segunda-feira, 27 de junho de 2011

É HORA DE DANÇAR A QUADRILHA



Preparar a roupa típica e dançar a quadrilha. Em junho acontece uma das manifestações culturais que mais têm a cara do Brasil (além do carnaval): as festas Juninas. São Paulo não fica de fora e se rende  à tradição das quermesses e arraiais que se espalham pelas igrejas, escolas, clubes.
Tanta festança deve-se a três santos adorados pelos católicos brasileiros: Santo Antônio, São João e São Pedro, que tiveram uma ajuda para serem tão festejados, já que os dias em suas homenagens são próximos uns dos outros (13,24 e 29 de Junho).
A tradição das festas juninas no Brasil é antiga e foi trazida pelos colonizadores europeus, mas aos poucos foi incorporando os costumes locais.
Na época da colonização do Brasil, após o ano de 1500, os portugueses introduziram em nosso país muitas características da cultura européia, entre elas as festas juninas. Essas festas surgiram no período pré-gregoriano, como uma festa pagã em comemoração à grande fertilidade da terra, às boas colheitas, na época do solstício de verão, no dia 24 de junho, e cristianizada, na Idade Média, como festa de São João. Tradicionalmente conhecidas como Joaninas  receberam esse nome para homenagear João Batista. Assim, passou a ser uma comemoração da Igreja Católica, onde são homenageados três Santos: no dia 13 a festa é para Santo Antonio, no dia 24 para São João e no dia 29 para São Pedro.


No Brasil, recebeu o nome de junina porque acontece no mês de junho. Além de Portugal, a tradição veio de outros países europeus cristianizados dos quais são oriundas as comunidades de imigrantes chegados a partir de meados do século XIX. Ainda antes, porém, a festa já tinha sido trazida para o Brasil pelos portugueses e logo foi incorporada aos costumes das populações indígenas e afro-brasileiras. Os negros e os índios que viviam no Brasil não tiveram dificuldade em se adaptar às festas juninas, pois são muito parecidas com as de suas culturas.


A origem da quadrilha
A dança que é o ponto alto da festa junina, não surgiu no sertão do Brasil. A quadrilha tem suas origens ligadas à França, no início do século XIX e a Primeira Guerra Mundial. A “quadrille” francesa,  uma dança de salão para quatro pares, refinada, em que só os nobres podiam participar,  por sua parte, já era um desenvolvimento da “contredanse”, popular na corte do século XVIII. A “contredanse” por sua vez, se desenvolveu a partir de uma dança inglesa de origem campesina, surgida provavelmente por volta do século XIII, e que se popularizou em toda a Europa na primeira metade do século XVIII.
 “Naquela época a elite brasileira imitava o costume e colocava suas melhores roupas só para dançar a quadrilha. Era apresentada nos bailes da corte e os passos lembravam um minueto”, explica o auxiliar de marketing Diogo Ferreira Gatto, um dos integrantes do grupo folclórico “Quadrilha da Nova Geração”, que há sete anos integra quadrilhas que se mantêm fiéis ao estilo do século 18. “Desde criança as quadrilhas sempre me chamaram atenção, conheci o pessoal do grupo “Levanta Poeira” quando era adolescente e não parei mais”, diz Diogo em sua reportagem  para a revista Já, em 1 de junho de 2003.
Segundo Gatto, quando uma moça rica, ou sinhazinha, ia se casar, era feita uma quadrilha para apresentá-la aos cavalheiros. Assim ela poderia escolher quem seria o seu pretendente.
A dança só se tornou popular no Brasil quando desceu as escadarias dos palacetes e foi parar nas festas dos mais pobres. Ao longo do século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com danças brasileiras pré-existentes e teve subsequentes evoluções (entre elas o aumento do número de pares e o abandono de passos e ritmos franceses). Ainda que inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento no Brasil rural (daí o vestuário campesino), e se tornou uma dança própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste.


A festa de São João brasileira é típica da Região Nordeste. Por ser uma região árida, o Nordeste agradece anualmente a São João, mas também a São Pedro, pelas chuvas caídas nas lavouras. Em razão da época propícia para a colheita do milho, as comidas feitas de milho integram a tradição, como a canjica e a pamonha.

O local onde ocorre a maioria dos festejos juninos é chamado de arraial, um largo espaço ao ar livre cercado ou não e onde barracas são erguidas unicamente para o evento, ou um galpão já existente com dependências já construídas e adaptadas para a festa. Geralmente o arraial é decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro ou bambu. Nos arraiais acontecem as quadrilhas, os forrós, leilões, bingos e os casamentos matutos.


Nessa região as comemorações são bem acirradas – duram um mês, e são realizados vários concursos para eleger os melhores grupos que dançam a quadrilha. A partir de então, a quadrilha, nunca deixando de ser um fenômeno popular e rural, também recebeu a influência do movimento nacionalista e da sistematização dos costumes nacionais pelos estudos folclóricos.
O nacionalismo folclórico marcou as ciências sociais no Brasil como na Europa entre os começos do Romantismo e a Segunda Guerra Mundial.
A quadrilha, como outras danças brasileiras tais que o pastoril, foi sistematizada e divulgada por associações municipais, igrejas e clubes de bairros, sendo também defendida por professores e praticada por alunos em colégios e escolas, na zona rural ou urbana, como sendo uma expressão da cultura cabocla e da república brasileira. Esse folclorismo acadêmico e ufano explica duma certa maneira o aspecto matuto rígido e artificial da quadrilha.
Sua sobrevivência até nossos dias deve-se ao trabalho educativo de conservação e prática feito pelos estabelecimentos do ensino primário e secundário, mais do que à prática campesina real.
A quadrilha brasileira tem uma coreografia em que diversos casais caipiras encenam um casamento na roça.
Desde do século XIX e em contato com diferentes danças do país mais antigas, a quadrilha sofreu influências regionais, daí surgindo muitas variantes:
  • "Quadrilha Caipira" (São Paulo)
  • "Saruê", corruptela do termo francês "soirée", (Brasil Central)
  • "Baile Sifilítico" (Bahia)
  • "Mana-Chica" (Rio de Janeiro)
  • "Quadrilha" (Sergipe)
  • "Quadrilha Matuta"

