RIO GRANDE DO SUL
A província de São Pedro do Rio Grande do Sul foi a última parte do Brasil a ser povoada pelos portugueses, na segunda metade do século XVIII, tendo sido povoado apenas o litoral.
Os espanhóis que estava colonizando a Argentina tomaram posse da foz do rio Prata, subiram o rio Paraná e fundaram a cidade de Assunción, no Paraguai.
O território gaúcho ficou como uma ponta de lança e o gaúcho passou a defender a nossa fronteira móvel, lutando contra os espanhóis. Os jesuítas espanhóis penetraram no inteiror desta região, catequisaram os índios e formaram os Sete Povos das Missões. Mais tarde surgiram os paulistas, lutaram contra os jesuítas e destruíram as Missões.
Os alemães chegaram em 1824 e os italianos em 1870.
“meu boi Barroso
Meu boi pitanga
O seu lugar
É lá na canga.”
Vou mandar fazer um laço
Do couro do jacaré
Pra laçar meu boi Barroso
No meu cavalo pangaré”
Eu mandei fazer um laço
Do couro da jacutinga
Pra laçar meu boi barroso
Lá no alto da restinga
Meu cavalo malacara
Tem andar de saracura
Não tropeça nem se espanta
Viajando em noite escura
Hoje é dia de rodeio
De churrasco e chimarrão
Venham ver a gauchada
Reunida no galpão
Adeus priminha, eu vou-me embora
Não sou daqui, eu sou lá de fora.
DANÇAS
As danças folclóricas gaúchas são, geralmente, realizadas por pares. Em outras partes do Brasil, os homens costumam dançar sozinhos – é o caso do cateretê paulista, do bambelô do Rio Grande do Norte, do frevo pernambucano (individualista).
O gaúcho formou-se numa sociedade onde a mulher participava de tudo. Na estância gaúcha a mulher estava sempre ao lado do homem.
Na formação das danças gaúchas a maior contribuição foi a portuguesa. Os paulistas também tiveram influência, bem como as danças de origem espanhola. Mas não são tão populares quanto as danças portuguesas: chimarrita, pezinho.
Quero começar cantando
Que até agora não cantei
Água de rosa me deram
Que até no falar mudei.
Quando de casa eu saí
Minha mãe me avisou
Vide como andai por lá
Filho de Nosso Senhor.
Se quiser amar, me ame,
Se não quiser vá de passagem,
Para tirar rosa da roseira
Não me acho com coragem.
No jardim também se usa
Flores de ingratidão
Quando vou tirar a rosa
Nunca acho ocasião.
A CHULA (DANÇA-DESAFIO)
A Chula gaúcha se caracteriza pela disputa. Colocam no chão uma vara de uns 4 metros de comprimento. Em cada extremidade fica um dançarino e o desafio começa...
A música, geralmente uma polca, dá o início à disputa dos dois dançarinos. A dança é improvisada. Cada dançarino realiza figurações e sapateados complicadíssimos, que o adversário deve repetir. Usam botas e grandes esporas (as chilenas) que tilintam durante a dança. O dançarino precisa ter um grande sendo de equilíbrio e ritmo.
Quem é o vencedor? Quem conseguir executar passos de dança que o seu adversário não saiba reproduzir. Pode-se perceber na chula a influência das danças espanholas por causa do sapateado e do taconeio (batidas do calcanhar).
O gaúcho dança o pezinho com bota e espora chilena, bombacha, guaiaca e faca. O chapéu repousa nas costas; lenço de seda no pescoço – traje típico do campeiro.
A mulher – a prenda – saia longa, rodada, cheia de babados. Tranças e flor no cabelo.
Ai bota aqui, ai bota ali
O teu pezinho,
O teu pezinho bem juntinho
com o meu. (bis)
E depois não vá dizer
Que você já me esqueceu (bis)
Ai bota aqui, ai bota ali
O teu pezinho
O teu pezinho o teu pezinho
Ao pé do meu... (bis)
E no chegar desse teu corpo
Um abraço quero eu (bis)
Ai bota aqui, ai bota ali
O teu pezinho,
O teu pezinho bem juntinho
com o meu. (bis)
Agora que estamos juntinhos
Dá cá um abraço e um beijinho (bis)
O PERICOM
O pericom é uma dança de conjunto. Deve ser dançada por grupos de pares (no máximo 12), como a quadrilha. Os dançarinos realizam as evoluções executando passos de rancheira bem acentuados nos tempos fortes de cada compasso.
O pericom deve ter surgido na região do rio Prata, na primeira metade do século 19. É uma dança muito popular no Rio Grande do sul, no Uruguai e na Argentina.
É comandada pelo “bastoneiro” ou “marcante”, que ordena as evoluções que quiser. O comando se divide em duas partes: “agora...” (preparação) e “ se foi...” (execução). No início e no fim da dança os cavalheiros fazem versos. Quando a dança termina, fica apenas um cavalheiro que canta com o violeiro mandante, versos como este:
Quero dar a despedida
Como deu a samambaia
As damas saíram todas
De vergonha, também saia
Minha gente venha ver
A dança do pericom
A DOMA – O RODEIO
O rodeio é o trabalho típico dos criatórios sulistas de gado. O rodeio é uma atividade comum nos campos sulinos, mas o campeiro gaúcho transforma o rodeio num verdadeiro jogo, num dia de festa.
A Doma é a parte mais empolgante dos rodeios e numa Doma festiva pode-se ouvir um gaúcho com uma gaita de fole cantar assim:
Vou m’embora, vou m’embora prenda minha
Tenho muito que fazer,
Vou partir para o rodeio, prenda minha
No campo do bem querer.
No potreiro dos teu olhos, prenda minha
Eu prendi meu coração.
Ficou preso e mui bem preso, prenda minha
Este potro, redomão.
A PROCISSÃO DE NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES
RITOS
A festa de Nossa Senhora dos Navegantes é realizada em Porto Alegre no dia 2 de fevereiro. É uma festa de origem portuguesa realizada no rio Guaíba.
Centenas de barcos e milhares de fiéis devotos participam da procissão fluvial. A imagem da Santa é colocada em outra igreja e a procissão leva-a de volta à sua igreja, alcançando o porto dos Navegantes, onde ficará até o ano seguinte. Os presentes – flores, fitas, grinaldas, são lançados nas águas do rio Guaíba .As moças pedem a proteção da Nossa Senhora dos Navegantes para arranjar um bom marido e prometem dar seu vestido de noiva, se a promessa for atendida. A promessa é cumprida com grande alegria e o vestido desaparece nas águas.
NEGRINHO DO PASTOREIO
CONJUNTO VOCAL FARROUPILHA - 1953/1957
FONTE: Histórias, Costumes e Lendas
Editora
Três - 1987
IMAGENS: Google
VÍDEOS: Youtube
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