No dia 21 de Dezembro de 1501, Américo Vespúcio, na sua rota de exploração, alcançou um cabo. Era dia de São Tomé, e por isso o cabo recebeu o nome do santo.
Em 1502, no primeiro dia do ano, passaram pelas águas de uma baía, mas parecia um rio – O RIO DE JANEIRO. Continuaram a viagem e no dia 6 chegaram a uma angra. Acompanhando o calendário católico, deram-lhe o nome de Angra dos Reis.
Em 1555 os franceses pretenderam instalar na região a França Antártica. Os viajantes descreviam as belezas da terra e da gente. André Thevet e o reverendo Jean de Léry escreveram livros sobre o assunto. Mas os portugueses resistiram e expulsaram os franceses.
A paliçada defensora, construída por Estácio de Sá, foi o marco da conquista – estava firmado o domínio português. Era o dia 1º de março de 1565. Mem de Sá transferiu o povoado para a paliçada inicial, e lançou, em definitivo, os fundamentos da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Em 1710 os franceses voltaram a cobiçar as terras. Duclerc e Diguay-Trouin foram derrotados. As poucos a região foi sendo ocupada. Em 1763, a cidade de Salvador perdia o posto de capital, posição que passa a ser ocupada pelo Rio de Janeiro.
Do outro lado da baía da Guanabara está Niterói, a antiga aldeia de São Lourenço, comandada por Arariboia, o índio que ajudou Estácio de Sá e Mem de Sá a expulsar os franceses.
O Estado foi instituído a 21 de abril de 1960, quando da mudança da capital federal para Brasília.
DANÇAS
O JONGO AFRICANO
O Jongo é uma dança africana. Dela participam homens e mulheres. O canto também tem papel importante e a música serve para facilitar e coordenar os movimentos.
Os instrumentos usados são os de percussão: tambu, candongueiro, biritador (atabaques de couro), angóia (espécie de chocalho).
O jongo sobrevive em poucos lugares do Brasil, apenas onde houve maior concentração da população negra escrava, vinda de Angola. É uma das mais ricas heranças da cultura negra presente em nosso folclore.
O jongo formou-se nas aterras por onde andou o café. Surgiu na Baixada Fluminense, subiu a Mantiqueira e persistiu na zona do Paraíba do Sul, Paraibuna e Paraitinga. Entrou pela zona da mata mineira e lá é conhecido por “caxambu”. Esse nome é dado também ao principal instrumento, um atabaque grande. É uma dança que aparece também em outros estados brasileiros como Goiás e Espírito Santo, mas com outras danças e cerimônias.
O dançador fica em frente a sua dama. Ela segura a saia delicadamente, sem sair do lugar. Com meneios e requebros a mulher acompanha os galanteios do cavalheiro. Outros casais se aproximam, dançando. O primeiro par se afasta balançando o corpo, sem dar umbigadas como no batuque paulista.
DANÇA DOS VELHOS
A Dança dos Velhos aparece durante as festas do Divino Espírito Santo. Ainda existe no litoral fluminense, em Parati e Angra dos Reis, e também em cidades paulistas como Cunha e São Luís do Paraitinga.
Antigamente era uma dança de salão, feita para divertir os “barões do café”. Hoje, os participantes vestem-se com roupas velhas, fraques e cartolas antigas. Um bastão faz as vezes da bengala. Os foliões usam cabeleiras postiças, brancas e empoadas. Os sapatos são desparceirados; os homens fantasiam-se de mulher – usam batas e saias compridas.
Os “velhos” arrastam os pés ao som de valsinhas ou marchinhas. A música é toda por concertinas ou sanfonas. O grupo se exibe pelas ruas da cidade, provocando o riso dos assistentes. Comportam-se como verdadeiros velhos.
FESTAS
FOLÍA DE REIS
São João Crisóstomo e São Jeronimo lutaram muito no início do cristianismo. Eles queriam que os fiéis deixassem de misturar as festas da Natividade com as festas da Epifania.
Desde os primeiros tempos do cristianismo comemorou-se o nascimento de Jesus. Os festejos foram regulamentados no ano 138 pelo Papa São Telesforo, o nono sucessor de São Pedro. A festa não tinha data fixa. Ora em janeiro, ora em abril. Foi o papa Julio I, em 376 que fixou a data de dezembro.
A Epifania era uma festa coletiva de vários fatos da vida de Jesus. Também não tinha data fixa. Na Roma pagã, o dia 6 de janeiro era dedicado a celebração do tríplice triunfo de Augusto Cesar, o pacificador do Império. Por isso, não é de se estranhar que a Igreja tenha escolhido esse dia para comemorar uma festa religiosa que celebra a manifestação da Divindade de Cristo. O dia da Adoração dos Reis.
