terça-feira, 22 de julho de 2014

HIGIENE VOCAL - CONSERVAÇÃO DA VOZ


CONSERVAÇÃO DA VOZ  

Para que possamos obter um bom rendimento vocal, não basta conhecer o mecanismo do aparelho vocal e a consequente técnica da emissão vocal: é necessário que saibamos também conservar a saúde do órgão vocal. Esta depende de uma série de fatores:
1 – poupar ao máximo o órgão vocal, não usando profissionalmente a voz falada e cantada. Esta é a grande dificuldade que enfrentam os professores de canto, por exemplo, para manter a sua voz sempre em forma, devem cantar, e ao mesmo tempo, interromper o canto, falando, exemplificando, corrigindo  e às vezes até gritando quando o grupo de alunos é muito grande.
2 – Não cantar, ou falar, quando estamos roucos, resfriados, ou encatarrados; este estado de saúde exige repouso vocal.
3 – Não abusar demais da voz, usando-a muitas horas seguidas. Embora a voz seja treinada, o uso constante de exercícios muito prolongados fatigam o aparelho vocal.
Ao que se refere à higiene vocal, em primeiro lugar é necessário possuir boa saúde. Um dos inimigos daqueles que falam e cantam em público é o frio. Convém, pois, que acostumamos o nosso organismo a vencer este inimigo através da ginástica respiratória pela manhã, de fronte de uma janela aberta. Acostumar o corpo aos banhos não muito quentes, procurando pouco a pouco enfrentar a água fria e procurando secar o corpo com prolongada fricção da pele com luva de crina embebida em água de colônia. Convém, também, adquirir o hábito de não usar demasiada roupa no inverno a não ser que o frio seja muito forte.  A prática de esportes ao ar livre é um excelente meio de contribuir para a saúde do aparelho respiratório: recomenda-se essencialmente as caminhadas ao ar livre, excelente exercício para ativar a circulação.
Quanto à higiene alimentar, convém lembrar que todo o excesso alimentar, seja de temperos, gorduras, bebidas alcóolicas, são prejudiciais à saúde. Nunca abarrotar demasiadamente o estômago com alimentos pesados, principalmente aqueles que produzem muita gaseificação; as perturbações hepáticas e intestinais prejudicam  fundamentalmente a voz.
Chamamos a especial atenção para o grande perigo que constitui o fumo para a voz. É extremamente nocivo para as vias respiratórias, podendo ocasionar graves enfermidades. As vias de eliminação cutânea, intestinal e urinária merecem nossa atenção para que o organismo se mantenha em equilíbrio constante. Para tanto, cuidemos da saúde da pele, da ingestão de alimentos adequados ao perfeito  funcionamento dessas vias  de eliminação, tendo o cuidado  de não ingerir muito líquido durante as refeições, e o uso moderado do sal.  Nada de bebidas geladas.  Convém vigiar constantemente a educação do intestino procurando não abusar do uso de laxantes que prejudicam o ritmo normal da higiene intestinal. A alimentação deve ser, no caso de constipações, à base de frutas e legumes e é de grande ajuda a prática de ginástica abdominal. As horas regulares de sono devem constituir um hábito constante na conservação da saúde. As noites de insônia, os excessos e as comidas abundantes à noite repercutem prejudicialmente sobre a voz. Igualmente prejudiciais são os aparelhos de calefação porque secam as mucosas das vias aéreas tornando-se vulneráveis; à noite convém dormir em quartos protegidos contra o frio que resfria os músculos vocais.
Além dos cuidados com a higiene alimentar é importante também procurar dar à vida  certo equilíbrio físico, moral e espiritual. As preocupações de qualquer ordem afetam imensamente o nosso organismo refletindo imediatamente na voz. As alterações do mecanismo vocal e a consequente fadiga vocal podem ser manifestações de diversas origens:
- de origem respiratória, quando a técnica respiratória é defeituosa;
- por lesões do aparelho de ressonância;
- perturbações de origem laríngea, quando o mecanismo do órgão vocal vibrante estiver afetado em consequência do mau uso do mesmo. Uma das causas mais frequentes é a má emissão dos sons, ataques bruscos chamados golpe de glote, a voz branca descolorida, a voz gutural, voz cerrada, cantar sobre o ar, cantar sobre o timbre, exercícios muito prolongado, acrobacias vocais, cantar ou falar quando se está resfriado.
A poluição, o frio, o álcool, o fumo, bebidas geladas, o barulho,  prejudicam a saúde vocal. O uso abusivo da voz pode provocar o aparecimento de nódulos nas pregas vocais. A poluição ambiental, ar condicionado, ambientes ruidoso, muitos fatores conspiram contra a saúde da voz nas grandes cidades. Por conta do barulho, o volume médio das conversas pode aumentar de 65 para 70 decibéis; se a pessoa necessita gritar, ela chega a 120 decibéis – apenas 10 decibéis menos que o som produzido pela decolagem de um jato. Abusar tanto de um extremo como de outro, resulta num enorme esforço vocal.  As consequências são conhecidas: rouquidão, ardor, dor de garganta, perda do rendimento da voz. A causa mais frequente desses de todos esses males é a inflamação nas cordas vocais. E a melhor terapia: ficar em silêncio. Porém, quando a rouquidão sem motivo, persiste por mais de duas semanas, é hora de procurar um especialista. O motivo da preocupação é o calo das cordas, que pode se desenvolver com a repetição dos traumas. “ é um processo inflamatório, localizado nas bordas das pregas vocais, por sob uso abusivo e sob tensão”,  define o médico Paulo Pontes. Geralmente, ele surge nas mulheres, podendo ser revertido só com exercícios.
Já o câncer de laringe é tipicamente masculino.  Apesar de depender da predisposição genética, nove em cada dez casos são de homens, na faixa etária dos 40 aos 60 anos, que fumam e bebem”.
Cuidar da saúde da voz é acertar em dois alvos com um tiro só; além de se evitar os problemas, conquista-se uma voz mais flexível, agradável e poderosa. “A voz tem um incalculável poder de persuasão”, destaca a fonoaudióloga Silva Pinho.
Portanto, a higiene vocal implica em cuidados com a saúde em geral, e com os aparelhos responsáveis pela voz, em particular.