Hoje em dia, entre os instrumentos musicais que normalmente podem acompanhar a quadrilha encontram-se o acordeão, pandeiro, zabumba, violão, triângulo e o cavaquinho. Não existe uma música específica que seja própria a todas as regiões. A música é aquela comum aos bailes de roça, em compasso binário ou de marchinha, que favorece o cadenciamento das marcações.
Em geral, para a prática da dança é importante a presença de um mestre "marcante" ou "marcador", pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores devem desenvolver. Termos de origem francesa são ainda utilizados por alguns mestres para cadenciar a dança.


Os participantes da quadrilha, vestidos de matuto ou à caipira, como se diz fora do nordeste (indumentária que se convencionou pelo folclorismo como sendo a das comunidades caboclas), executam diversas evoluções em pares de número variável. Em geral o par que abre o grupo é um "noivo" e uma "noiva", já que a quadrilha pode encenar um casamento fictício. Esse ritual matrimonial da quadrilha liga-a às festas de São João européias que também celebram aspirações ou uniões matrimoniais. Esse aspecto matrimonial juntamente com a fogueira junina constituem os dois elementos mais presentes nas diferentes festas de São João da Europa.  
Com o passar dos anos, as festas juninas ganharam outros símbolos característicos. Como é realizada num mês mais frio, passaram a acender enormes fogueiras para que as pessoas se aquecessem em seu redor. Várias brincadeiras entraram para a festa, como pau de sebo, o correio elegante, os fogos de artifício, o casamento na roça, dentre outros, com o intuito de animar ainda mais a festividade.
As comidas típicas dessa festa tornaram-se presentes em razão das boas colheitas na safra do milho. Com esse ceral são desenvolvidas várias receitas, como bolos, caldos,
pamonhas, bolinhos fritos, curau, pipoca, milho cozido, canjica, dentre outros.




CANÇÕES

CAPELINHA DE MELÃO
autor: João de Barros e Adalberto Ribeiro

Capelinha de melão
é de São João.
É de cravo, é de rosa, é de manjericão.

São João está dormindo,
não me ouve não.
Acordai, acordai, acordai, João.

Atirei rosas pelo caminho.
A ventania veio e levou.
Tu me fizeste com seus espinhos uma coroa de flor.
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PEDRO, ANTÔNIO E JOÃO
autor: Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago

Com a filha de João
Antônio ia se casar,
mas Pedro fugiu com a noiva
na hora de ir pro altar.

A fogueira está queimando,
o balão está subindo,
Antônio estava chorando
e Pedro estava fugindo.

E no fim dessa história,
ao apagar-se a fogueira,
João consolava Antônio,
que caiu na bebedeira.
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BALÃOZINHO 

Venha cá, meu balãozinho.
Diga aonde você vai.
Vou subindo, vou pra longe, vou pra casa dos meus pais.

Ah, ah, ah, mas que bobagem.
Nunca vi balão ter pai.
Fique quieto neste canto, e daí você não sai.

Toda mata pega fogo.
Passarinhos vão morrer.
Se cair em nossas matas, o que pode acontecer.
Já estou arrependido.
Quanto mal faz um balão.
Ficarei bem quietinho, amarrado num cordão.
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SONHO DE PAPEL
autor: Carlos Braga e Alberto Ribeiro

O balão vai subindo, vem caindo a garoa.
O céu é tão lindo e a noite é tão boa.
São João, São João!
Acende a fogueira no meu coração.

Sonho de papel a girar na escuridão
soltei em seu louvor no sonho multicor.
Oh! Meu São João.

Meu balão azul foi subindo devagar
O vento que soprou meu sonho carregou.
Nem vai mais voltar. 
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PULA A FOGUEIRA

autor: João B. Filho

Pula a fogueira Iaiá,
pula a fogueira Ioiô.
Cuidado para não se queimar.
Olha que a fogueira já queimou o meu amor.

Nesta noite de festança
todos caem na dança
alegrando o coração.
Foguetes, cantos e troca na cidade e na roça
em louvor a São João.

Nesta noite de folguedo
todos brincam sem medo
a soltar seu pistolão.
Morena flor do sertão, quero saber se tu és
dona do meu coração.
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CAI, CAI, BALÃO

Cai, cai, balão.
Cai, cai, balão.
Aqui na minha mão.
Não vou lá, não vou lá, não vou lá.
Tenho medo de apanhar.
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 Fonte: Denilson Oliveira - revista Já (2003)
Wikipedia-enciclopedia livre
Jussara de Barros- equipe Brasil Escola
imagens: Google
video: youtube- MarioZan e sua banda
postado por Yara Virginia - 27/6/2011 - 16.20



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