A LOUVAÇÃO DO DEUS-MENINO
A festa começa na noite de 24 de dezembro e vai até 6 de janeiro ou 2 de fevereiro.
Os grupos saem cantando e louvando o nascimento do Deus-Menino. Também pedem esmolas. Os foliões de Reis imitam os Reis Magos, que viajavam guiados pela estrela de Belém. As folias que percorrem as cidades são chamadas de Folias de Reis de Música. Quando percorrem a zona rural são as Folias de Reis de Caixa.
As Folias de reis de música podem sair todas as noites, do Natal até a noite de Reis, a partir das 22 horas, e só termina as quatro ou cinco da manhã. Normalmente são feitas todos os sábados à noite e nas vésperas de dias santos, mas só até 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora das Candeias, quando os presépios devem ser desarmados.
As Folias de Reis de Caixa são comuns na região Sul e nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Compõem-se de dois tocadores de viola, um tocador de caixa, outro de adufe (pandeiro quadrado). O Chefe da folia é o Alferes, que conduz a lapinha e recebe as esmolas. Em alguns grupos aparecem os mascarados: Palhaço, Pai Juão, Catirina, Mocorongo e Bastião e são chamados de espias do rei Herodes.
As folias percorrem as casa da cidade ou os sítios e casas de campo. Onde entram são bem recebidos e quem acolhe os reis visitantes é abençoado.
Acordai se estás dormindo,
Levantai se estais acordado.
Venha vê os treis reis
Na sua porta está chegando
O CARNAVAL E AS ESCOLAS DE SAMBA
Foi a partir da guerra do Paraguai que se introduziu no Brasil o atual Carnaval.
Antigamente era o entrudo, festa de origem europeia. A água, a farinha de trigo e o polvilho faziam a alegria de todos: fazendeiros e peões, brancos e negros.
Com o tempo o entrudo foi proibido em algumas cidades: pretendia-se transformar a festa numa comemoração de elite. No ano de 1840 o Rio de Janeiro assistia ao primeiro baile de salão.
O Zé Pereira surgiu em 1846: um grupo de foliões de rua, com bumbos e tambores, fazendo grande barulho depois das 22 horas de sábado.
Depois surgiram os cordões e começaram a se organizar e a desfilar pelas ruas do Rio. Cordões de rapazes, só de moças ou de homens e mulheres.
A influência negra era visível: negros fantasiados de índios, tocando instrumentos primitivos.
O corso ficou famoso em todo o Brasil. Um enorme desfile de carros, alguns com a capota de lona abaixada; foliões com serpentinas e confetes, cantando e dançando. O corso carioca percorria uma extensão de mais de 10 quilômetros.
A maior festa do carnaval carioca: as Escolas de Samba. Descem o morro, cantam e dançam nas ruas. Os sambas-enredo falam de personagens e acontecimentos da nossa história e hoje, de outros países também.
A primeira escola surgiu no bairro do Estácio, em 1928. Compositores, instrumentistas e dançarinos se uniam para desfilar. As mulheres saiam vestidas de baianas; os homens com roupas coloridas, camisas listradas e chapéus de palha. Só em 1952, as escolas começaram a se organizar como sociedades civis com sede e regulamento.
O desfile começa com o abre-alas. Uma tabuleta ou faixa que “saúda o povo e pede passagem”. Depois vem a diretoria da escola, todos com roupas iguais. As mulheres, as pastoras, fazem evoluções. Na academia estão o coro masculino e a bateria de instrumentos de percussão. Entre as pastoras e os acadêmicos desfilam o baliza e o porta-estandarte. O resto da escola divide-se em alas.
Hoje, as mais conhecidas são Estação Primeira de Mangueira, Portela, Império Serrano, Acadêmicos do Salgueiro, Unidos de Vila Isael, Imperatriz Leopoldinense, Mocidade Independente de Padre Miguel etc...
RITOS
As religiões têm seus ritos – cerimônias que estabelecem costumes. São ações mais ou menos uniformes e disciplinadas. Os cantos, as músicas e as danças ajudam a fixação e repetição dos ritos.
Iemanjá é a mais prestigiada entidade feminina do Candomblé, Umbanda e Macumba. O culto a Iemanjá é um dos ritos que tomaram conta do povo carioca. A festa se repete todos os anos, na noite de 31 de dezembro para 1º de Janeiro. Quando a noite vem chegando, milhares de fiéis dirigem-se para a praia, e todos festejam a Rainha do Mar, protetora das viagens marítimas e mãe de todos os orixás. As pessoas levam presentes para o mar: flores, comidas, bebidas.
CIDADE MARAVILHOSA
compositor: Antonio André de Sá filho (1906-1974)
cantora: Aurora Miranda
FONTE: Histórias, Costumes e Lendas
Editora Três - 1987
IMAGENS: Google
VÍDEO: Youtube
Editora Três - 1987
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