O termo orquestra vem do grego - Orkhestra, que na Grécia Antiga era o espaço semicircular, entre a cena e os espectadores, onde o Khoros ( coro) cantava e executava as danças.
A palavra orkhestra, por sua vez, deriva de orkheistai, dançar. Com o tempo, orquestra passou a significar um conjunto de vários instrumentistas que executam uma obra musical qualquer. No sentido que neste artigo interessa, significa conjunto de vários instrumentistas que executam uma obra sinfônica.
Os conjuntos de instrumentos são conhecidos desde as primeiras dinasticas egípcias e, durante muitos séculos, limitram-se a três ou quatro intérpretes. Com o gradativo enriquecimento das formas instrumentais, foi possível dividir os instrumentos em famílias, nomeando-se cada um por seu modo de tocar: cordas, sopros e percussão. Essa divisão ocorreu no século XVI, quando se teve a idéia de reunir os vários membros de cada família em grupos sonoros, de acordo com os timbres correspondentes.
No início do século XVII, o compositor Claudio Monteverdi ampliou o número de elementos desses grupos, e sua orquestra chegou a incluir 36 participantes. No século seguinte, o francês Jean-Phillipe Rameau, aumentou esse número para 47, total que se manteve até as últimas sinfonias de Mozart, no fim do século XVIII. Com Beethoven ( 1770-1827), a orquestra sinfônica sofreu um pequeno aumento no âmbito de cada família, incluindo até sessenta executantes. Mas foi com o francês Berlioz ( 1803-1869) que ela se distribuiu na forma em que hoje a conhecemos, atingindo, quando necessário, um total de 110 instrumentistas. E, a partir de Wagner ( 1813-1883), adquiriu a personalidade atual.
AS CORDAS
As cordas são a espinha dorsal da orquestra. Como grupo, possuem agilidade técnica e grande fluência, abrangendo uma faixa de possibilidades sonaoras mais ampla que a dos sopros.
Os violinos divididos em primeiros e segundos são os instrumentos de som mais agudo dessa família e situam-se, habitualmente os primeiros à esquerda do regente, os segundos à direita - os dois grupos frente um ao outro, separados pelo podium ( estrado onde se coloca o maestro). Modernamente, podem ser todos agrupados à esquerda. Numa ou outra posição, são encabeçados pelo primeiro violino -spalla, em italiano -, que, depois do regente, é o comandante de toda a orquestra. Por ser líder, a ele competem também os solos do grupo.
Semelhantes ao violino, as violas são um pouco maiores que estes e seu som é ligeiramente mais grave. Em geral, colocam-se à direita do regente.
Os violocelos, por serem maiores, ficam presos entre os joelhos dos excecutantes e apresentam sons graves; colocam-se à frente ou à direita do maestro.
Os contrabaixos - instrumentos de som mais grave da família - dispõem-se na parte de trás da orquestra ou à extrema direita do regente. Por serem muito grandes, seus executantes tocam-nos de pé ou sentados em banquetas.
As harpas, que são dedilhadas, situam-se onde melhor aprouver ao regente.
OS SOPROS
Entre os sopros - feitos de madeira ou metal -, a flauta é o instrumento de som mais agudo, apenas sobrepujado pelo flautim, pequena flauta também chamada piccolo. Costuma-se incluí-la entre as madeiras, muito embora seja atualmente fabricada em metal.
Entre os sopros de madeira estão ainda, o oboé e o clarinete, instrumentos de sons agudos e médios; em seus sons mais graves, são complementados , respectivamente, pelo corne-inglês e pelo clarinete-baixo (clarone).
O fagote, finalmente, ocupa nesse grupo a posição dos violoncelos nas cordas, sendo complementado pelo instrumento de som mais grave entre as madeiras: o contrafagote.
Os sopros de metal são instrumentos de grande efeito e, em solo ou conjunto, expressam dramaticidade ou grandiosidade, o que as cordas e os sopros de madeira por si sós não conseguem. Os trompetes (ou pistões), de sons médios e agudos, são capazes de considerável agilidade sonora. Os trombones, por sua vez, são lentos, mais pondeerados e majestosos, abrangendo sons médios e graves. A tuba - instrumento de som mais grave entre os metais- coopera com os contrabaixos na missão de conseguir apoio para a estrutura harmônica da orquestra. Já as trompas são elementos híbridos nesse grupo, pois sua sonoridade às vezes se aproxima das madeiras. Habitualmente, os sopros de madeira colocam-se no centro do conjunto; atrás destes, os metais.
PERCUSSÃO
os instrumentos de percussão, responsáveis sobretudo pela acentuação e marcação dos ritmos, são liderados pelos tímpanos, conjunto de tambores de grandes dimensões, capazes de produzir sons de alturas diferentes. Outros integrantes da família são a caixa, o bombo, o triângulo, os pratos, o tantã, o pandeiro, os sinos e o xilofone.
Por escolha do compositor, podem ainda participar da orquestra sinfônica o piano, o órgão, o cornetim, o saxofone, etc..
fonte: A Arte da Música- Victor Civita
imagens: Google
vídeo: OSESP - Itinerante- O Guarani II- abertura
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