Fonte: Mirtes Lande – Canto Livre – 7/8/9 de 1999

              

HIGIENE VOCAL - AQUECIMENTO E DESAQUECIMENTO VOCAL


AQUECIMENTO E DESAQUECIMENTO VOCAL

Cantar é uma atividade física, muscular e racional, na qual há um gasto real de energia. Podemos até definir o canto como uma atividade esportiva, onde são necessários treino, alimentação adequada e concentração.
Impostar a Voz é saber usá-la de forma correta, adequada; saber respirar corretamente, emitir o som sem esforço, obter o melhor rendimento vocal com o mínimo de esforço.
O canto é um trabalho físico moderado onde há um consumo quatro vezes maior de energia quando comparado ao repouso. Desta forma, para cantar precisamos estar descansados, alimentados e bem treinados.  Além disto, precisamos preservar a saúde vocal nos exercitando e aprimorando.
Além dos fatores de higiene vocal, dois fatores são essenciais para a garganta do sucesso vocal: o aquecimento e o desaquecimento vocal.
O aquecimento é essencial para todo cantor de qualquer estilo musical, já que as pregas vocais são músculos, e como todo músculo precisa ser aquecido antes de uma atividade mais intensa. Os exercícios mais apropriados para o aquecimento vocal são os de respiração profunda intercalando nariz e boca; os de postura corporal que promovem alongamento da coluna; os de abertura ampla de boca para alongamento da musculatura; os de movimentação de lábios, língua, bochecha e palato; os de vibração de ponta de língua em escalas ascendentes; os de “Humming” pra explorar cavidades de ressonância, entre outros. Estes exercícios devem ser realizados antes das apresentações ocupando um tempo em torno de 10 a 15 minutos.
O aquecimento vocal é conhecido entre os cantores e profissionais da voz, enquanto que o desaquecimento é pouco conhecido e seguido, embora sua importância seja da mesma dimensão. Após o canto, o cantor produz uma voz num pitch (frequência grave-agudo) mais elevado e com um loudness (intensidade forte-fraco) muito forte. Sendo assim a primeira forma de desaquecimento é ficar em silêncio total pelo menos 5 minutos após o término da apresentação. O silêncio promove a quebra do padrão da voz cantada, fazendo com que a voz volte ao pitch e loudness original.  Os exercícios de desaquecimento são aqueles que promovem o relaxamento das pregas vocais, e só devem ser realizados após o canto e nunca antes dele.  São eles: massagem digital na laringe com movimentação e deslocamento lateral; movimentos circulares na cartilagem tireoide; movimentos  verticais na frente do pescoço, apertos na região da nuca e trapézio; vibração de ponta de língua em escalas descendentes e “humming” em escalas descendentes procurando sempre a região grave. Os exercícios devem ser feitos com suavidade, pouca intensidade e pouco volume. A respiração também pode ser adequada através de exercícios inspiratórios e expiratórios de relaxamento, que se adequem para a utilização na voz falada.
O cantor é o profissional da voz, e é ela – a voz – o seu instrumento de trabalho, por isso, preservar e aprimorar as qualidades vocais são essenciais para o bom funcionamento do mesmo.

