MATO GROSSO
Mato
Grosso é um dos Estados menos povoados do país. A agricultura do arroz, café
milho e feijão é muito desenvolvida. Produtos minerais: ouro, diamante, minério
de manganês. Ao norte de Mato Grosso se encontra a parte meridional da floresta
amazônica.
Nesta
região rica em campos, matas, cerrados, frutos, peixes e caças vivem várias
tribos do Xingu que falam várias línguas: camaiurá e aueti – (língua tupi);
meinaco, vaurá, iaualapiti – (língua aruaque); trumai – (língua isolada); suiá – (língua gê). Além dos cuicuro, jalapalo
e nahuquá - (língua caribe). Na tribo nahuquá do rio Coliseu, encontramos
índios com olhos azuis.
O
primeiro homem civilizado que penetrou nessa região foi o etnólogo Karl Von den
Steinen, em 1884. Escreveu um livro
clássico da etnologia brasileira “ O
Brasil Central”. Aí localizou tribos de língua aruaque e viveu entre outras de
língua caribe, gê e tupi.
O
nome aruaque provêm de uma tribo que veio da Venezuela, os araguaco. A expansão
desta tribo foi tão grande que alcançou as costas do Pacífico, ao sul até o
Chaco e ao norte até as Antilhas e o sul da Flórida. Foram esses índios que
entraram em contato com Cristóvão Colombo, em 1492, quando a América foi
descoberta.
Pelo
tratado de Tordesilhas a área que hoje compreende o Estado do Mato Grosso
pertencia à Espanha. Os bandeirantes
foram os primeiros a chegar à região, por volta de 1632; depois algumas missões
de jesuítas. As penetrações foram ficando cada vez mais ousadas pela procura de
mão-de-obra indígena e pela descoberta do ouro.
Sertanistas que procuravam o metal precioso estabeleceram-se às margens
do rio Cuiabá e formaram um povoado. Mais tarde esse núcleo se transformaria na
vila de Cuiabá. Depois dessas incursões
foram assinados tratados (1750 e 1771) que reconheciam a área como sendo de
Portugal. Mato Grosso desenvolveu-se como Estado agropastoril.
FESTA DO JAVARI
O
Javari é uma recreação sadia praticada pelos índios do alto Xingu. Simulando um
combate, descarrega a belicosidade, a rivalidade existente entre as tribos
vizinhas. Propicia também o comércio, a troca de artesanato. Os índios camaiurá
se declaram introdutores do “javari” entre as demais tribos xinguanas.
Julho
é o mês da festa, antes da catança dos ovos de tracajá (tartaruga de água
doce). Os índios camaiurá convidam os seus vizinhos e se realiza a troca, o comércio.
A
chegada dos participantes da outra tribo é recebida com muita alegria. As
mulheres levam comidas e bebidas para o local onde ficarão hospedados os
visitantes. Na madrugada ouvem-se cantos. Vai ser o dia do Javari em homenagem
a um cacique morto. O jogo consiste no arremesso de dardo, que deve atingir o
adversário da cintura até os pés. Quando acabam as disputas aproximam-se da panela
de cauim (bebida feita de fruta, milho ou mandioca mastigada e fermentada). Os
chefes de cada tribo quebram um dardo e o colocam na borda da panela,
iniciando-se uma carpição, uma choradeira demorada pela morte do homenageado, o
cacique. Terminada a arenga, trocam
presentes, e a seguir dançam. Assim acaba a festa.
URUÁ – RITUAL DE PURIFICAÇÃO
Ligado
às cerimônias, na época do jogo do Javari, está o ritual de purificação da
aldeia, onde a música e a dança estão presente. É o rito do Uruá. A música é monótona e a dança um simples
bater de pés. No final da festa do
Javari, ao entardecer, antes que o sol se ponha, saem dois índios com flautas (uruá), feitas com duas taquaras compridas (2 metros) , uma mais grossa do que a
outra, emitindo sons diferentes. Um som grave e outro agudo.
Atrás
de cada tocador vem uma jovem virgem. Coloca a mão direita sobre o ombro do
tocador e a mão esquerda no ventre. Entram os quatro nas malocas, tocando e
dançando. Circulam
dentro de toda a maloca, depois entram na próxima até o sol se por. Agora os
índios estão tranquilos porque convocaram os espíritos dos mortos para o centro
da praça, onde estão fincados os Kuarupes (paus que representam os mortos),
que serão lançados no rio depois do cerimonial. Assis os espíritos estão
libertos e a aldeia está purificada
Kuarupe é uma madeira que dá nome ao ritual, cujo
significado para os índios é a despedida dos mortos e encerramento do período
de luto.
RITO
DE MORTE DOS ÍNDIOS BORORO
Ao
entardecer ouve-se o toque de uma flauta. Começam os ritos fúnebres. Todos os
membros da tribo vão para a praça. Da
casa-dos-homens sai um índio todo paramentado com enfeites plumários e, em cada
mão, um maracá. Ele começa a tocar em
redor de um couro de onça, colocado feito estandarte na praça. O couro, no lado
esterno, está todo pintado .Quadrinhos e desenhos em vermelho, sobre fundo amarelo.
Chegam mais homens e começa um canto lamentoso, sem fim. Dão algumas voltas ao
redor do couro e voltam para casa.
Novamente
ouve-se a flauta. Um jovem todo pintado
e com penas brancas coladas no corpo entra carregado. Senta-se sobre a
pele da onça. Todos dançam em volta do matador da onça. O vingador. Agora é ele
que toca a flauta, de pé. O chefe da cerimônia pega o couro e dança com ele, ao
redor do representante do morto. Termina
o ritual. Na praça, muita comida e muita bebida é oferecida a todos os bororos
presentes.
ELY CAMARGO - MINHA TERRA (Waldemar Henrique)
FONTE: Histórias, Costumes e Lendas
Editora
Três - 1987
IMAGENS: Google
VÍDEO: Youtube
VÍDEO: Youtube
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