sábado, 21 de janeiro de 2017

INSTRUMENTOS MUSICAIS - SUAS HISTÓRIAS E FUNÇÕES

INSTRUMENTOS MUSICAIS
SUAS HISTÓRIAS – SUAS FUNÇÕES


A água correndo por um riacho; o vento inclinando as folhas; o fogo alastrando-se pela floresta; a chegada da primavera; a paixão de um homem por uma mulher; a trágica morte do ser amado; a alegre comemoração de um casamento. Os exemplos seriam intermináveis, e o mais surpreendente é que todas estas impressões podem não ser transmitidas por palavras, mas, sim por sons. É a magia da música, “ outra vida dentro da vida”, como disse Balzac. Seu poder é reconhecido: ela é capaz de influenciar nosso estado de ânimo, de nos tranquilizar ou entusiasmar, de nos alegrar ou entristecer; de despertar ternura ou agressividade.
E para transmitir toda a gama de emoções experimentada pelo compositor, no momento da criação da sua obra, é preciso que o instrumento musical seja adequado. A função deste é passar, para quem ouve fatos, pensamentos, sentimentos, impressões – às vezes toda uma história- concebidos pelo autor.  Não se pode, por exemplo, tocar uma música sacra com uma guitarra elétrica, assim como um violino  não transmite corretamente as vibrações do jazz. Este tipo de música exige clarinetas, trombones, baterias e outros instrumentos que vibram.  Músicas etéreas devem ser tocadas com harpa; as medievais ficam  perfeitas com flauta; as sensuais ou melancólicas adaptam-se melhor a instrumentos de sopro, que despertam ideia de calor. Já o sonho, o lirismo, as emoções mais sutis encontram ressonância impecável nas cordas de um violino.
À medida que a música se aprimora, nessa passagem de sentimentos e sensações, os instrumentos  vão ficando mais requintados e aperfeiçoados. A era atual criou o órgão eletrônico, capaz de reproduzir os sons de quase todos os instrumentos, programando-o como se faz com um computador. Milênios se passaram para se chegar a este ponto. Escavações arqueológicas feitas no século XX, nas décadas de 50 e 60,  em Mezin, na Ucrânia, revelaram a existência de instrumentos musicais da era paleolítica com cerca de 20 mil anos. Entre eles, chocalhos de marfim, pulseira sonora, martelo de chifre de rena e outros feitos com ossos de mamute.
No Ocidente, há indícios de que desde fins do Império Romano já existiam orquestras, embora só depois do século XVI é que elas começaram a ter as características das atuais. Apenas no século XVIII é que os violinos passaram a fazer parte dela, especialmente nas igrejas. E, progressivamente, seu número de instrumentos foi aumentando.
No século XVIII, uma orquestra pequena, comum, era constituída por dois violinos, dois oboés, duas trompas e dois contrabaixos. Harpas, flautins, corne inglês, bombo e pratos passaram a integrar as orquestras no século passado. Beethoven aumentou o número de instrumentos e Wagner criou dimensão maior: a quantidade e a variedade deles passaram a ser quase as mesmas usadas atualmente: violinos, flautas, flautins, clarinetes, trombetas, bateria e outros.
Atualmente, a orquestra, em geral, é dividida em cinco grupos de instrumentos: os de corda, os de sopro de madeira, os de sopro de metal, os de percussão, os de tecla. Cada grupo tem um naipe que imita a voz humana.  O violino possui o som do soprano; a viola, do contralto; o violoncelo, do tenor e o contrabaixo, do baixo.  Uma exceção é o flautim que vai além desses sons e atinge um tom muito raro, correspondente ao sopranino.

Uma sinfônica ou filarmônica, geralmente compõe-se de cerca de 100 instrumentos; uns sessenta de corda, uns quinze de madeira, uns doze ou treze de metal e uns dez ou doze de percussão.  Mas já houve e ainda existem orquestras bem mais numerosas. Fantástica mesmo foi a dirigida  por John Strauss, em Boston,no Dia da Independência.  Cerca de 10.000 músicos acompanharam  quase 20.000 cantores com cem sub-regentes transmitindo o comando de Strauss para os milhares de executantes.
À orquestras completas dá-se o nome de orquestra sinfônica  ou orquestra filarmônica, embora estes prefixos não especifiquem nenhuma diferença no que toca à constituição instrumental ou ao papel da mesma, mas podem revelar-se úteis  para distinguir orquestras de uma mesma localidade. Na verdade, esses prefixos denotavam a maneira como de como a orquestra era sustentada- a filarmônica por uma instituição privada, e a sinfônica por uma instituição pública. Hoje, não existe essa diferença.

