PAPAI NOEL
O famoso personagem que a
imaginação infantil transformou em verdadeiro ídolo, passou por profundas
mudanças através dos tempos.
São Nicolau é santo da Igreja
Católica e papai noel é um decalque de São Nicolau.
Nicolau nasceu no ano de 281
em Patara, na Lícia, na costa oriental da Ásia Menor. Seus pais Epifanio e
Joana possuíam imensa riqueza mas seus primeiros anos de matrimônio foram
tristes porque desejavam ardentemente um filho
que não chegava. Finalmente, após muita oração obtiveram a graça
desejada: nascera-lhes Nicolau. Todos os sábados os pais de Nicolau distribuíam
alimentos, roupas e dinheiro para os pobres, em nome do Menino Jesus. Aconteceu
que naquela época, uma terrível peste levou o desespero a Patara e a toda
Lícia. Os pais de Nicolau não poupavam esforços
para ajudar os doentes. Quando, por fim, a peste foi dominada, Nicolau
estava sozinho porque seus pais também foram vitimados pelo mal.
Com a morte dos pais, Nicolau
herdou grandes riquezas e entre elas o valioso tesouro da caridade. Decidiu empregar os bens materiais em
benefício dos pobres e resolveu seguir a carreira eclesiástica e foi sagrado
Bispo de Myra, cidade da Ásia Menor, mas continuou a repartir as suas riquezas
com os pobres, fazendo-o, porém, de maneira que suas boas obras ficassem
ocultas. Sucedeu então que vivia em Patara, Licandro, um velho guerreiro dos
exércitos de Roma, honrado fidalgo, mas arruinado. O velho guerreiro tinha três
filhas solteiras e não possuindo recurso para lhes dar o dote, não podia fazer
com que elas se casassem. No auge da depressão e angústia, tomou a mais triste
das resoluções: para obter dinheiro e não ver morrer de fome as três filhas,
pensou em fazer um tráfico indigno com elas. Foi então que durante três noites,
Nicolau milagrosamente, jogou pela janela da casa de Licandro, uma bolsa com o
dote necessário às jovens casadoiras. Ao
jogar as bolsas, Nicolau oculto nas sombras da noite, gritava para o interior
da casa do fidalgo arruinado – “Ouve ó velho guerreiro! O Menino Deus é quem te
envia este socorro!”
Nicolau, junto ás esmolas que
dava às ocultas, costumava deixar sobre o peitoril da janela do beneficiado, um
saco com moedas e um bilhetinho sempre com os mesmos dizeres: “O Menino Deus é
quem te envia este socorro”. Acontece que em uma dessas ocasiões, numa noite de
ventania, véspera de Natal, uma daquelas janelas se fechou. O saco de moedas
foi cair dentro do sapato que se encontrava ao pé da cama do presenteado. Ao
amanhecer, o felizardo com surpresa encontra o valioso saquinho. Daí
originou-se a ideia de se deixar na véspera de Natal os sapatos junto à cama a
fim de que Nicolau, dentro deles, em nome do Menino Jesus, deixasse o desejado
presente.
Nicolau, ao tempo do
Imperador Deocleciano, foi perseguido. Faleceu no dia 6 de dezembro do ano 350,
e foi sepultado num mosteiro na cidade de Myra. Muitos séculos depois Myra foi
tomada pelos turcos. Para evitar a profanação do corpo do santo, marinheiros
italianos levaram-no para a cidade de Bari, na Apulia – Itália ( Igreja dos
Beneditinos).
No século VI, no Oriente, já
estava em voga a devoção a São Nicolau ou Papai Noel, mas foi só no século IX
que esta devoção passou para o Ocidente.
No século XVI, depois da reforma protestante, sobretudo na França,
começaram a deturpar os festejos de São Nicolau. O não humanismo, negando a
divindade de Cristo, apoderou-se da figura de São Nicolau, tornando-a um
símbolo profano, comercial.
Na Holanda, no século XIX,
ele era chamado de Father Christmas Sinter Klaas, vindo num cavalo branco e
descendo pelas chaminés, colocando presentes nos sapatinhos das crianças.
Na Europa, se tornou o
padroeiro das crianças, visitando-as na noite de 5 de dezembro, véspera do seu
dia.
O Santa Klaus que se conhece
hoje parece que nasceu na América, mas a lenda de Sinter Klaas foi levada para
a América pelos imigrantes holandeses, que fundaram Nova Amsterdam, depois
rebatizada de Nova Iorque.
Em 1820, o Dr. Clement Clarke
Moore, poeta americano, escreveu um
poema para seus cinco filhos: THE NIGHT BEFORE CHRISTMAS” alterando completamente
a figura de São Nicolau: “Seus olhos brilhavam, suas covas do rosto como eram
expressivas, suas bochechas muito rosadas e o nariz, uma cereja.” Os americanos
o adotaram e através dos anos, mudaram seus hábitos, com alteração da data de
sua visita- em vez de 6 de dezembro, fixaram 24 de dezembro, em plena noite de
Natal. O Dr. Moore também foi o
responsável pelo endereço do Papai Noel – o Polo Norte – e a invenção do seu
trenó e suas famosas renas: Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner,
Blitzen. Rudolf, a mais famosa delas, não estava no time original, surgindo no
ano de 1939.
A imagem de Papai Noel que
conhecemos hoje foi desenhada por Thomas Nast, famoso desenhista do século XIX
para a Harpers Magazine em 1860. Em 1870, esse novo Santa Claus foi para a
Inglaterra.
Em 1897, uma menina de nome
Virginia, de 8 anos escreveu uma carta para o editor do “ The New York Sun”,
indagando se Papai Noel realmente existia.
A resposta a essa pergunta tem sido reproduzida, todos os anos, nos principais
jornais dos Estados Unidos, e em determinado trecho diz o seguinte:
“Sim, Virginia, a existência
de Papai Noel é tão certa quanto a existência do amor, da generosidade e da
devoção. Quão triste seria o mundo se
não houvesse um Papai Noel...Ninguém o vê, mas isto não quer dizer que ele não
exista... Graças a Deus ele vive e viverá para sempre. Daqui a mil anos, Virginia, dez vezes
dez mil anos, ele continuará trazendo alegria e encantamento ao
coração da infância”.
Fonte: São Nicolau, o genuíno Papai Noel- Pe. Eugenio Moreira
A Gazeta – São Paulo – 21/12/1961
Natal – Biba Arruda – Mirna Grzich - 1996
Imagens: Google -
Fotos: Yara Virginia
Fotos: Yara Virginia
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