quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

SÍMBOLOS NATAL- V - PAPAI NOEL

PAPAI NOEL

O famoso personagem que a imaginação infantil transformou em verdadeiro ídolo, passou por profundas mudanças através dos tempos.




São Nicolau é santo da Igreja Católica e papai noel é um decalque de São Nicolau.
Nicolau nasceu no ano de 281 em Patara, na Lícia, na costa oriental da Ásia Menor. Seus pais Epifanio e Joana possuíam imensa riqueza mas seus primeiros anos de matrimônio foram tristes porque desejavam ardentemente um filho  que não chegava. Finalmente, após muita oração obtiveram a graça desejada: nascera-lhes Nicolau. Todos os sábados os pais de Nicolau distribuíam alimentos, roupas e dinheiro para os pobres, em nome do Menino Jesus. Aconteceu que naquela época, uma terrível peste levou o desespero a Patara e a toda Lícia. Os pais de Nicolau não poupavam esforços  para ajudar os doentes. Quando, por fim, a peste foi dominada, Nicolau estava sozinho porque seus pais também foram vitimados pelo mal.
Com a morte dos pais, Nicolau herdou grandes riquezas e entre elas o valioso tesouro da caridade.  Decidiu empregar os bens materiais em benefício dos pobres e resolveu seguir a carreira eclesiástica e foi sagrado Bispo de Myra, cidade da Ásia Menor, mas continuou a repartir as suas riquezas com os pobres, fazendo-o, porém, de maneira que suas boas obras ficassem ocultas. Sucedeu então que vivia em Patara, Licandro, um velho guerreiro dos exércitos de Roma, honrado fidalgo, mas arruinado. O velho guerreiro tinha três filhas solteiras e não possuindo recurso para lhes dar o dote, não podia fazer com que elas se casassem. No auge da depressão e angústia, tomou a mais triste das resoluções: para obter dinheiro e não ver morrer de fome as três filhas, pensou em fazer um tráfico indigno com elas. Foi então que durante três noites, Nicolau milagrosamente, jogou pela janela da casa de Licandro, uma bolsa com o dote necessário às jovens casadoiras.  Ao jogar as bolsas, Nicolau oculto nas sombras da noite, gritava para o interior da casa do fidalgo arruinado – “Ouve ó velho guerreiro! O Menino Deus é quem te envia este socorro!”
Nicolau, junto ás esmolas que dava às ocultas, costumava deixar sobre o peitoril da janela do beneficiado, um saco com moedas e um bilhetinho sempre com os mesmos dizeres: “O Menino Deus é quem te envia este socorro”. Acontece que em uma dessas ocasiões, numa noite de ventania, véspera de Natal, uma daquelas janelas se fechou. O saco de moedas foi cair dentro do sapato que se encontrava ao pé da cama do presenteado. Ao amanhecer, o felizardo com surpresa encontra o valioso saquinho. Daí originou-se a ideia de se deixar na véspera de Natal os sapatos junto à cama a fim de que Nicolau, dentro deles, em nome do Menino Jesus, deixasse o desejado presente.
Nicolau, ao tempo do Imperador Deocleciano, foi perseguido. Faleceu no dia 6 de dezembro do ano 350, e foi sepultado num mosteiro na cidade de Myra. Muitos séculos depois Myra foi tomada pelos turcos. Para evitar a profanação do corpo do santo, marinheiros italianos levaram-no para a cidade de Bari, na Apulia – Itália ( Igreja dos Beneditinos).
No século VI, no Oriente, já estava em voga a devoção a São Nicolau ou Papai Noel, mas foi só no século IX que esta devoção passou para o Ocidente.  No século XVI, depois da reforma protestante, sobretudo na França, começaram a deturpar os festejos de São Nicolau. O não humanismo, negando a divindade de Cristo, apoderou-se da figura de São Nicolau, tornando-a um símbolo profano, comercial.

Na Holanda, no século XIX, ele era chamado de Father Christmas Sinter Klaas, vindo num cavalo branco e descendo pelas chaminés, colocando presentes nos sapatinhos das crianças.
Na Europa, se tornou o padroeiro das crianças, visitando-as na noite de 5 de dezembro, véspera do seu dia.
O Santa Klaus que se conhece hoje parece que nasceu na América, mas a lenda de Sinter Klaas foi levada para a América pelos imigrantes holandeses, que fundaram Nova Amsterdam, depois rebatizada de Nova Iorque.
Em 1820, o Dr. Clement Clarke Moore, poeta americano,  escreveu um poema para seus cinco filhos: THE NIGHT BEFORE CHRISTMAS” alterando completamente a figura de São Nicolau: “Seus olhos brilhavam, suas covas do rosto como eram expressivas, suas bochechas muito rosadas e o nariz, uma cereja.” Os americanos o adotaram e através dos anos, mudaram seus hábitos, com alteração da data de sua visita- em vez de 6 de dezembro, fixaram 24 de dezembro, em plena noite de Natal.  O Dr. Moore também foi o responsável pelo endereço do Papai Noel – o Polo Norte – e a invenção do seu trenó e suas famosas renas: Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner, Blitzen. Rudolf, a mais famosa delas, não estava no time original, surgindo no ano de 1939.
A imagem de Papai Noel que conhecemos hoje foi desenhada por Thomas Nast, famoso desenhista do século XIX para a Harpers Magazine em 1860. Em 1870, esse novo Santa Claus foi para a Inglaterra.
Em 1897, uma menina de nome Virginia, de 8 anos escreveu uma carta para o editor do “ The New York Sun”, indagando se Papai Noel realmente existia.  A resposta a essa pergunta tem sido reproduzida, todos os anos, nos principais jornais dos Estados Unidos, e em determinado trecho diz o seguinte:
“Sim, Virginia, a existência de Papai Noel é tão certa quanto a existência do amor, da generosidade e da devoção. Quão triste  seria o mundo se não houvesse um Papai Noel...Ninguém o vê, mas isto não quer dizer que ele não exista... Graças a Deus ele vive e viverá para sempre.  Daqui a mil anos, Virginia, dez vezes dez  mil anos, ele  continuará trazendo alegria e encantamento ao coração da infância”.







Fonte: São Nicolau, o genuíno Papai Noel- Pe. Eugenio Moreira
             A Gazeta – São Paulo – 21/12/1961
             Natal – Biba Arruda – Mirna Grzich - 1996
Imagens: Google -
Fotos:      Yara Virginia
  

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