FONTES:
TEXTO: JORGE MONTES- jornalista (Produção Bandeirantes Discos) –
Enciclopédia WIKIPÉDIA
Vídeo: Youtube