A VOZ
A voz humana já existe
desde o nascimento, e se apresenta de diversas formas, tais como choro, riso e
sons da fala. É um dos meios de comunicação
do indivíduo com o exterior, particularmente com seus semelhantes.
A voz humana é produzida pela vibração do ar
expulso dos pulmões pelo diafragma e que passa pela traqueia, laringe e pelas
pregas vocais sendo modificado pela boca, lábios e língua.
A voz é a nossa
identidade e pode ser até comparada à impressão digital, porém sua constituição
é bem mais complexa. No primeiro
momento, uma corrente de ar sai dos pulmões e encontra, na laringe, as chamadas
cordas vocais. Na verdade, não são muitas, mas apenas duas e nem são estruturas
parecidas com as cordas de um violão, mas duas dobras de mucosa com
musculatura, que os especialistas preferem chamar de pregas vocais. Situadas num plano ortogonal ao eixo da
laringe, elas se aproximam quando falamos formando uma barreira para o ar que
procura sair. Ao atravessá-la o ar vibra produzindo uma onda sonora. Esse som básico é sempre o mesmo, semelhando
ao ruído de um barbeador elétrico. Daí para frente, o som vai sempre modulado pelas
estruturas anatômicas existentes ao longo do caminho entre a laringe e os
lábios. As cavidades nesse trajeto funcionam
como caixas de ressonância. A língua, os dentes e os lábios, por sua vez,
desempenham o papel de articular o som. A vogal “a” surge ao abrirmos a boca e
baixarmos a língua. Para dizermos “i”, a
boca precisa se fechar um pouco, enquanto a língua sobe.
As pregas vocais
vibram com muita rapidez. Nos homens, elas abrem e fecham de 80 a 150 vezes em
um segundo; nas mulheres, com voz geralmente mais aguda, de 150 a 250 vezes por
segundo. Essa característica chama-se frequência. As pregas vocais do homem têm
mais massa e são menos esticadas que as da mulher. Como no violão, as cordas
mais esticadas são mais agudas e vibram mais que as cordas mais graves. Daí,
inclusive, vem a expressão “cordas vocais”.
A voz é o resultado do
equilíbrio entre duas forças: a força do ar que sai dos pulmões (aerodinâmica)
e a força muscular da laringe (mio-elástica). Se houver um desequilíbrio nesse
mecanismo, poderá ocorrer uma alteração na voz.
Se o fluxo pulmonar for excessivo, a voz será soprosa e, em caso
contrário, ou seja, se a força muscular for maior que a necessária, o som
ficará comprimido e a voz sairá tensa. O som produzido pelas pregas vocais na
laringe passa por um “alto-falante” natural formado pela laringe, boca e nariz.
Essas estruturas são denominadas cavidades de ressonância. O sons da fala são
articulados na cavidade da boca, através
de movimentos da língua, lábios, mandíbula e palato, modificando o fluxo de ar
vindo dos pulmões e, consequentemente projetando o som para o meio ambiente.
Esses movimentos devem ser precisos para produzir sons claros e tornar
inteligível a mensagem que se quer transmitir.
A voz só existe a
partir do momento em que a respiração pulmonar pressiona e provoca e mantém o
som da laringe. Então, aprender a cantar é aprender a respirar. A respiração é
instintiva, mas, para quem canta, os movimentos respiratórios precisam ser
conscientes e disciplinados para serem ativos e eficientes.
O treinamento
movimenta o comando nervoso e um conjunto muscular apropriado para se adquirir
agilidade e firmeza para a atividade muscular que é colocada a serviço da
função vocal e da música.
A respiração na voz
cantada difere daquela que usamos na voz falada. Para o cantor, não se trata de
deixar o sopro escoar sem controle. Ele deve aprender a economizar, dosar e
regular constantemente o gasto de ar segundo a intensidade, a altura tonal, o
timbre, a extensão e a duração da frase musical.
O timbre da voz humana
depende de várias cavidades que vibram em ressonância com as pregas vocais. São
cavidades ósseas, nasais, garganta, traqueia, pulmões e a laringe.
Os seis timbres de voz
mais conhecidos são o baixo, barítono e tenor para homens e soprano,
mezzo-soprano e contralto para mulheres. Existe também o bari-tenor e o
contra-tenor.
Fonte: Fonoclin – Voz e Audição
Sesc Santo Amaro-
apoio
Por dentro da Voz” – Immaculada Lopez
– Revista Globo Ciência, nr. 66, 1/1997 - publicado em Canto Livre – maio a
agosto de 1997
Higiene Vocal – Mara Behlau – Paulo
Pontes – Canto Livre – Abril a Junho de 1998
Nenhum comentário:
Postar um comentário