Uma orquestra terá, tipicamente de 80 a 100 músicos, número ajustado em função da obra reproduzida. Em alguns casos, uma orquestra pode incluir músicos freelancers para tocar instrumentos específicos que não compõem o conjunto oficial. 


·         as cordas ( violinos, violas, violoncelos, contrabaixos , harpas)
·         as madeiras ( flautas, flautins, oboés, corne-inglês- clarinetes- clarinete baixo, fagotes, contra-    
       fagotes)
·         os metais (trompetes,trombones, trompas, tubas - saxofone )
·         os instrumentos de percussão (tímpanos, triângulos, caixas, bombo, pratos, carrilhão sinfônico  – gongo – xilofone- caixa de rufo -pandeireta)
·         os instrumentos de teclas (piano- cravo- órgão)






Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo – 04.07.1982 (suplemento feminino)
           Canto Livre – edições  de  1998/1999 (Alexandre  Thadeu – Julio Ney –    
                                                                          Walkiria V. Luz)
            A Arte da Música –Editora Abril
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INSTRUMENTOS MUSICAIS - CORDAS




INSTRUMENTOS DE CORDA
Cordas - Instrumentos cujo som é produzido pela vibração das cordas

VIOLINO- VIOLA- VIOLA CAIPIRA -  VIOLONCELO –CONTRABAIXO- HARPA- LIRA- 
VIOLÃO - VIOLÃO 7 CORDAS -  GUITARRA- BANJO - ALAÚDE- BALALAICA -
                                               BANDOLIM - CÍTARA - BOUZUKI - BERIMBAU

A ideia de produzir sons a partir de instrumentos de cordas, friccionando-os  com um arco , em vez de beliscá-los, chegou à Europa vinda do Oriente Médio. Os árabes tinham um instrumento de arco chamado Rabat, que chegou à Europa por volta dos séculos X ou XI,  de notas sustentadas, semelhantes ao som de um instrumento de arco, em contraste com os sons da harpa ou do alaúde, que cessam instantaneamente, e que cedo conheceram enorme popularidade.


                                                                         RABAT

Os menestréis tocavam uma rabeca em forma de pera e a vielle, ou viela e os reis mantinham grupos de vielistas que acompanhavam  as danças e davam um ambiente musical à suas viagens.


                                                                        RABECA

Durante a renascença, as famílias instrumentais  começaram a separar-se dando origem às formas que hoje conhecemos, como o violino e  as violas.
Mas uma das formas mais estranhas, intrigantes e interessantes entre todas as cordas, é a Tromba Marina, com um corpo em forma de Pirâmide triangular e originalmente com uma só corda, à qual se acrescentou posteriormente uma outra.

                                                                TROMBA MARINA


 Desapareceu no início do século XVIII. O seu nome que quer dizer “ trompete marítimo”, constituiu um mistério, embora se refira provavelmente aos seus harmônicos, semelhantes aos de um trompete.
Cerca de 1780, o moderno arco foi aperfeiçoado pelo francês François Tourte permitindo aos virtuosos do seu tempo – culminando com Paganini, por volta de 1830 – desenvolver a estonteante exuberância das técnicas de arco, então ao alcance de todos.



VIOLINO 

                                                                   STRADIVARIUS

O violino tem quatro cordas e um arco e, para ser tocado, é mantido sob o queixo. Geralmente é responsável  pela melodia, pelo solo.  Quase sempre é o grupo mais numeroso da orquestra, e de som mais agudo- só superado pelo flautim.
Stradivarius produziu os melhores exemplares e seu nome é sinônimo  de perfeição nesses instrumentos. Os poucos com esta marca, ainda existentes, são considerados raridades. Acredita-se que o violino surgiu no século XVI, com as características atuais,  nas regiões onde hoje são a Alemanha e a Itália, embora já existisse em outras formas.
Há quem ache que ele é descendente do alaúde, instrumental árabe de origem remota. Um dos mais famosos virtuoses do mundo foi Niccolo Paganini, falecido em 1840.
Os maiores artesãos que fabricaram este instrumento: Gagliano, C.F. Grand, A. Guarnieri, L. Guersan, J. Stainer, D. Montagnana. No século XIX, surge na França: N. Lupot e J.P. Villaume.
Nos primeiros violinos as cordas eram feitas de tripa de animal, mas a tendência para um maior brilho e volume levou o uso de cordas revestidas de metal nas duas mais graves. Embora pareça que os violinos são seguros com a mão esquerda, eles são seguros apertando-os no pescoço entre o queixo e o ombro. A mão esquerda é usada para pressionar as cordas.
As grandes orquestras têm trinta ou mais violinos, divididos em primeiro e segundos.
Algumas peças famosas para violino: de Bach: Chaconne; de Beethoven: Sonata, Krentzer;  de Paganini: 24 caprichos para violino; de Ravel: Izigane.


