terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

ESCOLAS DE SAMBA DE SÃO PAULO – ATÉ A DÉCADA DE 70





Fenômeno de origem carioca, as escolas de samba expandiram-se por todas as principais cidades brasileiras, invadindo mesmo os carnavais de acentuada coloração local, como o baiano e o pernambucano.
Em São Paulo, o desfile das escolas vem ganhando cada vez mais espaço nas avenidas. Antes, o forte da folia carnavalesca nas ruas paulistanas eram os cordões: CAMISA VERDE E BRANCO, CAMPOS ELÍSEOS, SOM DE CRISTAL. Vinham todos de uma velha tradição carnavalesca, com um samba diferente do carioca – segundo Plinio Marcos, “mais puxado ao batuque, ao ritmo de trabalho, nascido nas fazendas de café, e depois, espremido nos porões, ao contrário ainda do carioca, que se fez no morro, sempre a céu aberto.”
Ofuscadas pelos cordões, surgiram a partir da década de 20 algumas escolas de samba, como a PRIMEIRA  e a LAVAPÉS. Em 1967, o carnaval de rua foi oficializado, recebendo subvenção do governo. E esse novo contexto privilegiou as escolas – as únicas a receberem os incentivos governamentais. Os cordões começaram a desaparecer, perdidos no desânimo ou transformados em escolas.


ESCOLA DE SAMBA LAVAPÉS

Fundada em 1936, é a mais antiga escola de samba paulistana, segundo registros oficiais. Suas cores são vermelho, branco, verde e azul. Foi catorze vezes campeã nos desfiles realizados entre 1936 e 1956. De suas alas saíram os fundadores de várias escolas como a Unidos do Peruche e a Império do Cambuci. Mas esse esplendor começou a diminuir no final da década de 60 e a Lavapés entrou em processo de decadência.

  



GRÊMIO RECREATIVO E ESCOLA DE SAMBA MOCIDADE CAMISA VERDE E BRANCO


Fundada em 1914 como Grupo Carnavalesco da Barra Funda, foi um dos mais conhecidos cordões paulistanos. Essa fama, aliás, chegava até a elite econômica da Avenida Paulista, que convidava o grupo para animar seus requintados bailes carnavalescos. O Grupo Carnavalesco da Barra Funda formava um cordão bem organizado e uma de suas principais exigências era o uso da camisa verde e calça branca por seus integrantes: isso motivou a adoção de novo nome em 1921: Grêmio Camisa Verde. Assim conhecido, o cordão da Barra Funda existiu até 1936, quando desentendimentos internos causaram sua extinção. Foi reorganizado por Inocêncio Tobias (praticamente seu presidente vitalício) em 1953, registrando-se então sob o nome CAMISA VERDE E BRANCO, porque a forma anterior (Camisa Verde) também se referia ao uniforme dos integralistas. Três vezes campeão em desfiles de cordões carnavalescos  (1968, 1969, 1971), segundo colocado no carnaval de 1970,  o Camisa Verde e Branco transformou-se em escola em 1972, ocupando o terceiro lugar no desfile dessa categoria. Em 1973, a Camisa Verde e Branco sagrou-se vice-campeã no desfile da avenida, e nos quatro anos seguintes foi campeã; retomou esse título em 1979, após um segundo lugar em 1978.


GRÊMIO RECREATIVO CULTURAL ESCOLA DE SAMBA VAI-VAI

Foi muito popular como bloco carnavalesco, desde sua criação, em 1930. Saía do velho bairro do Bexiga, identificando-se pelo refrão:
“Quem vive aborrecido se distrai
No grupo Carnavalesco Vai-Vai”
Em 1972, transformou-se em escola de samba, adotando as cores branco e preto; em 1979, incluiu o amarelo. Vice-campeã nos desfiles do Iº grupo e 1972, 1974, 1976,1977, conseguiu o campeonato em 1978.




GRÊMIO RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA NENÊ DA VILA
MATILDE


Criada em 1949 por Nenê ( Alberto Alves da Silva), que aliás tem sido seu presidente desde a sua fundação. Suas cores são o azul e branco. A Escola alcançou um tricampeonato vencendo os desfiles de 1968,1969, 1970, no entanto suas posições foram medianas, exceto os terceiros lugares em 1971 e 1979.



ESCOLA DE SAMBA MOCIDADE ALEGRE

Fundada como cordão carnavalesco em 1968, no Bairro do Limão, desfilou em 1969, surpreendendo público e júri com sua apresentação e obtendo o prêmio das escolas do III grupo. Em 1970, já transformada em escola de samba, oficializou as cores vermelho, marrom e verde e foi campeã do grupo II. Passando então para o  grupo I, tornou a vencer no desfile do ano seguinte. Conseguiu manter esse título até 1973, chegando assim ao tricampeonato. Nos dois anos seguintes ficou com a terceira colocação e em 1976 foi para a quarta; em 1977 e 1978 subiu ao terceiro posto; em 1979, conseguiu alcançar o título de vice-campeã.



SOCIEDADE ROSAS DE OURO

Fundada em 1970, em Vila Brasilândia, três anos depois sagrava-se campeã das escolas do III Grupo; em 1974 vencia as escolas do II Grupo, e em 1975, chega a vice-campeã do I. Em 1976 passou para o terceiro lugar e ficou abaixo dessa colocação nos três anos seguintes. Embora suburbana e de origem recente, a Rosas de Ouro é uma das mais fortes concorrentes do desfile paulistano. Tem, aliás, o privilégio do espaço: é dona de uma das maiores quadras de ensaio do  país.





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