INSTRUMENTOS
MUSICAIS
SUAS HISTÓRIAS –
SUAS FUNÇÕES
A
água correndo por um riacho; o vento inclinando as folhas; o fogo alastrando-se
pela floresta; a chegada da primavera; a paixão de um homem por uma mulher; a
trágica morte do ser amado; a alegre comemoração de um casamento. Os exemplos
seriam intermináveis, e o mais surpreendente é que todas estas impressões podem
não ser transmitidas por palavras, mas, sim por sons. É a magia da música, “
outra vida dentro da vida”, como disse Balzac. Seu poder é reconhecido: ela é
capaz de influenciar nosso estado de ânimo, de nos tranquilizar ou entusiasmar,
de nos alegrar ou entristecer; de despertar ternura ou agressividade.
E
para transmitir toda a gama de emoções experimentada pelo compositor, no momento
da criação da sua obra, é preciso que o instrumento musical seja adequado. A
função deste é passar, para quem ouve fatos, pensamentos, sentimentos,
impressões – às vezes toda uma história- concebidos pelo autor. Não se pode, por exemplo, tocar uma música
sacra com uma guitarra elétrica, assim como um violino não transmite corretamente as vibrações do
jazz. Este tipo de música exige clarinetas, trombones, baterias e outros
instrumentos que vibram. Músicas etéreas
devem ser tocadas com harpa; as medievais ficam
perfeitas com flauta; as sensuais ou melancólicas adaptam-se melhor a
instrumentos de sopro, que despertam ideia de calor. Já o sonho, o lirismo, as
emoções mais sutis encontram ressonância impecável nas cordas de um violino.
À
medida que a música se aprimora, nessa passagem de sentimentos e sensações, os
instrumentos vão ficando mais
requintados e aperfeiçoados. A era atual criou o órgão eletrônico, capaz de
reproduzir os sons de quase todos os instrumentos, programando-o como se faz
com um computador. Milênios se passaram para se chegar a este ponto. Escavações
arqueológicas feitas no século XX, nas décadas de 50 e 60, em Mezin, na Ucrânia, revelaram a existência
de instrumentos musicais da era paleolítica com cerca de 20 mil anos. Entre
eles, chocalhos de marfim, pulseira sonora, martelo de chifre de rena e outros
feitos com ossos de mamute.
No
Ocidente, há indícios de que desde fins do Império Romano já existiam
orquestras, embora só depois do século XVI é que elas começaram a ter as
características das atuais. Apenas no século XVIII é que os violinos passaram a
fazer parte dela, especialmente nas igrejas. E, progressivamente, seu número de
instrumentos foi aumentando.
No
século XVIII, uma orquestra pequena, comum, era constituída por dois violinos,
dois oboés, duas trompas e dois contrabaixos. Harpas, flautins, corne inglês,
bombo e pratos passaram a integrar as orquestras no século passado. Beethoven
aumentou o número de instrumentos e Wagner criou dimensão maior: a quantidade e
a variedade deles passaram a ser quase as mesmas usadas atualmente: violinos, flautas,
flautins, clarinetes, trombetas, bateria e outros.
Atualmente,
a orquestra, em geral, é dividida em cinco grupos de instrumentos: os de
corda, os de sopro de madeira, os de sopro de metal, os de percussão, os de tecla. Cada
grupo tem um naipe que imita a voz humana.
O violino possui o som do soprano; a viola, do contralto; o violoncelo,
do tenor e o contrabaixo, do baixo. Uma
exceção é o flautim que vai além desses sons e atinge um tom muito raro,
correspondente ao sopranino.
Uma
sinfônica ou filarmônica, geralmente compõe-se de cerca de 100 instrumentos;
uns sessenta de corda, uns quinze de madeira, uns doze ou treze de metal e uns
dez ou doze de percussão. Mas já houve e
ainda existem orquestras bem mais numerosas. Fantástica mesmo foi a
dirigida por John Strauss, em Boston,no
Dia da Independência. Cerca de 10.000
músicos acompanharam quase 20.000
cantores com cem sub-regentes transmitindo o comando de Strauss para os
milhares de executantes.
À
orquestras completas dá-se o nome de orquestra sinfônica ou orquestra filarmônica, embora estes
prefixos não especifiquem nenhuma diferença no que toca à constituição
instrumental ou ao papel da mesma, mas podem revelar-se úteis para distinguir orquestras de uma mesma
localidade. Na verdade, esses prefixos denotavam a maneira como de como a
orquestra era sustentada- a filarmônica por uma instituição privada, e a
sinfônica por uma instituição pública. Hoje, não existe essa diferença.
Uma
orquestra terá, tipicamente de 80 a 100 músicos, número ajustado em função da
obra reproduzida. Em alguns casos, uma orquestra pode incluir músicos
freelancers para tocar instrumentos específicos que não compõem o conjunto
oficial.
·
as cordas ( violinos, violas, violoncelos, contrabaixos , harpas)
·
as madeiras ( flautas, flautins, oboés, corne-inglês- clarinetes- clarinete baixo, fagotes, contra-
fagotes)
·
os metais (trompetes,trombones, trompas, tubas - saxofone )
·
os instrumentos de percussão (tímpanos, triângulos, caixas, bombo, pratos, carrilhão sinfônico – gongo – xilofone- caixa de rufo -pandeireta)
·
os instrumentos de teclas (piano- cravo- órgão)
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo –
04.07.1982 (suplemento feminino)
Canto
Livre – edições de 1998/1999 (Alexandre Thadeu
– Julio Ney –
Walkiria
V. Luz)
A
Arte da Música –Editora Abril
enciclopedia Wikipedia
Imagens: Google
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