CONSELHOS

Para cantar não é necessário aspirar muito ar, sem saber como emiti-lo com economia. O excesso de ar oprime e incomoda o cantor
As inspirações muito profundas não deverão ser praticadas a não ser nos exercícios respiratórios. Estes têm por objetivo chegar a dominar o mecanismo da respiração e submetê-la ao controle da vontade.
Todo ar deve transformar-se em som. É uma questão de dosagem; e é também o segredo de vozes puras, cristalinas. Quando o ar sai dos pulmões em excesso, forma-se um véu sobre a voz, semelhante ao ruído da agulha sobre o disco. Cuide sempre para que a expiração termine com o som.
É inútil esvaziar-se depois de uma frase cantada. O ar retido nos pulmões permitirá efetuar uma pequena inspiração antes de prosseguir.
Na fala ou no canto, o costume de pensar no ar, ajudará a não encontrar nunca a falta dele.

Cultive a “mentalidade profissional” que busca sempre a perfeição, num esforço contínuo para melhorar. 


Fonte: Andrea Luz Wiltenburg-CRF 5818 –
Canto Livre- Maio a Dezembro de 1998


HIGIENE VOCAL - FUMO - ÁLCOOL -DROGAS



O FUMO

O fumo é altamente nocivo, no momento em que se traga, a fumaça quente agride todo o sistema respiratório  e principalmente, as pregas vocais, podendo causar irritação, pigarro, edema, tosse, aumento da secreção e infecções.
O tecido que reveste a faringe e as pregas vocais chama-se mucosa, que deve apresentar uma movimentação ampla e solta para uma boa qualidade de voz. A mucosa apresenta cílios móveis em toda a sua extensão, cuja função é deslocar o muco (secreção) para fora do trato vocal. Apenas as bordas livres das pregas vocais são desprovidas de cílios, para não haver interferências na vibração do som.
A fumaça age diretamente sobre a mucosa, provocando duas reações:  uma de defesa, através da descarga intensa de muco, e outra que envolve uma parada na movimentação que provoca o pigarro. A toxina do cigarro é diretamente depositada nas pregas vocais, as quais funcionam como verdadeiros aparadores à instalação de diversas alterações pela irritação provocada.
O fumo é considerado uma das maiores causas do câncer de laringe e pulmão. Alguns autores afirmam que o risco de indivíduos fumantes apresentarem câncer de laringe é de 40 vezes maior em relação aos não fumantes. O indivíduo não fumante que fica exposto à fumaça do cigarro pode também apresentar alterações e, portanto, não fumar em ambientes fechados é uma questão de respeito à saúde do outro.
Fonte: Higiene Vocal – informações básicas – Mara Behlau- Paulo Pontes – Canto Coral – 8/9/10- 1999