VIOLA





Um antigo tipo de violino, um pouco maior e com um som mais profundo do que este. A viola soa uma quinta abaixo.  De timbre muito expressivo, chamado de “alto” pelos franceses, provavelmente por reproduzir este tom da voz humana. Possui um caráter mais velado e meditativo que o brilhante e extrovertido violino – uma qualidade apreciada por Mozart, que tocava viola e que fez contrastar os dois instrumentos na sua bela Sinfonia Concertante. Consta que esse instrumento é uma variante de outros, da época medieval, tais como a “viola do amor” que esteve no auge durante o século XVII e os rabel, um instrumento semelhante na forma e no som, que era tocado pelos pastores, enquanto trabalhavam.
A viola, durante muito tempo tratada como o parente pobre do violino, revelou-se completamente no século XX, sobretudo graças  à arte de Lionel Tertis. Devido ao seu maior peso e cordas mais largas, a viola exige uma mão maior e mais forte que o violino, e é mais cansativo tocá-la. Uma orquestra sinfônica tem doze ou mais violas.

  
 VIOLA CAIPIRA




Viola caipira, também conhecida como viola sertaneja, viola cabocla e viola brasileira, é um instrumento musical de cordas Com suas variações, é popular principalmente no interior do Brasil, sendo um dos símbolos da música popular brasileira

VIOLONCELO




O violoncelo tem quatro cordas e arco. Até há alguns séculos, era usado como acompanhante, mas a partir de Beethoven muitos compositores deram-lhe destaque, especialmente, para expressar, em solo, a música dramática. Pablo Casals foi o maior violoncelista dos últimos tempos.
As sonoridades poderosas e vibrantes do violoncelo fazem dele o mais lírico dos instrumentos. É seguro com a cabeça por cima do ombro esquerdo do executante e apoiado no chão por um espigão de metal ajustável e assente na parte inferior. Soa uma oitava abaixo da viola. O papel do violoncelo como sustentáculo da orquestra é quase tão importante como o dos primeiros violinos, que seguram  a linha melódica principal. Os violoncelos  são extremamente eficazes em pizzicato (beliscando as cordas com os dedos), como no andamento allegretto da Segunda Sinfonia de Brahms ou no Scherzo vivo da Quarta de Tchaikóvski. Uma orquestra normal tem pelo menos dez violoncelistas.



CONTRABAIXO





Instrumento  de 5 cordas e arco, da família dos violinos, violas e violoncelo.  É o maior de todos e o de tom mais grave. Devido ao enorme tamanho do contrabaixo (cerca de 1 metros de altura), o seu instrumentista tem que tocar de pé  ou sentado num banco alto. Esse instrumento, o gigante da orquestra, difere na sua forma dos demais, vistor ter as partes laterais superiores, tal como os instrumentos da velha família da viola, formando duas curvas em vez de uma única curva redonda e contínua. É também o único instrumento da orquestra em que as cordas são afinadas à distância de uma quarta, ao contrário dos outros, que são a uma quinta. O contrabaixo toca muitas vezes em uníssono com o violoncelo, se bem que uma oitava abaixo. Um exemplo disso ocorre nos compassos iniciais da Sinfonia inacabada de Shubert.
Por volta do século XVI  era usado em igrejas com o nome de violão. Foi levado às orquestras no século XVIII. Seu papel principal é reforçar os baixos da orquestra.
Mozart, Wagner, Berlioz e outros compositores elevaram o contrabaixo à categoria d instrumento solista, em diversas obras, por sua capacidade de produzir notas profundas, fortes, de grande potência. Nas obras pós-clássicas, o instrumento toca muitas vezes uma parte diferente da do violoncelo. Em geral são utilizados oito contrabaixos na orquestra. 


