A AMAZÔNIA
O SOM DA AMAZÔNIA - MESTRE SOLANO
O SOM DA AMAZÔNIA - MESTRE SOLANO
A
Amazônia misteriosa e lendária; o inferno verde.
A
Amazônia brasileira compreende os estados do Pará, Amazonas, Guiana Maranhense,
norte de Goiás, norte do Mato Grosso, Amapá, Roraima,
Rondônia, cobrindo dois terços do território brasileiros.
É
um novo dia. Amanhece neste continente verde, onde existe a maior fauna, a
maior flora, a maior reserva de oxigênio, a maior bacia hidrográfica do mundo.
Será
mesmo que amanhece?
As
árvores são tão altas e copadas que a luz do sol não penetra até o solo. A
claridade não chega onde as plantas rasteiras cobrem o chão, onde rastejam
cobras enormes e jacarés. O clima é
quente e úmido. A linha do Equador atravessa a região.
Quem
é o homem dessa região?
Dos
Andes, provavelmente, veio um povo que tentou dominar a imensa floresta. Seus
vestígios são encontrados na cerâmica marajoara, soterrada nas ilhas da foz do
rio Amazonas. Há quantos mil anos tudo isso aconteceu? Não sabemos.
O
nosso índio não é autóctone (nascido neste continente). Provavelmente o
brasilíndio é descendente de homens de outro continente, que chegaram ao Brasil
muitos séculos antes de Pedro Alvares Cabral.
A
grandiosidade da selva e o domínio das águas, das chuvas, das enchentes,
predispõe o homem a acreditar nos mitos e nas lendas; boitatás, boiúnas, iaras,
mapinguaris, curupiras, caboclos d’água.
Com
a descoberta do Brasil, começa uma nova era na Amazônia: os brancos lutam com a
floresta e com os índios, e começam a tomar posse da terra. O português e o índio miscigenaram-se
formando o caboclo – o tapuio: alto, forte, moreno. Do branco tem a fala e a
ambição, mas a sua cultura é indígena: come mandioca, milho, caça, faz moquém (
grelha de varas para assar carne ou peixe), dorme em redes, fuma. As canoas feitas de troncos de árvores são os
seus barcos, as sua montarias.
Com a presença do branco, o índio, dono da terra, vai se tornando apenas uma sombra, que se projeta na cultura brasileira.
Quando Pedro Álvares Cabral aqui chegou havia cerca de 2 milhões e meio de índios. Nós brasileiros citadinos, nos sentimos muito ricos material e culturalmente. Mas somos pobres comparados com a riqueza lendário, mítica e mágica do nosso índio. O que sabemos realmente a respeito destes nossos antepassados? Quase nada.
Com a presença do branco, o índio, dono da terra, vai se tornando apenas uma sombra, que se projeta na cultura brasileira.
Quando Pedro Álvares Cabral aqui chegou havia cerca de 2 milhões e meio de índios. Nós brasileiros citadinos, nos sentimos muito ricos material e culturalmente. Mas somos pobres comparados com a riqueza lendário, mítica e mágica do nosso índio. O que sabemos realmente a respeito destes nossos antepassados? Quase nada.
O SOM DA AMAZÔNIA
Os
índios têm vários instrumentos musicais: o chocalho ou maracá, as flautas de
taquara, as flautas de Pan, os assobios, os rascadores de casca de tartaruga
(reco-reco), as trombetas de cuia, os bastões de ritmo.
O
Maracá serve para acompanhar o ritmo do canto. O nome vem do vocábulo guarani
“mbaracá”. De uma cabaça, cuia, ou porongo, extraem as sementes, por um pequeno
orifício e introduzem pedrinhas ou sementes duras. Colocam um cabo de madeira e
enfeitam com penas e desenhos.
TROCANO
O
trocano não é um instrumento musical, mas um telégrafo primitivo. É percutido
por varetas com cabeças de borracha. É ouvido a mais de dez quilômetros de
distância.
FLAUTA DE PAN
A flauta de pã ou flauta de pan é um instrumento
musical, e o nome genérico dado a instrumentos musicais constituídos por um
conjunto de tubos fechados numa extremidade, ligados uns aos outros em feixe ou
lado a lado. ... Eram muito populares entre os etruscos e os gregos, desde o
século VI a.C., com o nome de siringe. A flauta de pan é uma flauta soprada: o
som é produzido pela vibração de uma corrente de ar soprada através de um furo
aberto na extremidade de um tubo de ressonância.
FLAUTA DE OSSO
Além
da voz, as flautas são conhecidas por serem os primeiros instrumentos musicais. Existem
flautas conhecidas datadas de 40.000 a 35.000 anos atrás, que foram encontradas
na região dos Alpes Suábios (Alemanha). Essas flautas
demonstram uma tradição musical que se desenvolvia desde os primórdios da
presença humana moderna na Europa.
A flauta é
o mais versátil dos instrumentos de sopro. Da música medieval ao jazz, passando
pelas melodias folclóricas de vários países, como no Brasil, em ritmos como o
baião, o choro, o samba, a bossa, entre outros. Sempre foi muito utilizada no
Rock progressivo e depois dos tradicionais, baixo, guitarra, bateria e teclado,
aparece como o instrumento mais utilizado neste gênero musical.
TROMBETA DE CUIA
As trombetas, instrumentos maiores e
de forma alongada, são feitas de troncos de palmeira, cascas de vegetais,
trançado de taquara, madeira e bambu. Há ainda trombetas de cabaça e de chifre
de animais.
A FESTA DA MOÇA NOVA
A
cerimônia da moça nova, da menina que se torna mulher, é um rito que a tribo
dos tucuna realiza anualmente.
Os
preparativos para a festa demoram vários dias: preparo de uma trombeta,
tambores, várias máscaras que representam macacos e enfeites para a menina.
Preparam também um compartimento onde a virgem ficará reclusa. Os convidados
ajudam na construção do cubículo, com folhagem e madeira.
Um
dos personagens principais da festa é um monstro que vive na água. Tem mais de
2 metros de altura e é representado por uma máscara que tem a cara de serpente
e a boca sem dentes. Dizem que este monstro comeu, há tempos, muitos tucunas.
Foi morto quando encontraram-no em um buraco. Queimaram muita pimenta e a
fumaça o sufocou.
No
dia de lua cheia a virgem, inicianda,
entra no cubículo e fica guardada por duas tias maternas, responsáveis pela
festa. São suas conselheiras. A virgem é pintada de azul e permanece em jejum
durante a festa. Os pais da menina oferecem comida e bebida aos convidados. Os
tambores tocam sem parar. Alguém anuncia que da mata vem um demônio, Um
mascarado de macaco, salta no meio dos presentes, fazendo gestos obscenos. Os
índios riem muito, comem e bebem.
Aparece outro macaco, ronda o cubículo da virgem, batendo o bastão no
chão. Mas a virgem é defendida pelos
vigias.
Após
três dias e três noites de festa, danças, bebedeiras, os pais da moça nova
retiram-na da reclusão. Um velho com tição na mão aproxima-se informando que o
perigo passou – o demônio foi embora. A virgem pinta de azul, com saiote
vermelho, cocar de penas coloridas, começa a dançar junto com os outros índios.
As tias conselheiras dão conselhos – que a moça nova deve ser ativa,
trabalhadeira, uma boa mulher e que deve respeitar o marido. E uma nova moça
passa a viver entre os índios.
FONTE: Histórias, Costumes e Lendas
Editora Três - 1987
IMAGENS: Google
VÍDEO- Youtube
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