terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

BRASIL FOLCLÓRICO -V - REGIÃO NORTE - PARÁ - AMAPÁ

  
PARÁ 



A ocupação do delta amazônico foi iniciada por estrangeiros. Primeiro vieram os franceses e holandeses - estabeleceram feitorias e pequenos estabelecimentos comerciais, indo até o Xingu e Tapajós.
Em 1616 o capitão português Francisco Caldeira de Castelo Branco lançava os fundamentos de um forte, o Presépio que seria a futura cidade de Belém. Mas os habitantes da região, os índios, não receberam bem os portugueses e resistiram à ocupação. Também os estrangeiros não queriam abandonar a terra. Foram precisos mais de trinta anos de lutas. No século 18 chegaram os açorianos - a população aumenta. Além dos portugueses miscigenados com o índio, esta última leva de povoadores vai formando os paraenses.
O Estado do Pará tem sua economia baseada na agriculta  e na criação do gado. Está situado em plena zona equatorial. Oitenta e sete por cento da superfície está situada na floresta amazônica , o restante em campos e cerrados. Lá vivem grupos indígenas. O Pará foi uma região cobiçada por ingleses e holandeses que começaram a ocupação do território e chegaram até os rios Tapajós e Xingu. Desenvolveu-se o período áureo da borracha.
No Baixo Amazonas, Estado do Pará, é abundante a presença de uma árvore muito alta,  a “bertholletia excelsea”, nome científico do castanheiro-do-Pará. A castanha dá dentro de uma carapaça chamada ouriço. O homem não sobe na árvore. Espera os frutos amadurecerem. O ouriço cai e o homem vai à cata dele. O castanheiro carrega no paneiro um cesto que leva nas costas. A coleta tem inicio na ocasião das cheias, ao contrario dos seringueiros que só trabalha na seca. O vento balança os galhos do castanheiro e os ouriços já maduros começam a cair.

Ilha de Marajó é uma ilha costeira situada no Estado do Pará, no arquipélago de Marajó.
Com uma área de aproximadamente 40.100 km², é a maior ilha costeira do  Brasil, eis que igualmente banhada pelo Rio Amazonas a oeste e noroeste, pelo Oceano Atlântico ao norte e nordeste e pelo Rio Pará a leste, sudeste e sul. É também considerada como sendo a maior ilha fluviomarítima do mundo, eis que banhada, concomitantemente, tanto por águas fluviais quanto oceânicas.
A cidade de Belém, capital do estado do Pará, situa-se a sudeste da ilha de Marajó, separada do continente, nesta direção, pelo complexo estuário do Rio Pará.
A ilha era chamada de Marinatambal pelos indígenas (confirmado por Sir Walter Raleigh no  século 16), e em tempos coloniais chegou a ser denominada como Ilha Grande de Joannes. Outro destaque da ilha, é o lugar de maior rebanho de  búfalos do Brasil, cerca de 600 mil cabeças.


A FESTA DOS PÁSSAROS




Em junho chega o frio e começam os folguedos de inverno. Os pássaros, festa de crianças e de adolescentes, são pequenos dramas musicados misto de bailados. Representam uma caçada: a morte e ressureição de um pássaro, ou então de um animal do mato.
O caçador mata o pássaro, mas a ave era animal de estimação de sua amada. Em dificuldades, o caçador só encontra uma solução: conseguir a ressureição do pássaro.
As jovens vestem-se com riqueza: penachos e cocares coloridos. A ave que vai morrer normalmente é uma criança- a mais bem vestida de todas. Os pássaros representados são os da fauna paraense: japim, periquito, uirapuru. Também aparecem os animais domésticos: gato, galo, ou então caça – caititu e quati são comuns. Por isso existe uma variação das danças, e o Cordão de bichos. Os pássaros mostram sua origem indígena no uso das plumas. Os participantes enfeitam-se com penas coloridas, com arco e flecha. A arma do caçador é ricamente enfeitada. Alguns componentes do grupo usam bastões com penas coloridas. Em alguns pássaros um personagem faz os gestos mágicos que produzem a ressureição; fantasiado, parece-se muito com o pajé indígena.


 ASSIM SE DANÇA CARIMBÓ -
GRUPO DE DANÇAS ACADEMIA VID'ATIVA


 AMAPÁ




O Amapá também foi terra cobiçada por estrangeiros. Fazia parte do Pará, do qual foi desmembrado. As principais atividades são a agricultura e a criação de gado. Na região sul é feita a exploração da borracha, madeira e castanha-do-pará.
No Amapá vivem os índios palicur que estão mais ou menos integrados na civilização, e os índios oiana que ignoram as fronteiras e chegam na Guiana Francesa. São pacíficos, usam artigos europeus e praticam o "maraqué" - um ritual que o índio repete por sete vezes durante toda a sua vida. O ritual é uma prova para o índio verificar a sua resistência à dor: prendem formigas numa rede, depois colocam-nas nas costas do índio - a picada é terrível.  O índio deve ficar imóvel - nenhum movimento do corpo, nenhuma contração de músculos.  
Toda a costa ao norte de Belém, pelo Tratado de Tordesilhas, pertencia à Espanha.  Franceses, ingleses e holandeses cobiçavam aquelas terras. Conseguiram concessões de ocupação, dadas pelos governos português e espanhol.
Aos poucos a terra foi sendo povoada. Os estrangeiros comerciavam; chegaram a plantar cana e tabaco.  Por meio de tratados internacionais os portugueses conseguiram a posse da região. Para garantir, construíram um forte em Macapá. Era preciso povoar a terra. Nos fins do século 18 chegavam casais de açorianos. Logo depois , famílias de Mazagão (África), para se instalar em Nova Mazagão.  Aos poucos vai sendo formado o povo amapaense.


CIRIO DE NAZARÉ




A festa teve origem no século 18. Um escravo de nome Plácido encontrou no rio uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré e levou a imagem para sua casa.  Os devotos aumentaram, os milagres se espalharam. Uma capelinha foi erguida. Mais tarde surgiu a imponente Basílica.
Todos os anos, no segundo domingo de outubro, os devotos vão para Belém do Pará, vindos de todos os cantos da Amazônia.  Quinze dias antes a população já se prepara para a festa. No sábado à noite começa a procissão. Todos carregam velas, tochas, círios acesos.  Na frente do cortejo vai um carro que representa uma fortaleza; surgem fogos de artifício. Seguem-se os anjinhos e por fim o carro dos milagres, coletando as promessas.
Nas primeiras horas da manhã de domingo, os devotos levam a imagem para a Basílica. A santa segue no último carro, isolado por uma corda segura por homens e mulheres descalços. Ao meio-dia a imagem é colocada no altar-mor. O povo se dispersa, mas nas casas a festa continua: vatapá, caranguejo, tacacá, tucupi e outros pratos típicos.





FONTE: Histórias, Costumes e Lendas 
               Editora Três - 1987
IMAGENS: Google
VÍDEO: YOUTUBE



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