HARPA




A harpa é um dos instrumentos de corda mais antigos. Foram encontradas representações da harpa nas necrópoles de Tebas, no século XVIII a.C.. Ainda conserva a forma original, embora tenha aumentado de tamanho. Era usada suspensa no pescoço por uma grande correia ou cinta. No começo do século  XVII de nossa era, já era tocada na Itália.
Erard, seu aperfeiçoador,  (hoje marca principal deste instrumento, na França) construiu-a com 47 cordas e sete pedais, como é conhecida na versão atual.
A harpa moderna é um regular membro da orquestra sinfônica. O seu alcance é o maior de todos os instrumentos orquestrais e é tão eficiente tocando dois solos melódicos e o murmurante acompanhamento das cordas, com o qual é mais frequentemente associado.
O interesse na harpa como um instrumento orquestral foi desenvolvido no século XIX por compositores como Wagner e Tchaikóvisk, e continua até hoje.  Um moderno concerto de harpa é feito com dupla-ação de pedais. A dupla-ação de mecanismo, inventado no século XIX, permite ao músico alcançar o tom da corda conforme cada um semi-tom ou tom.




LIRA




Instrumento musical clássico, da família das cordas dedilhadas. Nascido com os gregos, desapareceu durante a Idade Média.  O gênero de instrumento a que pertence a lira terá tido o seu alvorecer na -Asia, inferindo-se que terá entrado na Grécia através da Trácia ou da Lídia.
A estrutura de uma lira consiste num oco -caixa de ressonância - do qual partem, verticalmente, dois braços (montantes), que, por vezes, também são ocos. Junto ao topo, os braços ficam ligados a uma barra - o jugo - que liga as cordas até outra saliência de madeira transversal - o cavalete - disposta junto à caixa de ressonância e que lhe transmite as vibrações das cordas. As cordas são percutidas com a ajuda de um plectro. O número de cordas variava, geralmente entre seis e oito. As cordas eram feitas de tripa ou de tendões de boi ou carneiro. Há quem afirme que os braços primitivos deste instrumento eram feitos com chifres de cabra.

VIOLÃO




Instrumento musical dotado de  cordas dedilháveis, com caixa de ressonância em forma de 8, da qual sai um braço largo e reto. Tem seis cordas, três de tripa e três de metal, das ou náilon. Foi trazido ao Brasil pelos portugueses e ganhou popularidade especialmente no acompanhamento de canto, é usado também como solista na música clássica.
O instrumentista encontra as notas com o auxílio de pontos que são pequenas tiras de metal fixadas na escala com meios tons de intervalo. Vale conferir os trabalhos brasileiros  para estre instrumento como na música erudita  onde Heitor Vila Lobos compôs doze estudos para violão. Grandes  instrumentistas surgiram no país  como Baden Powell. O violão está muito presente na MPB, Samba, especialmente na bossa nova.


VIOLÃO 7 CORDAS





O violão de 7 cordas  consiste de uma alteração do violão tradicional (com 6 cordas) ao adicionar uma corda, mais grave que as demais. Originalmente, a corda adicionada era uma de violoncelo, afinada em Dó, e necessitava o uso de uma dedeira no polegar. Mais tarde começou-se a usar uma corda grave, afinada em Si ou em Lá, feita como as demais cordas graves (bordões) do violão. Muitos violonistas utilizam, no choro, a sétima corda afinada em dó visto que existem muitos choros na tonalidade de dó e poucos em si. Assim um bordão com essa nota em corda solta facilitaria bastante a montagem de acordes e o desenvolvimento de frases na baixaria.
Segundo Raphael Rabello: "No estilo choro, o violão caracteriza-se por frases de contraponto geralmente em escala descendente, utilizando-se somente as cordas graves. Daí o nome baixaria. Tute sentia necessidade de algumas notas mais graves, daí a ideia de colocar uma corda a mais nos bordões." É bom ressaltar que a baixaria do 7 cordas dá à música um sentido de continuidade, caracterizado pela presença de contracantos com a melodia

Após a morte de Tute, Dino 7 Cordas seguiu seus passos, se tornando uma das maiores referências no instrumento, ao lado também de Ventura Ramires.