O ÁLCOOL

O consumo de álcool causa irritação do aparelho fonador semelhante à produzida pelo cigarro, porém com uma ação principal de imunodepressão, ou seja, redução nas respostas de defesa do organismo. Aparentemente, uma ou duas doses de bebida alcóolica provocam, em alguns indivíduos, a sensação de  certa melhora na voz.
Isto ocorre devido a dois fatores principais: 
- uma inicial liberação de controle cortical (do cérebro)  nas primeiras doses, o que faz o indivíduo sentir-se mais solto.
- uma leve anestesia na faringe e com a redução da sensibilidade nessa região, uma série de abusos vocais podem ser cometidos, sem que se perceba. As consequências desses abusos só serão evidentes após o efeito da bebida, tais como: ardor, queimação e voz rouca e fraca. O consumo de álcool também está fortemente associado ao câncer de laringe e pulmão.
Dentre as bebidas alcóolicas temos as fermentadas, como a cerveja, champanha e vinho, as destiladas, como o uísque, vodca, pinga e conhaque, sendo estas últimas as piores para a saúde vocal, principalmente se houver mistura das fermentadas com as destiladas.
O efeito associado do uso de tabaco e álcool triplica a probabilidade de risco de câncer. A incidência da laringe é maior no sexo masculino, numa proporção de nove homens para uma mulher, o que significa que a mulher apresenta  certa defesa genética contra esse tipo de câncer.
Há casos raros de indivíduos que bebem e fumam e mantêm suas vozes sem alterações, porém se não o fizessem suas vozes seriam com certeza melhores e mais conservadas. O dano do cigarro e do álcool varia de acordo com sua quantidade de ingestão, mas há outros fatores contribuintes que serão determinados na extensão e gravidade deste dano, como características individuais, constitucionais, genéticas e familiares.

Fonte: Higiene Vocal – Informações Básicas – Mara Behlau – Paulo Pontes – Canto Coral – 1/2/3 - 2000
  
AS DROGAS

O uso de drogas inalatórias ou injetáveis tem ação direta sobre a laringe e a voz, além dos inúmeros efeitos nocivos conhecidos, tais como alterações cardiovasculares e neurológicas.
Quanto à maconha, sua ação é extremamente lesiva, irritando a mucosa não somente pela agressão do fumo, mas também pelas toxinas da queima do papel na qual a erva é enrolada; além disso, o próprio ato de fumar apertando o cigarro com os dedos e entre os dentes provoca uma grande elevação da temperatura no trato vocal, funcionando como um maçarico invertido, extremamente lesivo aos tecidos dessas regiões.
Observamos nos indivíduos que fazem uso da maconha uma voz mais grave (grossa), além de problemas de imprecisão na articulação dos sons da fala e alterações no ritmo e na fluência da comunicação.
A aspiração de cocaína em pó pode levar diretamente a mucosa de qualquer região do trato vocal, e é comum observarmos lesões perfuradas no septo nasal e ulcerações ao nível da mucosa das pregas vocais. Cocaína injetável provoca hipotonia muscular  (fraqueza) e especificamente no que diz respeito à voz, produz-se uma fadiga vocal e dificuldade de manter uma comunicação adequada e eficiente, particularmente no uso profissional da voz.

Fonte: Higiene Vocal – Informações Básicas – Mara Behlau – Paulo Pontes- Canto Coral – 4/5/6- 2000



HIGIENE VOCAL - AQUECIMENTO VOCAL


AQUECIMENTO VOCAL

Quando vamos praticar qualquer esporte é necessário aquecermos a musculatura a fim de evitarmos contusões, câimbras, estiramentos e outros males. Para cantar vale o mesmo princípio: a musculatura está fria, as estruturas não estão devidamente preparadas e, se você solicitar esforço vocal sem preparação, fique certo: logo sentirá as consequências.

1-Alguns exercícios de articulação e tonificação da musculatura facial:
a)      Mastigar 5,6,ou 7 chicletes imaginários, mexendo muito os lábios.
b)      Bico/sorriso, com os lábios fechados e, depois, abertos.
c)      Estalar vigorosamente a língua, variando a amplitude da cavidade oral.
d)      Estalar  “pipocas” com os lábios.
e)      Fazer beijinhos bem longos apenas com os lábios, sem abrir a boca ( beijos de peixe).

f)       Inflar as bochechas de ar, lateralmente, verticalmente e tudo.


