terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

BRASIL FOLCLÓRICO IV- REGIÃO NORDESTE - CEARÁ - PARAÍBA - RIO GRANDE DO NORTE

  

CEARÁ



Os primeiros povoadores chegam ao Ceará. Antonio Cardoso de Barros deveria ter sido o colonizador do Ceará. Mas ao vir para o Brasil sofreu um naufrágio nas costas de Alagoas. Junto com o bispo D..Pero Fernandes Sardinha foi devorado pelos índios caeté. A terra passou então para Pero Coelho de Souza, que fundou a Nova Lusitânia.
Outro grande colonizador de terra foi Martim Soares Moreno, homem que se misturou aos índios: ficava nu, pintava o corpo, falava a língua deles. Foi Moreno quem ajudou a expulsar os franceses e holandeses do Ceará. E foi também  Moreno que inspirou José de Alencar no romance “Iracema”.
A presença do negro no Ceará foi muito pequena. Lá não existiam canaviais e a grande fonte de riqueza da região era a pecuária.
O índio adaptou-se à vida pastoril e com seu cavalo participou da criação do gado.
O sol e o sal  ajudam o Ceará a abastecer as regiões nordeste e central, de carne seca. Outra riqueza da terra é a carnaúba.
O jangadeira e o vaqueiro são homens típicos do Ceará. 


A MARUJADA



A Marujada é um bailado popular muito antigo. É a dramatização das lutas portuguesas, da tragédia que foi a conquista marítima.
No Brasil a Marujada recebeu várias denominações: Maruja, Nau Catarineta, Barca, Barquinha, Fragata, Fandango, Chegança de mouros, Chegança de marujos.
Na marujada nota-se a fusão de várias tradições portuguesas e as representações rememoram a vitória sobre o mouro invasor.  É a reconquista, a comemoração da vitória do catolicismo sobre os muçulmanos.
A Marujada mostra os grandes feitos náuticos, cantados pelos homens simples, pescadores acostumados à luta no mar. Os versos cantados são ora alegres, ora tristes Os participantes se apresentam em praça pública. Vários são os personagens: general, capitão inglês, padre, rei mouro, infante do Marrocos, capitão-de-mar-e-guerra,  cristãos e mouros.

Rema que rema
Toda marujada,
Olhai, quem não rema
Não ganha soldada

Toda marujada
Joelhos em terra
Preparando as armas,
Lindo amor,
Vamos para a guerra.





  GRUPO DE TRADIÇÕES CEARENSES- MANERO PAU -
FOLCLORE DO CARIRI



PARAÍBA




Em 1526  Cristovão Jaques fundava a feitoria de Itamaracá, Um dos primeiro marcos de posse na terra recém-descoberta.
Com a divisão do Brasil em capitanias hereditárias em 1534, o território foi doado a Pero Lopes de Souza. Hoje essas terras formam o Estado da Paraíba, de belas praias e pouca chuva – seca. A região  é banhada por grande número de rios temporários. Nos vales desenvolve-se a pecuária. O vaqueiro paraibano é uma figura típica da região - imbatível nas vaquejadas e nas argolinhas.


O JOGO DAS ARGOLINHAS



O jogo das argolinhas tem origem portuguesa e apareceu no Brasil no século 16, e faz parte da Cavalhada.
Pendurada em uma trave ou em um poste enfeitado, é colocada uma argolinha enfeitada com fitas. Os cavaleiros têm de retirar a argolinha com a ponta da lança, no momento em que o cavalo passa debaixo do poste. Em seguida, o cavaleiro oferece à amada ou a alguma jovem da assistência a argolinha conseguida.

No Brasil existem três tipos de cavalhada. A teatral, a sério-burlesca e a religiosa.  Só um tipo desapareceu por completo: a sério-burlesca.
A cavalhada teatral mostra grande influência portuguesa: apresenta uma parte dramática e outra de jogos.
Na parte dramática são revividas as lutas entre cristão e mouros.
A parte de jogos exige habilidade: espetar máscaras com espadas, arremessar alcanzias (bolas de barro ocas, cheias de flores) para as namoradas. E correr argolinhas.
Muitos casamentos surgiram na Paraiba e noutras partes do Brasil com a entrega da argolinha à amada.






                                     QUINTETO DA PARAÍBA - MINHA CIRANDA - CAPIBA



RIO GRANDE DO NORTE





Em 1598, Manuel Mascarenhas Homem penetrou na foz do Rio Potengi, que ele chamou de Rio Grande. Fundou o forte dos Reis Magos, onde mais tarde surgiu a cidade de Natal.
Os holandeses ocuparam o atual território do Rio Grande do Norte por vinte anos; iam buscar sal em Mossoró e Macau. Os estrangeiros não deixaram marcas na terra e nem na gente. Predominou  o sangue índio, o potiguar, pois na região viviam muitas tribos, devido a abundância de peixes e mariscos. O interior sofre com as secas, como todo o nordeste, daí a pobreza da terra e o êxodo da população


O BAMBELÔ




O negro triste sofreu as amarguras da escravidão e transformou sua cor em canto e dança. Canções que alegram a vida de seus descendentes.
Em Natal existe uma dança semelhante ao jongo paulista; é o Bambelô ou Jongo da Praia.
No verão, de noite, as praias se enchem de dançadores de Bambelô. Zabumba e outros instrumentos comandam o canto e a dança.
Existem muitas danças semelhantes ao Bambelô, mas os nomes variam de uma região para outra.
Em Minas Gerais o jongo é o Caxambu,  isso porque o instrumento principal é um atabaque denominado caxambu.
No Rio Grande do Norte, o Coco é chamado de Zambê. No Coco, no jongo e no batuque existem muitos elementos comuns: atabaques e chocalhos.
O solista do Bambelô dança em frente a uma dama; faz galanteios coreográficos e ela responde gingando, movimentando o corpo de acordo com a música. Os dançantes ficam em semicírculo, ao lado do instrumental. O solista entra, canta o seu “ponto”, dança e se retira. O bambelô continua quente e cheio de ritmo.



LITERATURA DE CORDEL








As feiras nordestinas são comuns as bancas que vendem pequenos livros. São histórias escritas em prosa ou verso, contando aventuras ou romances. Os livros aparecem nas portas das lojas, pendurados em barbantes, suspensos em cordéis.
A literatura de cordel é classificada pelos seus vendedores me três grupos. Os folhetos são os livros de oito páginas. Os romances são os de dezesseis ou 24 páginas. E as histórias de 32 a 48 páginas.
Os assuntos são os mais variados: desafios, histórias ligadas à religião, ritos ou cerimônias.  A feira nordestina é o ponto de encontro  semanal da população rural. Lá aparecem os vendedores de folhetos de literatura de cordel.  Declamam os versos e as pessoas rodeiam o vendedor e ouvem a história. Quando está chegando ao final, ele para e oferece aos presentes, o livrinho.







                       FOLIA DE RUA POTIGUAR - DANÇA DO ESPONTÃO


FONTE: Histórias, Costumes e Lendas 
               Editora Três - 1987
IMAGENS: Google
VÍDEOS: YOUTUBE

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