GUITARRA



 Instrumento de corda da família do alaúde e da cítara, com caixa de ressonância e forma de 8  e de fundo chato. A guitarra parece derivar de outros instrumentos existentes anteriormente na Ásia Central.
Foi introduzida na Espanha pelos mouros, no século XII, possuindo já quatro cordas, mas não se conhece com exatidão a história do instrumento. Há duas hipóteses mais prováveis para a introdução da guitarra no ocidente. A primeira, é que ela seria derivada da Kithára grega que com o domínio do Império Romano passou a se chamar Cítara Romana. Teria chegado à Península Ibérica com os romanos, por volta do século I. Se assemelhava à Lira e posteriormente foram acontecendo várias transformações: os seus braços dispostos da forma da lira foram se unindo formando uma caixa acústica, a qual foi acrescentado um braço de três cravelhas e três cordas, e a esse braço foram feitas divisões transversais (trastes).
A segunda hipótese é que esse instrumento seria derivado do antigo alaúde árabe e que teria sido levado para a Península Ibérica através das invasões muçulmanas. Outra hipótese é de que foram aplicadas as técnicas do alaúde (cordas beliscadas, número de cordas,  afinação etc.) a instrumentos de corda friccionada (nessa altura chamadas “violas”). Isso explicaria o fato de em espanhol ter havido a distinção entre vihuela de arco (viola tocada com um arco) e vihuela de mano (viola tocada com a mão).
Segundo Paco de Luciao inventor da guitarra tal como a conhecemos se chama Zyryab. Nascido em Bagdá, ele viveu no fim do século VIII na corte de Córdoba. Ele introduziu uma quinta corda ao 'ud árabe e fundou uma escola de música que exerceu influência considerável sobre a música árabe-andaluz.
Foi Antonio de Torres, um luthier espanhol do século XIX que deu à guitarra a forma e as dimensões da guitarra clássica atual, a partir do qual, diversas outras variedades surgiram no século XX(como a guitarra de jazz, a  guitarra folk e a elétrica).
Durante vários séculos de história, a guitarra acústica ganhou diversas variedades. Há grandes variações em todas as características dos instrumentos: o tamanho e o formato da caixa de ressonância, o formato e a quantidade de aberturas frontais, o comprimento do braço, a quantidade das cordas, a extensão e a forma de afinação. Certas variedades se desenvolveram separadamente e se tornaram instrumentos específicos.
Posteriormente, com cinco cordas definitivas, tornou-se um dos mais difundidos instrumentos da música popular, ingressando no Brasil com o nome de violão (guitarra francesa). Não obstante seu caráter popular, mereceu valiosas composições de autores eruditos famosos.
A guitarra elétrica surgiu, independentemente, pela mão de diversas pessoas nos anos 30. Inicialmente a eletrificação consistia em usar o próprio instrumento acústico com um microfone de voz dentro de sua caixa de ressonância. Mais tarde esse microfone foi substituído pelo microfone de contato chamado captador ou, em inglês pickup.
Por nem sempre ser necessária uma caixa de ressonância acústica numa guitarra eléctrica, surgiram as primeiras guitarras maciças (Fender Stratocaster e Gibson Les Paul) nas décadas de 1950 e 60. As cordas passaram a ser metálicas e captadores magnéticos de indução começaram a ser utilizados.



BANJO






Alterada do inglês americano Bandore,  o banjo é um instrumento musical de quatro, cinco ou seis cordas, de origem norte americana, com caixa de tambor e braço comprido e estreito.  O banjo tem origem africana, cuja caixa de ressonância é um pandeiros, com braço longo e quatro cordas duplas afinadas como as da viola. Ao dedilhar as cordas, o instrumentista  faz soar simultaneamente o pandeiro. O banjo tornou-se conhecido no mundo todo através dos grupos de jazz dos negros norte-americanos.


ALAÚDE





A palavra “alaúde” provém de “al ud”, nome árabe do instrumento que chegou à Europa provavelmente após a conquista da península Ibérica pelos mouros. O alaúde distingue-se do violão pelo diferente formato da caixa de ressonância, abaulada e com costilhas construídas em finos arcos colados uns aos outros nos bordos. Possui também a pá do cravelhante curvada para trás, quase em ângulo reto, e uma bela roseta trabalhada por baixo das cordas, ao contrario do violão, que possui uma só abertura redonda. O aláude alcançou  a perfeição por volta de 1500, tendo sido escrita para ele grande quantidade de músicas, culminando com as obras do compositor do período Elizabetano John Dowland.
Por volta do século XVII, o alaúde tornou-se cada vez mais complicado e difícil de manejar. No século XVIII, foi utilizado por Bach na sua Paixão segundo São João. Bach escreveu também quatro suítes para alaúde. Em nosso dias o alaúde foi ressuscitado  por músicos como Julian Bream.