EXERCÍCIOS DE TÉCNICA VOCAL

1-      a) Cerre a boca observando sua posição natural de descanso, os dentes ligeiramente separados e o fundo da garganta livre e aberto.
             b) Aspire uma quantidade de ar médio e logo bloqueie.
             c) Emita o som “m” ou “hemmm” aspirando o “h”.
             d) Sustenha o som quanto possível , porém termine antes de ficar sem ar.
 Para guardar muito tempo o ar e economizá-lo, envie-o para cima, por detrás    dos   olhos  tendo a sensação de que o som sai por eles.
 Sentirá, então, vibrações por detrás do nariz, podendo verificar se apoiar o   polegar e o indicador sobre o osso do nariz.
2-      comece exatamente como primeiro exercício partes  a) e b)
c) emita o som “n” ( sem o “e” final) entreabrindo os lábios e apoiando firmemente a língua contra o céu da boca.
      3 -   Colocação das vogais
             Comece como o primeiro exercício partes a) e b)
 c) emita o som M e quando senti-lo bem colocado, abra a boca dizendo: Mma...      Mme.... Mmi... Mmo... Mmu ... ( francesa)

os músculos do pescoço e dos maxilares, devem achar-se completamente distendidos e o interior da boca, aberto, como reprimindo um leve desejo de bocejar.

HIGIENE VOCAL - ARTICULAÇÃO - TRAVA LINGUA

ARTICULAÇÃO

As consoantes devem ser pronunciadas com energia, por isto os exercícios deverão ser feitos sobre todas as consoantes e todas as vogais.

As consoantes devem sempre ser duplicadas sem medo do exagero, nos exercícios.

A –É – U –
não podem ser cantadas como na fala. Elas devem ser arredondadas, emitidas no fundo da garganta, e o maxilar inferior deve descer para ovalar a boca.
E – I  -
A boca fica sorridente e a ponta da língua se prende aos dentes inferiores. Conforme o som se torna mais aguda, elas necessitam de um ovalamento da boca.
O –U –
Os maxilares se afastam ao mesmo tempo que os lábios se projetam para frente. Conforme os sons se tornem mais agudos, os maxilares se afastam e a boca se ovala. Nos agudos, o “U” deve ser cantado como “O”.


Nas partes mais agudas, é quase impossível cantar outra vogal que não seja o “A”, por isso, deve-se pensar na vogal que se vai cantar e emiti-la como para um “A”. O som sofrerá um mínimo de deformação dessa maneira.

                                                                             
                                                                 TRAVA LINGUA

Se cada um vai à casa de cada um
É porque cada um quer que cada um lá vá.
Porque se cada um não fosse a casa de cada um
É porque cada um não queria que cada um fosse lá.

Três tigres tristes para três pratos de trigo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes. 

O tempo perguntou pro tempo
quanto tempo o tempo tem.
O tempo respondeu pro tempo
que o tempo tem tanto tempo
quanto tempo o tempo tem.

Se o papa papasse papa
Se  o papa papasse pão,
Se o papa tudo papasse
Seria um papa-papão

Não sei se é fato ou se é fita
Não sei se é fita ou fato.
O fato é que você me fita
E fita mesmo de fato

Pedro padre poderoso tropeçou em Caio e quase caiu.

Dificílimo dividir mililitros de mirífico jiripati.

Pedro Paulo Pacífico de Paixão, pacato e pachorrento procurador do meu prateado pai, depois de provar uma pinga, tomou um pileque e promoveu uma pagodeira com a população do porto.

Se 66 serras serram 66 cerejeira, 666 serras serraram 666 cerejeiras.

O grude da gruta gruda a grua da gringa que grita e gritando grimpa a grade da grota grandiosa.
Branca branqueia as cabras brabas nas barbas das bruacas e bruxas branquejantes.


