Os
primeiros povoadores chegam ao Ceará. Antonio Cardoso de Barros deveria ter
sido o colonizador do Ceará. Mas ao vir para o Brasil sofreu um naufrágio nas
costas de Alagoas. Junto com o bispo D..Pero Fernandes Sardinha foi devorado
pelos índios caeté. A terra passou então para Pero Coelho de Souza, que fundou
a Nova Lusitânia.
Outro
grande colonizador de terra foi Martim Soares Moreno, homem que se misturou aos
índios: ficava nu, pintava o corpo, falava a língua deles. Foi Moreno quem
ajudou a expulsar os franceses e holandeses do Ceará. E foi também Moreno que inspirou José de Alencar no romance
“Iracema”.
A
presença do negro no Ceará foi muito pequena. Lá não existiam canaviais e a
grande fonte de riqueza da região era a pecuária.
O
índio adaptou-se à vida pastoril e com seu cavalo participou da criação do
gado.
O
sol e o sal ajudam o Ceará a abastecer
as regiões nordeste e central, de carne seca. Outra riqueza da terra é a
carnaúba.
O
jangadeira e o vaqueiro são homens típicos do Ceará.
A MARUJADA
A
Marujada é um bailado popular muito antigo. É a dramatização das lutas
portuguesas, da tragédia que foi a conquista marítima.
No
Brasil a Marujada recebeu várias denominações: Maruja, Nau Catarineta, Barca,
Barquinha, Fragata, Fandango, Chegança de mouros, Chegança de marujos.
Na
marujada nota-se a fusão de várias tradições portuguesas e as representações
rememoram a vitória sobre o mouro invasor.
É a reconquista, a comemoração da vitória do catolicismo sobre os
muçulmanos.
A
Marujada mostra os grandes feitos náuticos, cantados pelos homens simples,
pescadores acostumados à luta no mar. Os versos cantados são ora alegres, ora
tristes Os participantes se apresentam em praça pública. Vários são os
personagens: general, capitão inglês, padre, rei mouro, infante do Marrocos,
capitão-de-mar-e-guerra, cristãos e
mouros.
Rema que rema
Toda marujada,
Olhai, quem não rema
Não ganha soldada
Toda marujada
Joelhos em terra
Preparando as armas,
Lindo amor,
Vamos para a guerra.
FOLCLORE DO CARIRI
Em
1526 Cristovão Jaques fundava a feitoria
de Itamaracá, Um dos primeiro marcos de posse na terra recém-descoberta.
Com
a divisão do Brasil em capitanias hereditárias em 1534, o território foi doado
a Pero Lopes de Souza. Hoje essas terras formam o Estado da Paraíba, de belas
praias e pouca chuva – seca. A região é banhada por grande número de rios temporários. Nos vales desenvolve-se a pecuária. O vaqueiro paraibano é uma figura típica da região - imbatível nas vaquejadas e nas argolinhas.
O JOGO DAS ARGOLINHAS
O
jogo das argolinhas tem origem portuguesa e apareceu no Brasil no século 16, e
faz parte da Cavalhada.
Pendurada
em uma trave ou em um poste enfeitado, é colocada uma argolinha enfeitada com
fitas. Os cavaleiros têm de retirar a argolinha com a ponta da lança, no
momento em que o cavalo passa debaixo do poste. Em seguida, o cavaleiro oferece
à amada ou a alguma jovem da assistência a argolinha conseguida.
No
Brasil existem três tipos de cavalhada. A teatral, a sério-burlesca e a
religiosa. Só um tipo desapareceu por
completo: a sério-burlesca.
A
cavalhada teatral mostra grande influência portuguesa: apresenta uma parte
dramática e outra de jogos.
Na
parte dramática são revividas as lutas entre cristão e mouros.
A
parte de jogos exige habilidade: espetar máscaras com espadas, arremessar alcanzias
(bolas de barro ocas, cheias de flores) para as namoradas. E correr argolinhas.
Muitos
casamentos surgiram na Paraiba e noutras partes do Brasil com a entrega da
argolinha à amada.
Em
1598, Manuel Mascarenhas Homem penetrou na foz do Rio Potengi, que ele chamou
de Rio Grande. Fundou o forte dos Reis Magos, onde mais tarde surgiu a cidade
de Natal.
Os
holandeses ocuparam o atual território do Rio Grande do Norte por vinte anos;
iam buscar sal em Mossoró e Macau. Os estrangeiros não deixaram marcas na terra
e nem na gente. Predominou o sangue
índio, o potiguar, pois na região viviam muitas tribos, devido a abundância de
peixes e mariscos. O interior sofre com as secas, como todo o nordeste, daí a
pobreza da terra e o êxodo da população
O BAMBELÔ
O
negro triste sofreu as amarguras da escravidão e transformou sua cor em canto e
dança. Canções que alegram a vida de seus descendentes.
Em
Natal existe uma dança semelhante ao jongo paulista; é o Bambelô ou Jongo da Praia.
No
verão, de noite, as praias se enchem de dançadores de Bambelô. Zabumba e outros
instrumentos comandam o canto e a dança.
Existem
muitas danças semelhantes ao Bambelô, mas os nomes variam de uma região para
outra.
Em
Minas Gerais o jongo é o Caxambu, isso
porque o instrumento principal é um atabaque denominado caxambu.
No
Rio Grande do Norte, o Coco é chamado de Zambê. No Coco, no jongo e no batuque
existem muitos elementos comuns: atabaques e chocalhos.
O
solista do Bambelô dança em frente a uma dama; faz galanteios coreográficos e
ela responde gingando, movimentando o corpo de acordo com a música. Os
dançantes ficam em semicírculo, ao lado do instrumental. O solista entra, canta
o seu “ponto”, dança e se retira. O bambelô continua quente e cheio de ritmo.
LITERATURA DE CORDEL
As
feiras nordestinas são comuns as bancas que vendem pequenos livros. São
histórias escritas em prosa ou verso, contando aventuras ou romances. Os livros
aparecem nas portas das lojas, pendurados em barbantes, suspensos em cordéis.
A
literatura de cordel é classificada pelos seus vendedores me três grupos. Os
folhetos são os livros de oito páginas. Os romances são os de dezesseis ou 24
páginas. E as histórias de 32 a 48 páginas.
Os
assuntos são os mais variados: desafios, histórias ligadas à religião, ritos ou
cerimônias. A feira nordestina é o ponto
de encontro semanal da população rural.
Lá aparecem os vendedores de folhetos de literatura de cordel. Declamam os versos e as pessoas rodeiam o
vendedor e ouvem a história. Quando está chegando ao final, ele para e oferece
aos presentes, o livrinho.
FONTE: Histórias, Costumes e Lendas
Editora Três - 1987
IMAGENS: Google
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