segunda-feira, 7 de julho de 2014

OFICINA DA VOZ - I - A VOZ


A VOZ

A voz humana já existe desde o nascimento, e se apresenta de diversas formas, tais como choro, riso e sons da fala. É um dos meios de comunicação  do indivíduo com o exterior, particularmente com seus semelhantes.
A  voz humana é produzida pela vibração do ar expulso dos pulmões pelo diafragma e que passa pela traqueia, laringe e pelas pregas vocais sendo modificado pela boca, lábios e língua.
A voz é a nossa identidade e pode ser até comparada à impressão digital, porém sua constituição é bem mais complexa.   No primeiro momento, uma corrente de ar sai dos pulmões e encontra, na laringe, as chamadas cordas vocais. Na verdade, não são muitas, mas apenas duas e nem são estruturas parecidas com as cordas de um violão, mas duas dobras de mucosa com musculatura, que os especialistas preferem chamar de pregas vocais.  Situadas num plano ortogonal ao eixo da laringe, elas se aproximam quando falamos formando uma barreira para o ar que procura sair. Ao atravessá-la o ar vibra produzindo uma onda sonora.  Esse som básico é sempre o mesmo, semelhando ao ruído de um barbeador elétrico. Daí para  frente, o som vai sempre modulado pelas estruturas anatômicas existentes ao longo do caminho entre a laringe e os lábios.  As cavidades nesse trajeto funcionam como caixas de ressonância. A língua, os dentes e os lábios, por sua vez, desempenham o papel de articular o som. A vogal “a” surge ao abrirmos a boca e baixarmos  a língua. Para dizermos “i”, a boca precisa se fechar um pouco, enquanto a língua sobe.
As pregas vocais vibram com muita rapidez. Nos homens, elas abrem e fecham de 80 a 150 vezes em um segundo; nas mulheres, com voz geralmente mais aguda, de 150 a 250 vezes por segundo. Essa característica chama-se frequência. As pregas vocais do homem têm mais massa e são menos esticadas que as da mulher. Como no violão, as cordas mais esticadas são mais agudas e vibram mais que as cordas mais graves. Daí, inclusive, vem a expressão “cordas vocais”.
A voz é o resultado do equilíbrio entre duas forças: a força do ar que sai dos pulmões (aerodinâmica) e a força muscular da laringe (mio-elástica). Se houver um desequilíbrio nesse mecanismo, poderá ocorrer uma alteração na voz.  Se o fluxo pulmonar for excessivo, a voz será soprosa e, em caso contrário, ou seja, se a força muscular for maior que a necessária, o som ficará comprimido e a voz sairá tensa. O som produzido pelas pregas vocais na laringe passa por um “alto-falante” natural formado pela laringe, boca e nariz. Essas estruturas são denominadas cavidades de ressonância. O sons da fala são articulados  na cavidade da boca, através de movimentos da língua, lábios, mandíbula e palato, modificando o fluxo de ar vindo dos pulmões e, consequentemente projetando o som para o meio ambiente. Esses movimentos devem ser precisos para produzir sons claros e tornar inteligível a mensagem que se quer transmitir.

A voz só existe a partir do momento em que a respiração pulmonar pressiona e provoca e mantém o som da laringe. Então, aprender a cantar é aprender a respirar. A respiração é instintiva, mas, para quem canta, os movimentos respiratórios precisam ser conscientes e disciplinados para serem ativos e eficientes.
O treinamento movimenta o comando nervoso e um conjunto muscular apropriado para se adquirir agilidade e firmeza para a atividade muscular que é colocada a serviço da função vocal e da música.
A respiração na voz cantada difere daquela que usamos na voz falada. Para o cantor, não se trata de deixar o sopro escoar sem controle. Ele deve aprender a economizar, dosar e regular constantemente o gasto de ar segundo a intensidade, a altura tonal, o timbre, a extensão e a duração da frase musical.
O timbre da voz humana depende de várias cavidades que vibram em ressonância com as pregas vocais. São cavidades ósseas, nasais, garganta, traqueia, pulmões e a laringe.
Os seis timbres de voz mais conhecidos são o baixo, barítono e tenor para homens e soprano, mezzo-soprano e contralto para mulheres. Existe também o bari-tenor e o contra-tenor.

Fonte:  Fonoclin – Voz e Audição
Sesc Santo Amaro- apoio
Por dentro da Voz” – Immaculada Lopez – Revista Globo Ciência, nr. 66, 1/1997 - publicado em Canto Livre – maio a agosto de 1997
Higiene Vocal – Mara Behlau – Paulo Pontes – Canto Livre – Abril a Junho de 1998


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