Fonte: Google – Trava Língua – www.alzirazulmira.com
      http://www.alzirazulmira.com/images/homeverde.gif 

HIGIENE VOCAL - TRABALHO RESPIRATÓRIO

TRABALHO RESPIRATÓRIO

Exercícios respiratórios  - desde que bem feitos – servem para garantir uma boa oxigenação do sangue, favorecem a concentração para qualquer atividade, tranquilizam e promovem uma verdadeira massagem interna em nosso abdômen, auxiliando o correto funcionamento de nossos órgãos internos.
Normalmente devemos inspirar pelo nariz, pois os cílios e as mucosas internas aquecem, filtram e umedecem o ar que está entrando. No canto, muitas vezes temos que inspirar pela boca pela necessidade de agilidade e velocidade entre frases e figuras musicais. O que devemos ter sempre em mente é que nossa garganta precisa ficar muito hidratada: beba muita água e, se possível, leve uma garrafinha para o ensaio e dê umas bicadinhas de 5 em 5 minutos.
Em nosso tronco temos 2 bexigas – nossos dois pulmões  -, que vão se encher de ar quando inspiramos  e se esvaziar quando expiramos. Não pense em enchê-los totalmente na inspiração, nem em forçar a expiração até o último “arzinho”. Deve-se deixar o ar entrar sem fazer muita força, como se a barriga também se enchesse de ar e sentindo também as costelas se expandindo.
Abaixo dos nossos pulmões temos um músculo em forma de cúpula chamado DIAFRAGMA; ele está ligado às costelas por toda a volta de nosso abdômen,  se abaixando quando os pulmões se enchem e subindo quando os pulmões se esvaziam. Quando soluçamos, tossimos ou espirramos , sentimos mais intensamente sua atuação pelos espasmos que esses eventos provocam em nossa musculatura.

ALGUNS EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS
                       

a)      Massageie bem a região das costelas, na frente, dos lados e também atrás;
b)      Deite-se e coloque um livro sobre a região do umbigo,  respire fazendo o livro subir e descer.
c)      Espalme suas mãos na região da cintura, fazendo uma pequena pressão contra suas costelas. Inspire pensando em fazer uma pressão contrária para fora. CUIDADO: NÃO ELEVAR OS OMBROS, NEM TENCIONAR O PESCOÇO.
d)      Solte todo o ar, inspire gostoso, pensando em encher as costelas ( como que de baixo para cima); mantenha as costelas  “infladas” enquanto solta o ar em SSSSSSSSSS(longo e contínuo, sempre uniforme e cada vez mais suave), depois em SSSSS ( em staccato – bem curto, preciso e seco).
e)      Preparando sempre a respiração da forma anteriormente descrita, inspire gostoso em BBRRR e TRRRR – sempre de forma suave, fazendo desenhos melódicos ascendentes e descendentes.
f)       Brinque com combinações vogais:
A – PA TA CA     BA DA GA     FA SSA XA       VA ZA JÁ     MA NA NHA
É  - PÉ TÉ KÉ      BÉ DÉ GUÉ    FÉ SSÉ XÉ       VÉ ZÉ JÉ      MÉ NÉ NHÉ
E -  PÊ TÊ KÊ      BÊ  DÊ GUÊ   FÊ SSÊ XÊ       VÊ ZÊ JÊ      MÊ NÊ NHÊ
I -   PI TI KI        BI  DI  GUI    FI  SSI  XI        VI ZI   JI       MI  NI  NHI
Ó   PÓ TÓ KÓ    BÓ DÓ GÓ   FÓ SSÓ XÓ     VÓ ZÓ JÓ    MÓ NÓ NHÓ
Ô   PÔ TÔ KÔ    BÔ DÔ GÔ    FÔ SSÔ XÔ     VÔ ZÔ JÔ    MÔ NÔ NHÔ
U – PU TU KU    BU DU  GU    FU  SU  XU      VU ZU JU    MU UN NHU


NUNCA CHEGUE AO SEU LIMITE DE AR. PARE ANTES, GARANTINDO A QUALIDADE DA EMISSÃO E TENTANDO EMPURRAR SEU LIMITE CADA VEZ MAIS PARA FRENTE.

PROCURE SEMPRE “FOCAR” O SOM, NÃO DEIXÁ-LO SAIR DE QUALQUER JEITO, PARA QUALQUER LADO. DIRECIONE-O COM OS LÁBIOS, LEMBRE-SE DA ABERTURA INTERNA DA BOCA PARA O SOM RESSOAR E DA EXTERNA (NO SENTIDO VERTICAL) PARA PROJETÁ-LO.