BALALAICA



Instrumento de três corda dedilháveis. De formato triangular e dimensões variadas, feito de madeira. É característico da música folclórica russa e do leste europeu em geral.A família da balalaica  inclui cinco instrumentos, do mais agudo ao mais grave.


                                               
BANDOLIM


Instrumento de cordas surgido na Itália no século XVI. Com formato de pera e costas abauladas, possuiu oito cordas, agrupadas duas a duas, que são tocadas com uma palheta.



CÍTARA



Instrumento de cordas, com uma caixa de ressonância de madeira, originário, provavelmente da Mesopotâmia e difundido na Grécia antiga. A cítara moderna compõe-se de uma caixa plana sobre a qual se estendem  as cordas, cujo número varia de 30 a 39. Usado sobretudo na música folclórica em países de língua alemã, nos Alpes e na Europa do Leste.



BOUZOUKI


Instrumento muito popular na música tradicional da Grécia. Com o nome derivado da palavra turca buzuk não sofreu grandes alterações ao longo dos séculos. No último século, por ser comum entre as classes mais baixas, foi perseguido devido à suposta associação com a vida criminal.
A música tradicional relacionada com este instrumento - a rebetika - esteve, de fato, muito tempo ligada ao mundo prisional, resultando da adaptação da música rural, em geral designado por demotiki, às condições da população urbana vinda do campo e procurando trabalho na cidade. Embora o bouzouki se tenha transformado no instrumento mais característico da rebetika (proveniente embora da grande família balcânica das tambouras), a verdade é que a elementar baglama, que ainda hoje está para o bouzouki como a viola para a guitarra no fado, resulta da invenção de um instrumento que acompanhasse as canções dos presos, mas que tivesse simplicidade e dimensões que permitissem construí-la e escondê-la em prisões onde eram proibidas.


Hoje em dia afirma-se que tocar bouzuki e conseguir tirar do instrumento “o espelho da nossa alma” é privilégio que só alguns conseguem atingir. Originalmente o bouzouki tinha 3 cordas duplas com afinação mais comum  Ré-Lá-Ré (outras afinações, como Mi-Lá-Mi e Dó-Sol-Ré também poderiam ser usadas). Hoje em dia encontram-se bouzukis de 4 cordas duplas com afinação  (Dó-Fá-Lá-Ré), o que permite fundir muita da técnica de guitarra na tradicional técnica das gerações. O bouzouki de 4 cordas é uma evolução muito recente, da metade do séc. XX, e os músicos mais adeptos do rebétiko costumam rejeitá-lo, preferindo o de 3 cordas, que serve melhor à música modal tradicional.




BERIMBAU






Instrumento constituído  por um arco de madeira, cujas extremidades são ligadas por um fio de metal. Este é percutido com uma vareta, enquanto uma cabaça, colocada numa extremidade do arco, serve de caixa de ressonância. Muito usado no folclore baiano.


Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo – 04.07.1982 (suplemento feminino)
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INSTRUMENTOS MUSICAIS - TECLAS

INSTRUMENTOS DE TECLAS

PIANO - ÓRGÃO- CRAVO - CELESTA -CLAVICÓRDIO - ESPINETA -  HARMÔNIO SANFONA DE TECLAS - BANDONEÓN




Criado na Itália, no início do século XIX, deriva de um instrumento chamado cravo. Até os dias atuais este instrumento evolui, e existem vários tipos, como: piano de cauda (piano no qual as cordas e a caixa de ressonância são  horizontais) e piado de armário (piano no qual as cordas e as caixas de ressonância são verticais). O piano é composto de cordas esticadas sobre uma moldura e percutidas por martelos,  estes são movidos por um mecanismo que os aciona quando as teclas são rebaixadas.  O piano é equipado com dois pedais (doce e forte) , que permitem variar a dinâmica.  Quando existem três pedais, o do meio é uma surdina ( piano de armário) ou um pedal dito “tonal”, (piano de cauda), destinado a diminuir o brilho da sonoridade.
Na música clássica vários compositores destacaram este instrumento, entre os quais:
Beethoven, Shubert, Chopin e Liszt, no século XIX, e Debussy, Ravel, Prokofiev e Cage, no século XX.
No Brasil, vários intérpretes têm se destacado neste instrumento, na música clássica e na música popular. O piano é instrumento dos mais versáteis, que encontra espaço nos mais diferentes estilos: Clássico, MPB, Jazz, Blues, Rock, Pop e outros.


