RAUL
TORRES
Raul
Montes Torres nasceu em Botucatu, Estado de São Paulo, em 11 de julho de 1906 e
faleceu em São Paulo, em 12 de julho de 1970. Muitas de suas composições são
hoje consideradas “clássicos” do gênero. Filho de espanhóis, já na adolescência
exibia-se cantando moda de viola nas quermesses e festas juninas de sua cidade
natal, formando dupla com seu primo Joaquim Vermelho. Em 1922 veio tentar a
sorte em São Paulo, onde pelo menos para caipiras nada havia ainda de especial.
Assim, Torres nada conseguiu no terreno artístico propriamente dito, embora sua
arte, exibida em cantinas, lhe valesse a refeição da noite.
De
dia, perambulava – quando não estava fazendo ponto com uma “aranha” (espécie de
charrete de aluguel) na Estação da Luz. Logo notou que os maiores sucessos da
época vinham na voz de Augusto Calheiros e acompanhamento dos Turunas da
Mauricéia, ou nas interpretações de Jararaca e Ratinho, famosos cantores de
embolada, pelos quais Raul Torres não escondia sua admiração.
Assim,
adotando um estilo baseado nas emboladas nordestinas, consegue ingressar em
1927, na Rádio Educadora Paulista ( depois Gazeta), ao lado de nomes já
conhecidos como PARAGUAÇU (Roque Ricciardi, 1894-1976), ARNALDO PESCUMA e o violonista CANHOTO.
Transferiu-se
a seguir para a Rádio Cruzeiro do Sul (posteriormente
Rádio Piratininga). Também gravou uma face de um 78 rpm na Série Caipira
Cornélio Pires, da Columbia. Era composição de sua autoria, e tinha o título de
Galo Sem Crista.
Entre
1929 e 1931, já bem mais conhecido, aparece em várias gravações Parlophon,
comandando o grupo Raul Torres e os Turunas Paulistas. Em 1933, ao gravar na
Odeon, chegou a ter como coro nada menos que Francisco Alves, Castro Barbosa, Moreira
da Silva, Jaime Vogeler e Jonjoca. Foi naquele ano também que
conheceria JOÃO PACÍFICO, com quem formaria dupla vocal, gravando na Odeon
acompanhado da Embaixada de Raul Torres (espécie de “coral” masculino), e com
quem mais tarde, comporia um clássico caipira, CHICO MULATO.
A
primeira dupla estável Raul Torres formou com seu sobrinho Serrinha (Antenor
Serra) em 1937: ficaram gravando durante 10 anos. Iria, porém, se notabilizar
ao lado de FLORÊNCIO (João Batista Pinto) com quem gravou em 1934 APELIDO DOS
JOGADORES de Torres e Palmeira.
Em
1940 escreve SAUDADES DO MATÃO. A dupla só nasce realmente em 1944
lançando PINGO D’ÁGUA de Raul Torres
e João Pacífico e MODA DA MULA PRETA, só de Torres.
Com
a parceria de João Pacífico nascem, além de Pingo D’água, as canções COLCHA DE RETALHOS, CABOCLA TERESA, MOURÃO DA PORTEIRA.
Torres
e Florêncio passaram a se dedicar mais
ao rádio , mantendo na Record de São Paulo, o programa OS TRÊS BATUTAS DO
SERTÃO, animado pelo trio de mesmo nome composto por Florêncio, Raul Torres e
José Rielli – a partir de 1947 substituído por Emilio Rielli filho.
Torres,
apesar de ligado ao meio radiofônico das cidades, mantinha contato direto com a
população rural.
Fonte:
Nova História da Música Popular Brasileira
Abril
Cultural – 1978
Google:
Enciclopédia Wikipédia
Vídeo: youtube - Pingo D'água - Raul Torres e Florencio
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