PARA CONTROLE DA PERMEABILIDADE NASAL

           1)
 a)      Inspire profundamente pela narina direita, apoiando o polegar sobre a narina esquerda para fechá-la.
 b)      Retenha o ar fechando as duas narinas, com o polegar e o indicador.
 c)      Destape a narina esquerda e expire por ela.
 d)      Suspenso
 e)      Aspire profundamente pela narina esquerda. Tape-a novamente e expire pela direita.
 f)       Suspenso.
  este exercício  é excelente pela massagem que provoca nas fossas nasais; é um dos   mais antigos        exercícios dos Yoga, da Índia, que lhe atribuem efeitos maravilhosos para limpar o cérebro e purificar o  sistema nervoso. Seu ritmo deve ser regido pelas batidas do coração : a inspiração durará 6 batidas, o  suspenso 3, a expiração 6 e o suspenso 3.

  2)   Várias expirações e inspirações profundas, movimentando ao máximo a caixa torácica, e sem levantar os ombros.

        3)
a) Inspire profundamente (ampla e silenciosamente, como ao inspirar o perfume de uma flor; as narinas se abrem amplamente, as costelas se separam  e o diafragma desce.
            b) Instante de suspenso
           c) Aproximando os lábios como para assobiar, envie um pequeno jorro de ar, no dorso da mão.  O               jorro de ar deve ser frio e compacto; se for quente , isso indica que o ar passa em excesso.
            A expiração que durará 30 segundos deve ser feita sem tropeços.
       4)  Repita o exercício conforme parte  a) e b).
            Na parte c)  solte o ar em sssssss.
5)      Repita o exercício conforme parte  a) e b).
            Na parte c) expire em zzzzzzzzzzzz ( o Z francês como o zumbido de uma abelha).


HIGIENE VOCAL - EXERCÍCIOS FÍSICOS

EXERCÍCIOS FÍSICOS

Alguns exercícios físicos para desenvolver os músculos do tórax.

1)      Mova os ombros descrevendo com eles um círculo o mais amplo possível para cima, para trás, para baixo , para frente. Os braços devem permanecer relaxados e soltos ao longo do corpo como um boneco de trapo.
2)      Coloque os braços ao longo do corpo com as mãos espalmadas:
a)      Levante-os lateralmente até alcançar a altura dos ombros.
b)      Momento de suspenso. Gire as mãos colocando as palmas para cima.
c)      Levante os braços até que as mãos se toquem por cima da cabeça, sem dobrar as articulações. Estique os braços o mais alto possível  como se quisesse alcançar o teto.
DURANTE ESTA SUBIDA EFETUE UMA GRANDE INSPIRAÇÃO, CORTANDO-A NO MOMENTO DE SUSPENSO, PORÉM SEM SOLTAR O AR. OS PULMÕES DEVEM ESTAR CHEIOS QUANDO AS MÃOS SE ENCONTRAREM POR CIMA DA CABEÇA
                                                                            
d)      Abaixe os braços até a altura dos ombros
e)      Momento de suspenso. Gire as mãos colocando as palmas para baixo.
f)       Abaixo os braços ao longo do corpo.
ESTE MOMENTO DE DESCIDA DEVE SER ACOMPANHADO DE UMA EXPIRAÇÃO COMPLETA, INTERROMPIDA NO MOMENTO DE SUSPENSO(SEM RETOMAR O AR DURANTE O MESMO)
3)      Punhos cerrados e colocados diante do peito.  Leve-os para trás evitando fortes cotoveladas e volte os punhos à sua posição normal.


