FOLCLORE É A EXPRESSÃO MAIS AUTÊNTICA DA ARTE DE UM PAÍS.
MÚSICA FOLCLÓRICA É AQUELA QUE NASCE DO POVO, NÃO É COMPOSTA PARA O POVO,
É O PROCESSO INVERSO, O POVO FAZ A MÚSICA.
INEZITA BARROSO
O Brasil é um país vasto como um continente – temos
unidade espiritual, falamos a mesma língua, mas a paisagem cultural brasileira
é muito variada. Este trabalho envolve o panorama musical folclórico
brasileiro: danças, ritos, músicas, instrumentos musicais, e está divido em
regiões: Sul-Sudeste-Nordeste-Norte-Centro.
O
panorama folclórico brasileiro é vasto. O
folclore estuda a expressão do sentir, do pensar, do agir, do ser
social, do homem na sociedade em que vive. A vivência do grupo humano recebeu
as mais variadas influências e ainda continua a receber. Somos um país em
desenvolvimento, recebendo continuamente influências das migrações internas
e de outros povos que ajudaram a construir esta nação. Grupos humanos em outros
ambientes repetem muito de seus usos e costumes.
A
exploração dos recursos naturais ajudou a diferenciar as regiões: o ciclo do
pau-brasil, devastando as florestas, foi o início da epopeia açucareira, que
marcou a fixação humana nas terras do Piauí. O boi ajudou em passos lerdos a
ganhar o sertão, indo além das linhas tordesilhanas. Favoreceu também a procura
do ouro na sede mineradora, dando a sua carne. O gado não permitiu que a fome matasse mais do
que as febres das catas, o espantalho permanente dos arraiais onde se
concentravam bateiadores e garimpeiros.
Os
ciclos econômicos se sucedem – um dia veio café. O negro presente nos canaviais
e nas grupiaras dos faiscamentos se fez presente também na região cafeeira. O
dia de sua libertação marca o início da degringolada do ciclo cafeeiro.
Vieram
os colonos – profusão de línguas e costumes. São Paulo dos italianos, sírios,
espanhóis, japoneses e outros. Paraná de poloneses, ucranianos, russos e
outros. Santa Catarina de alemães. Rio Grande do Sul de italianos e alemães. Hoje é a indústria. As cidades crescem mais
na vertical do que horizontalmente. Os contrastes são marcantes: o jegue cearense
encontra-se ao lado de caminhões saídos das fábricas paulistas. O carro de boi
goiano canta seu canto monótono e secular, abafado pelo ruído dos aviões que
demandam de Brasília.
O
índio também deixou as marcas de suas contribuições: a rede gostosa onde se
descansa dos trabalhos do dia; o “pityn” na boca de homens e mulheres, hábito
ensinado pelos indígenas; o “petum” do bugre deu o nosso “pitar”, pito que o
homem do interior ainda conserva em seu linguajar. A gente das cidades fala em
cigarro e fumar. O milho e a mandioca – sem tais alimentos o Brasil não teria
sido conquistado pelos bandeirantes. Das semeaduras, das roças de milho, não
nasceram apenas as espigas, mas também as cidades.
O
negro deixou sua vasta contribuição na vida nacional – está presente na
vivência brasileira.
O
branco, metido na pele do português, vestiu de ocidental a nudez do negro e do
índio, seguindo as tradições europeias.
Brancos,
Negros e Índios, culturas em contato – assimiliação, amálgama, aculturação,
sincretismo. Como diz o poeta, “ o anseio de três raças que, em séculos
distantes, de entreveros palpitantes, gerou a alma nacional”.
O
objeto do estudo do folclore é a manifestação da vida popular em sua
totalidade. O fato folclórico deve ser precipuamente popular, ter aceitação
coletiva. A estes dois característicos categóricos podem se juntar outros dois
não essenciais: tradicional e anônimo. O fato folclórico é, antes de tudo, vivo
e utilizado pelo povo, portanto vivência e não sobrevivência.
Folclore
é um conjunto de tradições e manifestações populares, constituído por mitos,
lendas, costumes, provérbios, danças que passam de geração em geração. Os brasileiros
têm um grande acervo de tradições populares que devem ser conhecidas. Os povos
que as esquecem e as desprezam acabam perdendo a consciência de seu próprio
destino. Mais ama o povo quem o ama em suas tradições: festas, bailados,
danças, ritos, recreações, literatura popular, artes e técnicas tradicionais,
artesanato, raizeiros, mamulengos, velórios, procissões de carroça de lenha,
catimbós, babaçuês, cururu, quadrilhas, cateretê, etc...
Neste
trabalho queremos mostrar os cantos e danças, como também alguns instrumentos
musicais característicos das diferentes regiões brasileiras.
Gostei muito do texto e a abordagem das várias danças e do sincretismo dos cultos religiosos. O Folclore brasileiro é riquíssimo e tem que ser divulgado em outras mídias, para que toda a população tenha conhecimento da diversificação cultural que existe em nosso país. Os livros especializados, os blogs e a Internet são excelentes meios de propagação da cultura, mas em veículos de "massa" como a televisão, por exemplo, se percebe a timidez quando se trata de veicular programas que divulguem o nosso rico folclore. Documentários a respeito ainda está limitado aos canais "fechados". Se fala muito do Frevo, do Samba e de outros gêneros mais conhecidos e se esquece um pouco de divulgar as danças e crenças dos povos do sul. Bom saber que existem pessoas que lutam para não deixar morrer essas tradições. Nas cidades grandes, onde parece que tudo se perdeu com o tempo e o progresso, ainda há algumas manifestações culturais que atraem um número grande de público, como é o caso da Festa Anual "Revelando São Paulo", que traz para a capital paulista, um pouco dos costumes, festas,religião e artesanato de muitas cidades do interior, às vezes tão próximas da cidade de São Paulo, mas, com uma riqueza cultural enorme. A "Virada Cultural" é também um veículo de grande alcance quando abre espaço para apresentações de grupos folclóricos.
ResponderExcluirDeixo os parabéns pra vc que se empenhou em pesquisar e divulgar para seus seguidores um tema tão abrangente e gostoso de ler. Que venham outros!
Ildamar(Negra)