Fenômeno
de origem carioca, as escolas de samba expandiram-se por todas as principais
cidades brasileiras, invadindo mesmo os carnavais de acentuada coloração local,
como o baiano e o pernambucano.
Em
São Paulo, o desfile das escolas vem ganhando cada vez mais espaço nas
avenidas. Antes, o forte da folia carnavalesca nas ruas paulistanas eram os cordões: CAMISA VERDE E BRANCO, CAMPOS
ELÍSEOS, SOM DE CRISTAL. Vinham todos de uma velha tradição carnavalesca,
com um samba diferente do carioca – segundo Plinio Marcos, “mais puxado ao
batuque, ao ritmo de trabalho, nascido nas fazendas de café, e depois,
espremido nos porões, ao contrário ainda do carioca, que se fez no morro,
sempre a céu aberto.”
Ofuscadas
pelos cordões, surgiram a partir da década de 20 algumas escolas de samba, como
a PRIMEIRA e a LAVAPÉS.
Em 1967, o carnaval de rua foi oficializado, recebendo subvenção do governo. E
esse novo contexto privilegiou as escolas – as únicas a receberem os incentivos
governamentais. Os cordões começaram a desaparecer, perdidos no desânimo ou
transformados em escolas.
ESCOLA
DE SAMBA LAVAPÉS
Fundada
em 1936, é a mais antiga escola de samba
paulistana, segundo registros oficiais. Suas cores são vermelho, branco,
verde e azul. Foi catorze vezes campeã nos desfiles realizados entre 1936 e
1956. De suas alas saíram os fundadores de várias escolas como a Unidos do Peruche e a Império do Cambuci.
Mas esse esplendor começou a diminuir no final da década de 60 e a Lavapés
entrou em processo de decadência.
GRÊMIO
RECREATIVO E ESCOLA DE SAMBA MOCIDADE CAMISA VERDE E BRANCO
Fundada
em 1914 como Grupo Carnavalesco da Barra
Funda, foi um dos mais conhecidos cordões paulistanos. Essa fama, aliás,
chegava até a elite econômica da Avenida Paulista, que convidava o grupo para
animar seus requintados bailes carnavalescos. O Grupo Carnavalesco da Barra
Funda formava um cordão bem organizado e uma de suas principais exigências era
o uso da camisa verde e calça branca por seus integrantes: isso motivou a
adoção de novo nome em 1921: Grêmio
Camisa Verde. Assim conhecido, o cordão da Barra Funda existiu até 1936,
quando desentendimentos internos causaram sua extinção. Foi reorganizado por Inocêncio Tobias (praticamente seu
presidente vitalício) em 1953, registrando-se então sob o nome CAMISA VERDE E BRANCO, porque a forma
anterior (Camisa Verde) também se referia ao uniforme dos integralistas. Três
vezes campeão em desfiles de cordões carnavalescos (1968, 1969, 1971), segundo colocado no
carnaval de 1970, o Camisa Verde e
Branco transformou-se em escola em 1972, ocupando o terceiro lugar no desfile
dessa categoria. Em 1973, a Camisa Verde
e Branco sagrou-se vice-campeã no desfile da avenida, e nos quatro anos
seguintes foi campeã; retomou esse título em 1979, após um segundo lugar em
1978.
GRÊMIO
RECREATIVO CULTURAL ESCOLA DE SAMBA VAI-VAI
Foi
muito popular como bloco carnavalesco, desde sua criação, em 1930. Saía do
velho bairro do Bexiga, identificando-se pelo refrão:
“Quem vive aborrecido se distrai
No grupo Carnavalesco Vai-Vai”
Em
1972, transformou-se em escola de samba, adotando as cores branco e preto; em
1979, incluiu o amarelo. Vice-campeã nos desfiles do Iº grupo e 1972, 1974, 1976,1977,
conseguiu o campeonato em 1978.
GRÊMIO
RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA NENÊ DA VILA
MATILDE
Criada
em 1949 por Nenê ( Alberto Alves da
Silva), que aliás tem sido seu presidente desde a sua fundação. Suas cores
são o azul e branco. A Escola alcançou um tricampeonato vencendo os desfiles de
1968,1969, 1970, no entanto suas posições foram medianas, exceto os terceiros
lugares em 1971 e 1979.
ESCOLA
DE SAMBA MOCIDADE ALEGRE
Fundada
como cordão carnavalesco em 1968, no Bairro do Limão, desfilou em 1969,
surpreendendo público e júri com sua apresentação e obtendo o prêmio das
escolas do III grupo. Em 1970, já transformada em escola de samba, oficializou
as cores vermelho, marrom e verde e foi campeã do grupo II. Passando então para
o grupo I, tornou a vencer no desfile do
ano seguinte. Conseguiu manter esse título até 1973, chegando assim ao
tricampeonato. Nos dois anos seguintes ficou com a terceira colocação e em 1976
foi para a quarta; em 1977 e 1978 subiu ao terceiro posto; em 1979, conseguiu alcançar
o título de vice-campeã.
SOCIEDADE
ROSAS DE OURO
Fundada
em 1970, em Vila Brasilândia, três anos depois sagrava-se campeã das escolas do
III Grupo; em 1974 vencia as escolas do II Grupo, e em 1975, chega a
vice-campeã do I. Em 1976 passou para o terceiro lugar e ficou abaixo dessa
colocação nos três anos seguintes. Embora suburbana e de origem recente, a
Rosas de Ouro é uma das mais fortes concorrentes do desfile paulistano. Tem,
aliás, o privilégio do espaço: é dona de uma das maiores quadras de ensaio do país.
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