segunda-feira, 7 de julho de 2014

OFICINA DA VOZ - I - A VOZ


A VOZ

A voz humana já existe desde o nascimento, e se apresenta de diversas formas, tais como choro, riso e sons da fala. É um dos meios de comunicação  do indivíduo com o exterior, particularmente com seus semelhantes.
A  voz humana é produzida pela vibração do ar expulso dos pulmões pelo diafragma e que passa pela traqueia, laringe e pelas pregas vocais sendo modificado pela boca, lábios e língua.
A voz é a nossa identidade e pode ser até comparada à impressão digital, porém sua constituição é bem mais complexa.   No primeiro momento, uma corrente de ar sai dos pulmões e encontra, na laringe, as chamadas cordas vocais. Na verdade, não são muitas, mas apenas duas e nem são estruturas parecidas com as cordas de um violão, mas duas dobras de mucosa com musculatura, que os especialistas preferem chamar de pregas vocais.  Situadas num plano ortogonal ao eixo da laringe, elas se aproximam quando falamos formando uma barreira para o ar que procura sair. Ao atravessá-la o ar vibra produzindo uma onda sonora.  Esse som básico é sempre o mesmo, semelhando ao ruído de um barbeador elétrico. Daí para  frente, o som vai sempre modulado pelas estruturas anatômicas existentes ao longo do caminho entre a laringe e os lábios.  As cavidades nesse trajeto funcionam como caixas de ressonância. A língua, os dentes e os lábios, por sua vez, desempenham o papel de articular o som. A vogal “a” surge ao abrirmos a boca e baixarmos  a língua. Para dizermos “i”, a boca precisa se fechar um pouco, enquanto a língua sobe.
As pregas vocais vibram com muita rapidez. Nos homens, elas abrem e fecham de 80 a 150 vezes em um segundo; nas mulheres, com voz geralmente mais aguda, de 150 a 250 vezes por segundo. Essa característica chama-se frequência. As pregas vocais do homem têm mais massa e são menos esticadas que as da mulher. Como no violão, as cordas mais esticadas são mais agudas e vibram mais que as cordas mais graves. Daí, inclusive, vem a expressão “cordas vocais”.
A voz é o resultado do equilíbrio entre duas forças: a força do ar que sai dos pulmões (aerodinâmica) e a força muscular da laringe (mio-elástica). Se houver um desequilíbrio nesse mecanismo, poderá ocorrer uma alteração na voz.  Se o fluxo pulmonar for excessivo, a voz será soprosa e, em caso contrário, ou seja, se a força muscular for maior que a necessária, o som ficará comprimido e a voz sairá tensa. O som produzido pelas pregas vocais na laringe passa por um “alto-falante” natural formado pela laringe, boca e nariz. Essas estruturas são denominadas cavidades de ressonância. O sons da fala são articulados  na cavidade da boca, através de movimentos da língua, lábios, mandíbula e palato, modificando o fluxo de ar vindo dos pulmões e, consequentemente projetando o som para o meio ambiente. Esses movimentos devem ser precisos para produzir sons claros e tornar inteligível a mensagem que se quer transmitir.

A voz só existe a partir do momento em que a respiração pulmonar pressiona e provoca e mantém o som da laringe. Então, aprender a cantar é aprender a respirar. A respiração é instintiva, mas, para quem canta, os movimentos respiratórios precisam ser conscientes e disciplinados para serem ativos e eficientes.
O treinamento movimenta o comando nervoso e um conjunto muscular apropriado para se adquirir agilidade e firmeza para a atividade muscular que é colocada a serviço da função vocal e da música.
A respiração na voz cantada difere daquela que usamos na voz falada. Para o cantor, não se trata de deixar o sopro escoar sem controle. Ele deve aprender a economizar, dosar e regular constantemente o gasto de ar segundo a intensidade, a altura tonal, o timbre, a extensão e a duração da frase musical.
O timbre da voz humana depende de várias cavidades que vibram em ressonância com as pregas vocais. São cavidades ósseas, nasais, garganta, traqueia, pulmões e a laringe.
Os seis timbres de voz mais conhecidos são o baixo, barítono e tenor para homens e soprano, mezzo-soprano e contralto para mulheres. Existe também o bari-tenor e o contra-tenor.

Fonte:  Fonoclin – Voz e Audição
Sesc Santo Amaro- apoio
Por dentro da Voz” – Immaculada Lopez – Revista Globo Ciência, nr. 66, 1/1997 - publicado em Canto Livre – maio a agosto de 1997
Higiene Vocal – Mara Behlau – Paulo Pontes – Canto Livre – Abril a Junho de 1998