O FUMO
O fumo é altamente nocivo,
no momento em que se traga, a fumaça quente agride todo o sistema
respiratório e principalmente, as pregas
vocais, podendo causar irritação, pigarro, edema, tosse, aumento da secreção e
infecções.
O tecido que reveste a
faringe e as pregas vocais chama-se mucosa, que deve apresentar uma
movimentação ampla e solta para uma boa qualidade de voz. A mucosa apresenta
cílios móveis em toda a sua extensão, cuja função é deslocar o muco (secreção)
para fora do trato vocal. Apenas as bordas livres das pregas vocais são
desprovidas de cílios, para não haver interferências na vibração do som.
A fumaça age
diretamente sobre a mucosa, provocando duas reações: uma de defesa, através da descarga intensa de
muco, e outra que envolve uma parada na movimentação que provoca o pigarro. A
toxina do cigarro é diretamente depositada nas pregas vocais, as quais
funcionam como verdadeiros aparadores à instalação de diversas alterações pela
irritação provocada.
O fumo é considerado uma das maiores causas do câncer de
laringe e pulmão. Alguns autores afirmam que o risco de indivíduos fumantes
apresentarem câncer de laringe é de 40 vezes maior em relação aos não fumantes.
O indivíduo não fumante que fica exposto à fumaça do cigarro pode também
apresentar alterações e, portanto, não fumar em ambientes fechados é uma
questão de respeito à saúde do outro.
Fonte: Higiene Vocal – informações básicas – Mara Behlau-
Paulo Pontes – Canto Coral – 8/9/10- 1999
O ÁLCOOL
O consumo de álcool
causa irritação do aparelho fonador semelhante à produzida pelo cigarro, porém
com uma ação principal de imunodepressão, ou seja, redução nas respostas de
defesa do organismo. Aparentemente, uma ou duas doses de bebida alcóolica
provocam, em alguns indivíduos, a sensação de
certa melhora na voz.
Isto ocorre devido a
dois fatores principais:
- uma inicial
liberação de controle cortical (do cérebro)
nas primeiras doses, o que faz o indivíduo sentir-se mais solto.
- uma leve anestesia
na faringe e com a redução da sensibilidade nessa região, uma série de abusos
vocais podem ser cometidos, sem que se perceba. As consequências desses abusos
só serão evidentes após o efeito da bebida, tais como: ardor, queimação e voz
rouca e fraca. O consumo de álcool também está fortemente associado ao câncer
de laringe e pulmão.
Dentre as bebidas
alcóolicas temos as fermentadas, como a cerveja, champanha e vinho, as
destiladas, como o uísque, vodca, pinga e conhaque, sendo estas últimas as
piores para a saúde vocal, principalmente se houver mistura das fermentadas com
as destiladas.
O efeito associado do
uso de tabaco e álcool triplica a probabilidade de risco de câncer. A
incidência da laringe é maior no sexo masculino, numa proporção de nove homens
para uma mulher, o que significa que a mulher apresenta certa defesa genética contra esse tipo de
câncer.
Há casos raros de
indivíduos que bebem e fumam e mantêm suas vozes sem alterações, porém se não o
fizessem suas vozes seriam com certeza melhores e mais conservadas. O dano do
cigarro e do álcool varia de acordo com sua quantidade de ingestão, mas há
outros fatores contribuintes que serão determinados na extensão e gravidade
deste dano, como características individuais, constitucionais, genéticas e
familiares.
Fonte: Higiene Vocal –
Informações Básicas – Mara Behlau – Paulo Pontes – Canto Coral – 1/2/3 - 2000
AS DROGAS
O uso de drogas
inalatórias ou injetáveis tem ação direta sobre a laringe e a voz, além dos
inúmeros efeitos nocivos conhecidos, tais como alterações cardiovasculares e
neurológicas.
Quanto à maconha, sua
ação é extremamente lesiva, irritando a mucosa não somente pela agressão do
fumo, mas também pelas toxinas da queima do papel na qual a erva é enrolada;
além disso, o próprio ato de fumar apertando o cigarro com os dedos e entre os
dentes provoca uma grande elevação da temperatura no trato vocal, funcionando
como um maçarico invertido, extremamente lesivo aos tecidos dessas regiões.
Observamos nos
indivíduos que fazem uso da maconha uma voz mais grave (grossa), além de
problemas de imprecisão na articulação dos sons da fala e alterações no ritmo e
na fluência da comunicação.
A aspiração de cocaína em pó pode levar diretamente a mucosa
de qualquer região do trato vocal, e é comum observarmos lesões perfuradas no
septo nasal e ulcerações ao nível da mucosa das pregas vocais. Cocaína
injetável provoca hipotonia muscular
(fraqueza) e especificamente no que diz respeito à voz, produz-se uma
fadiga vocal e dificuldade de manter uma comunicação adequada e eficiente,
particularmente no uso profissional da voz.
Fonte: Higiene Vocal – Informações Básicas – Mara Behlau –
Paulo Pontes- Canto Coral – 4/5/6- 2000
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