ÓRGÃO



Instrumento musical com  teclado do grupo dos instrumentos polífonos. É tocado por meio de um ou mais manuais e uma pedaleira. O som é produzido pela passagem de ar comprimido através de tubos sonoros de diversos formatos, materiais e comprimentos.
Oficializado para a música de igreja, divide-se em várias espécies, algumas das quais para uso em sinfonias ou música popular.


CRAVO




Instrumento de cordas com teclado, muito usado nos séculos XVI e XVII. Seu mecanismo constitui-se, basicamente, de teclas que impulsionam lâminas de material resistente, as quais, por sua vez, “ beliscam” as cordas esticadas. Dai o seu timbre ligeiramente ácido, que lembra mais o do alaúde que o do piano moderno.


CELESTA



Instrumento musical de teclado, com lâminas de aço que são golpeadas por martelinhos. Seu timbre é suave e muito peculiar, empregado geralmente para imprimir à música um clima etéreo ou mágico. Foi construída em 1886 pelo francês Auguste Mustel, a celesta fez sua estreia no mundo musical  com o ballet  O Quebra Nozes, de 1892, composto por Tchaikóvsky. A celesta é classificada como um metalofone.



CLAVICÓRDIO



Instrumento de corda com teclados que deu origem ao piano. O instrumento predileto de Mozart. Usado desde o final da Idade Média, durante o Renascimento, o Barroco, o Período Clássico.
O clavicórdio foi inventado  no início do século XIV e foi muito popular entre os séculos XVI e XVIII. Caiu em desuso em 1850, e foi revitalizado no final da década de 1890 por Arnold Dolmetsch. Hoje são tocados especialmente por entusiastas da música do Renascimento, Barroco e Clássica.
O clavicórdio ganhou atenção noutros tipos de música, sob a forma do clavinete, que é um clavicórdio elétrico que usa um pick-up magnético para produzir um sinal para amplificação. Steve wonder usa um clavinete em muitas de suas canções.


CLAVINETE



ESPINETA



Instrumento de cordas percutíveis de formato retangular, trapezoidal ou pentagonal.  Originário da Itália (século XVI),  tornou-se muito popular nos séculos XVII e XVIII. Foi criado em 1503 por Giovanni Spinetti que fazia seus instrumentos com o teclado exterior à caixa de ressonância, como acontece nos pianos atuais. Nesse instrumento as cordas não eram agitadas por um tangente, mas sim, postas em vibração por um plectro acoplado a um saltarello. O plectro era feito de pena de pato e colocado na ponta do saltarello de modo a beliscar a corda ao passar por ela. O saltarello era uma peça de madeira fina com aproximadamente 10 cm de comprimento que ficava apoiada na extremidade da tecla, acompanhando o movimento da mesma.
Em 1550 Rossi de Milão construiu suas espinetas com o teclado inserido na caixa, tal como acontecia nos clavicórdios.


HARMÔNIO



Instrumento de teclado e fole, com caixa de ressonância em posição vertical. Semelhante ao órgão, é, entretanto desprovido de tubos. O som é produzido por palhetas acionadas por pedais, que por sua vez, bombeiam o ar impelido pelos foles.



SANFONA DE TECLAS



Também conhecido como acordeão, acordeona, concertina, harmônica, é um instrumento de fole, com registros e teclado em plano vertical.  Tipicamente de música popular está sendo usado atualmente como  instrumento de concerto por alguns compositores.


BANDONEÓN





O Bandoneón é um instrumento musical de palhetas livres, semelhante  a uma concertina. Produz o som a partir da vibração de palhetas de aço rebitadas em chapas de metal  que podem ser de zinco ou alumínio. Como outros membros da família da concertina, o bandoneon é prendido entre ambas as mãos com movimentos de empurrão e de tração que forçam o ar através de seus fole, que é roteado através de linguetas pressionando seus botões. Como uma concertina os botões do bandoneón viajam paralelos ao fole, enquanto no acordeão na perpendicular.
Foi inventado pelo músico alemão Henrich Band (1821-1860).


Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo – 04.07.1982 (suplemento feminino)
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